Pérolas da Literatura

Livros segunda-feira, 07 de novembro de 2011

Então, estava eu vagabundeando no feriadão e decidi deixar de ser mão de vaca e foder com minhas finanças, indo ao antro-gastístico-dos-desempregados, o Submarino, e comprar mais alguns livros. Pois é, os outros 70 que já tenho na lista de leitura não são o suficiente (E como todo bom otário, não resisti e resolvi comprar também mais dois boxes de TBBT), e bem, no meio da busca por mais material de leitura, resolvi compartilhar com vocês por ideia do Pizurk as maravilhas literárias que encontrei por lá.

 Eu meia hora atrás.

Então, como todos já sabemos, o mercado editorial tá uma merda bem macia e consistente (Coisa que tenho feito questão de lembrar), e nesse meio todo sempre há coisas que transcendem barreiras, quebram tabus e desmantelam a concorrência. São coisas que alcançam um nível tão elevado de absurditude que merecem um post inteiro só para eles.

 Um clássico.

Na pesquisa, achei esse texto, no qual dou ênfase para este trecho:

“Eu me inspirei pelo movimento de infração criativa que se vê hoje na internet: jovens remixando músicas, videoclipes, filmes etc.”, diz Jason Rekulak. “Percebi que eles não consomem só mídia. Agora, têm a tecnologia para transformá-la.” Rekulak encomendou um livro a um amigo roteirista, Seth Grahame-Smith, hoje com 34 anos.

E achei um jeito de descrever a coisa: “Uma das grandes demonstrações de que além de incompetente, safado, idiota, porco e ignorante, o ser humano ainda por cima não tem sequer o mínimo de respeito, ética, inteligência e bolas para fazer algo que preste”. Mas é como sou um velho chato e reclamão, sou obrigado a dizer que isso é apenas um novo gênero (PFFFFF…) e que “se eu quero ler o livro de verdade, ele ainda tá lá, ninguém tá me obrigando a comprar”, e além disso, é um fato isolado.

 Aham.

E o que me impressiona é a capacidade desses “autores” de serem cínicos E burros ao mesmo tempo. Eu vivia reclamando dos meus professores de artes e português porque eles não aceitavam porra nenhuma quando se tratava dos clássicos da literatura brasileira, afinal, Iracema era uma chata do caralho e todo mundo sabe que a coisa que mais tinha n’O Cortiço era suruba (E pulgas), mas esses caras ultrapassam em muito o nível de estupidez. Provas?

 Autor da obra-prima acima.

“O livro de Bernardo Guimarães continua lá. Esse (“A Escrava Isaura e o Vampiro“) que eu escrevi é outro. Levei em consideração o que se fala e se escreve sobre vampiros, e debochei de tudo isso. Questionado se faria o processo inverso de extrair os elementos fantásticos e deixar somente os originais em alguma obra, o escritor respondeu com uma pergunta. “Imagine tirar todo o fantástico e todo o imaginário que existe em “Grande Sertão: Veredas” (de João Guimarães Rosa)?”.

E os filhas da puta ainda tem a cara de pau de colocar o nome do autor (Ou autora) original na capa!!! Porra, essa coisa de “domínio público” é de foder: É pegar uma obra, que levou tempo e dedicação para ser feita, e falar “ó véi, içaquê póde plagiá kê tá diboa!”. Cadê direitos autorais? Direito de imagem, utilização de nome e royalties? Só porque algo é velho pode usar sem problemas? Cadê a porra do Estatuto do Idoso agora?! Mas é claro que esse não é o único tipo de safadeza existente:

Na real, eu sei que O Segredo é um sucesso, afinal eu comprei e li aquela merda (Sim, paguei 35 pilas por ele), mas a quantidade de derivados é absurda. Sério, em uma pesquisa rápida encontrei OITO outros livros, escritos por pessoas diferentes, falando da mesma merda, todos ganhando dinheiro em cima da safada da Rhonda Byrne. Pois é, esse sou eu defendendo uma pilantra em prol da literatura: A própria Rhonda tem 4 versões dessa merda, mas ela faz o que quiser com a sua obra. Esse acima, o mais recente, é do produtor do filme d’O Segredo, e me leva ao próximo tópico desta porra:

 Não sei se Sun Tzu choraria ou mataria todo mundo…

Juro que não sei qual a força que faz com que as pessoas comprem adaptações e “interpretações” ao invés do original (Os mais radicais incluiriam traduções aí, mas isso é outro assunto). Essa coisa de “nova versão”, “reinterpretação” e “adaptação” só fode uma obra. Primeiro porque se ela foi feita, o autor tem os direitos por ela, segundo porque o orginal é sempre melhor que o derivado (Bota petróleo no seu carro e vê se ele não faz 37 km por litro) e terceiro porque todas elas vem com a maldita intenção de “tornar mais fácil os ensinamentos da puta que pariu”.

 Série genial PQP…

De verdade, se você não tem capacidade de entender Sun Tzu, você NÃO MERECE essa porra, do mesmo jeito que não merece uma camisinha, um carro, uma casa e até mesmo O Segredo. Leia com atenção: VOCÊ NÃO MERECE O SEGREDO. É a coisa que vemos todo ano nos vestibulares: Milhares de adolescentes estúpidos e ignorantes falando que vão mal em português porque não entendem a “linguáje” de Memórias Póstumas de Brás Cubas, o que gera essas malditas “adaptações pra quadrinho” que tem infestado as escolas, com obras simplificadas e idiotizadas. E tem os caça-níqueis também:

Cara, já é o segundo com o selo dessa Lua de Papel. Juro que não consigo expressar meu ódio por editores e produtores, seja da literatura seja da música, das artes ou até mesmo do puteiro do lado da sua casa: Bando de filhos da puta. Reagindo mal? Eu? Claro que não. Chamo isso de respeito e bom senso, e sinceramente estou pouco ligando se estou sendo “quadrado”, hipster, “anti-revolucionário” e qualquer outra dessas boiolices inventadas por gente cujos ídolos são ofendidos (E com razão).

Como eu disse aqui, as coisas ficam fáceis demais e nego começa a abusar, achando que é “o pica das galáxias” por fazer esse tipo de merda. O desgraçado não tem nem capacidade de arranjar um bom “título”, quando mais de fazer um trabalho decente. Não me impressiona que livros tem ficado cada vez mais baratos, afinal ninguém mais se dá ao trabalho de fazer pesquisas, estudar, ler, realizar experiências e treinar antes de fazer um livro: Pra quê cobrar caro por algo que não custou nada e não precisou de esforço para ser feito? Juro que entro em crise se ler mais uma sinópse com “regado à muito sexo, drogas, violência, rock e cultura pop”.

 Felizmente tem uns que não dá para levar à sério.

“Intertextualidade”, “Paródia” e “Paráfrase”: Guardem esses nomes, porque é o que mais vão ver nos próximos anos (Ou décadas). E tem aquele maravilhoso argumento do “isso istimula a leitura”, na qual as crianças e adolescentes recebem adoçante com rótulo de açúcar, e passam a achar maravilhosa a ideia de que comer bolo bebendo refrigerante não engorda mais. Fazer o quê? Não dá pra esperar muito dessa geração cheia dos eufemismos.

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