Post-rock

Música segunda-feira, 07 de fevereiro de 2011

O negócio começou oficialmente em 1994, quando o mestre Simon Reynolds cunhou o termo post-rock na resenha do primeiro disco do Bark Psychosis, Hex, dizendo:

Música que utiliza instrumentação rock para propósitos além, utilizando guitarras como multiplicadores de timbres e texturas ao invés de riffs e power chords.

Dentre as influências do gênero, estão o rock progressivo, o drone, o kraut, a música clássica, a música ambiente, e o minimalismo eletrônico de nomes como John Murphy, Steve Reich e Brian Eno.

Slint – For dinner…

Mas três anos antes do Hex, os americanos do Slint já tinham lançado o Spiderland, que era um disco que cabia muito mais dentro dessa designação feita por Reynolds, sendo então o disco considerado por muitos o pioneiro do estilo.
O Spiderland é TENSO, rolam até uns boatos sobre ao menos um dos caras da banda ter tido um surto após os quatro dias da gravação do disco.
For dinner…, é uma das melhores traduções do post-rock. Inteiramente instrumental, tom e bumbo latejando na sua cabeça enquanto no final, a guitarra, com apenas uma única nota tocada repetidamente em crescendo…

Godspeed You! Black Emperor – Rocket Falls on rocket falls

Em 1997, a gravadora Constellation lança F# A# (Que tem esse nome por conter apenas variações dessas notas no disco todo), do Godspeed You! Black Emperor, disco que marcaria o nascimento de uma nova onda no post-rock. Dividido em movimentos, como nas peças clássicas, com músicas beirando os 30 minutos (A primeira versão do disco, em LP, é composta por apenas duas faixas, uma em cada lado do disco) e com maior complexidade técnica que os seus predecessores. Foi parte do nascimento de uma das cenas mais importantes da música na última década, a de Montreal, que conta com muitas bandas do gênero, onde na maior parte delas se fazem presentes ex-membros da mesma, pra citar algumas: Fly Pan Am, Thee Silver Mt. Zion Orchestra, Do Make Say Think, Set Fire with Flames, A Silver Mt. Zion e Hrsta.

Mogwai – Batcat

No mesmo ano, a banda escocesa Mogwai, lançou dois discos: Ten Rapid e Young Team. O primeiro, uma compilação de demos gravadas entre 1996 e 1997, e o segundo sendo o debut de inéditas da banda. Juntamente com o Godspeed You! Black Emperor, foram pioneiros na segunda onda do post-rock.

Sigur Rós – Untitled 4

Em 1999, o mundo conheceu os islandeses do Sigur Rós. Foi o ano do lançamento do aclamado disco Ágætis Byrjun, segundo da banda, primeiro lançado mundialmente. A banda surgiu com um estilo único, caracterizado pelos falsetes de seu vocalista Jónsi (Que é quase cego), juntamente com o seu estilo de tocar guitarra: Com um arco de violino e muito reverb.

Explosions in the Sky – Your hand in mine

Na década de 2000, a quantidade de bandas do gênero cresceu exponencialmente, tendo destaque algumas como a americana Explosions In The Sky, que tem uma formação diferenciada, contando com “apenas” três guitarras e uma bateria. Os caras, a exemplo do Godspeed (Os integrantes da banda foram presos em turnê pelos EUA, caso contado no livro Cara, cadê meu país, do gordinho revoltado Michael Moore), eles já foram “detidos para averiguações” por causa do nome da banda. Esse mundo onde as pessoas não entendem uma ironia está mesmo perdido.

Mono – Burial at the Sea

Há também os japoneses do Mono com o seu post-rock puramente instrumental e atmosférico, beirando o noise. Pegaram um nome perfeito pra banda (No bom sentido, se é que há algum). Os noises que eles fazem tem várias texturas, quase dá pra se sentir meio savant ouvindo isso (No mal sentido, claro). Uma vez dormi ouvindo isso e sonhei com vacas voando, juro!

Yndi Halda – Illuminate my heart, my darling!

Os alemães do Yndi Halda, que tocam músicas perfeitas e relaxantes, quase trilha pra filmes (Será que só eu curto músicas fáceis de assoviar e que podem ser facilmente ignoradas?). Seguem uma linha mais voltada pra música clássica, sendo bastante virtuosos e eruditos, assim como seus predecessores e conterrâneos do Univers Zero e do Magma (Se você nunca ouviu falar neles, volte pros seus disquinhos do Pink Floyd porque você não sabe porra nenhuma de música progressiva).

Hood – The lost you

Os ingleses do Hood, que tocam um som mais dançante e vibrante, com muita dissonância de acordes, como uma autêntica banda shoegazer. Tá, isso parece mais indie que qualquer coisa (Como se post-rock já não fosse indie o suficiente) mas os caras fazem um som bem diferente da maioria das bandas indies, sem querer soar blasé nem cult demais, estão um pouco no meio do caminho. E tem história. Infelizmente você tem que batalhar muito se quiser ouvir esses caras, são raríssimos de se encontrar na internet.

God is an Astronaut – From dust to the beyond

E os irlandeses do God Is An Astronaut, que tocam quase uma espécie de música eletrônica, com elementos progressivos e de trip-hop. Boas músicas pra ficar numa boa na cama com a namorada ou pra ler um bom livro. Eles começaram tocando um som cavernoso (Assim como o Godspeed, que antes era uma banda de metal, tendo participado até de disco tributo ao Black Sabbath), mas foi se tornando mais e mais post rock até que ultrapassou essa barreira no seu último disco, The End Of The Beginning, que mostrou que post rock nem sempre tem que ser melancólico ou arrastado. Na minha opinião, a melhor de todas essas citadas neste post. Pra relaxar é melhor que reggae.

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