Os Títulos dos Livros Chatos

Livros quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Vou lhes dizer que tenho um grande problema com títulos de livros, principalmente com livros que viram cult por algum motivo boboca e inútil. Por que? Bem, porque títulos são coisas importantes, são eles que introduzem o livro para um potencial leitor. E porra, eu tenho que fazer post mas é quatro da tarde de domingo, tá calor e foda-se o John Lennon.

Estava eu procurando sobre o que escrever quando, não para minha surpresa, vejo um post inacabado da Aline. Bem, se você já lê o Bacon há algum tempo sabe que nada proveniente da dona do Pizurk pode ser tido como “indubitavelmente bom”. Pois então, o tal post em questão é a resenha de um livro (Talvez, algum dia, quem sabe, cê venham a lê-lo), e como eu manjo dos paranauês, vou lhes ensinar como tornar seu livro bunda num livro cult acladamo por universitários e hipsters no mundo todo:

Pessoa (agente) + local/ação/objeto + adjetivo

Pronto, eis a estrutura básica pro título que fará menininhas se molharem e garotinhos ficar de pipi duro. Vocês podem achar que eu estou exagerando, mas é isso mesmo. O livro que a Aline está resenhando sic por exemplo: A Menina da Casa Grande (Creio que o correto é “A Garota da Casa Grande”, mas posso estar falando merda). Façamos uma análise rápida:

Quem? A Menina
Onde? A Casa
O quê? Grande

A pessoa, que realiza ou sofre a ação, é (Normalmente) o personagem principal da história, e uma história tem de ter um espaço, e, claro, é onde o personagem está. Entretanto, não é um lugar qualquer, logo, o adjetivo restringe e qualifica o local, tornando-o único (Tal qual o personagem). Reuna o título à uma capa melancólica (De preferência com alguma silhueta e em tons opacos) e você terá o próximo sucesso de cabeceira do mundo… A história é importante, mas é só passar três quartos do livro falando de alguém e matá-lo no final que tá de boa.

Você pode me dizer que um título assim não tem nada de mais, e que cumpre seu papel informativo acerca da história do livro, e você estaria com total razão se não reclamasse dos títulos nacionais de filmes, como eu sei que você faz. E o ponto é justamente esse: É um título estúpido, que te diz o que acontece no livro sem dizer nada sobre o livro. Essa porra não tem DNA personalidade alguma. Há milhões de casas grandes no mundo, e há milhões de campos de centeio no mundo.

Eu sei que é pura implicância minha, mas o título é a segunda coisa que alguém vê num livro após a capa, mas enquanto que a capa é justamente para chamar atenção visual, o título não é algo tão simples e (De certo modo) irrelevante para a história. Porra, há um motivo pra descontarem pontos em redações sem título nos vestibulares, e num livro isso é muito mais importante. Há títulos que mudam a compreensão do livro todo, e isso pra não falar nos títulos dos capítulos.

E o que mais me irrita é que, na maioria, esses livros passam páginas e mais páginas falando sobre coisas completamente irrelevantes para a história, criando e resolvendo problemas menores, enfim, gastando tempo sem motivo algum. É aquela velha questão de “complicar só por complicar”, e que, a cada livro do tipo que leio, me deixa ainda mais puto. Eu não gosto e nem apoio a economia de palavras do modernismo atual, mas puta merda, foda-se quantos cubinhos de açúcar a Dona Jezovalda pôs no café (E como ela o mexeu) antes de responder a porra da pergunta que foi feita.

O motivo aí em cima é, inclusive, responsável por grande parte da minha falta de saco para com o Stephen King e com esse monte de autor de fantasia medieval e os caralhos… A grande questão é que passa-se tempo demais dando atenção pro irrelevante, mas na hora de criar um título botam algo estúpido, óbvio e sem graça. Ainda prefiro os livros da década de 50 e 60 que teimavam em predizer um futuro com carros voadores para os próximos trinta anos… Sim, 1984 é um título de merda, mas pelo menos o Winston ama alguém. O que posso dizer? Gastem mais tempo pensando num título ao invés de se preocupar na fonte usada na numeração da página ou no penteado do Dr. Eufrasino. E é isso, já acabei meu chilique.

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