O spoiler, esse desgraçado

Televisão terça-feira, 09 de abril de 2013

Até pouquíssimo tempo atrás, eu nem assistia The Walking Dead. Eu fazia parte daquele time que nadava contra a corrente e se sentia bem assim. Mas aí a coisa apertou, a curiosidade tomou conta, e resolvi dar uma chance para aqueles mortinhos que eu tinha nojo e acabei perdendo. E gostei. Gostei muito.

Ainda não virei nenhum tipo de expert no assunto ou alguém habilitada pra virar comentarista do assunto, mas já peguei gosto e criei meus laços de afinidades/amores com os personagens. Sendo assim, quando acaba um episódio, eu fico ansiosa esperando o próximo. É assim que funciona, certo? Mas agora, além de ficar ansiosa por conta da curiosidade, também fico tensa com uma peste que se espalha rapidamente no convívio (Ou mídia) social: O spoiler. Esse desgraçado.

Por definição, spoiler é um termo estrangeiro com o seguinte significado:

spoil.er
n quem estraga ou destrói, saqueador.

Ou seja: Spoiler é aquele filho da mãe que assiste/lê/descobre as coisas antes que você e sai contando por aí, estragando toda a sua surpresa e expectativa. Aí, quando você vai assistir aquele filme que acabou de estrear no cinema, você já sabe que no final o personagem principal morre e o resto dos atores são fantasmas. E pronto: Acabou a magia. [Nota do editor: Ela tá falando de O Sexto Sentido. Aquele filme que o Bruce Willis tá morto, e todo mundo é fantasma. Ou são árvores. Sei lá.]

Mas a gente sabe que isso acontece, então evita qualquer contato com blogs, sites ou fontes de informação que possam estragar essa magia toda tipo os cornos do Bacon. Acontece que, enquanto a gente ainda não assistiu a série ou filme em questão, a gente não vai se isolar do mundo ou das redes sociais, né? Pois bem.

Domingo eu estava dando uma olhada na minha timeline do Instagram e meu sonho acabou: Spoiler de um episódio de The Walking Dead. Sim, no Instagram. Aquela rede social feita pras pessoas postarem foto de sushi, gato, por do sol, café ou meias. Brinks. Vocês sabem o que é Instagram. O fato é que, até lá, numa rede que eu espero ver fotos pessoais ou algum tipo de ad ou whatever, eu me deparei com um print de uma cena deixada de fora do episódio, mas que entregava todo o desfecho daquele capítulo. E a sensação? Frustração. Não posso sair por aí xingando a criatura que postou, porque o Instagram é dela e ela posta o que quiser. No entanto, a timeline é minha e eu reclamo do que eu quiser também.

Redes sociais estão aí pra agilizar tudo. Desde acontecimentos pessoais até fatos que envolvem o mundo todo. Mas esse fato de as redes serem perfis pessoais, acaba fazendo com que o usuário poste aquilo que bem entender, descartando o fato de que está invadindo território do outro, e perdendo a consideração com o restante das criaturas online. Normal? Até pode ser. Chato? Sim. Muito.

O spoiler nada mais é do que aquela vizinha fofoqueira. Do que aquela gente que fica de olho em tudo o que acontece na sua volta (E na volta dos outros) e está sempre pronta pra espalhar a notícia para o próximo. E ninguém gosta de gente fofoqueira. Ou gosta?

A gente vive na era da informação imediata, da atualização precoce, do “pra ontem”. E isso afeta tudo, fazendo com que a curiosidade deixe até de existir, pois não dá nem tempo de pensar em ficar curioso. Tudo é entregue de bandeja na mão, ou na tela na nossa frente. E não tem muito o que fazer: Ou você vive numa bolha, inerte no seu mundo e sem contato com o que está a sua volta, já que estar conectado é correr o risco de se deparar com tudo, ou você aceita que aquela coisa antiga que é a fofoca está bem linda do seu lado. Apenas ganhou um nome mais bonitinho pra aumentar o status.

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