Maturação

Analfabetismo Funcional sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Matando meu tempo dias atrás, resolvi pegar um livro que estava maturando em minhas prateleiras já fazia 4 meses. Ele já estava no ponto, com aquela cara amarelada, o cheiro caracteristico de algo que estava na hora de ser apreciado. Ao abrir as páginas e ver que elas tinham algo que valeria a pena ler, começo a me dedicar a apreciar seu conteúdo, sem enrolar mais ainda.

Mas… o que seria um livro maduro?

 Caindo de maduro, sô.

Claro que não é isso, ok?

Considero maturar um livro o ato de o deixar em “espera”, num canto, aguardando a leitura. Nada de fila de leitura, pois um livro nesse estado será lido, só aguarda a sua hora e vez.

Um livro na maturação é diferente. Ele está ali, pronto para ser lido, pode ser o top dos top’s que você possui, mas você não o lê, por algum motivo.

Desmond, em Lost, possui esse livro, em sua passagem pela ilha viajante das dobras do tempo. Esse livro é o nosso amigo comum, de Charles Dickens. Ele o carregava por todo lugar, e dizia que aquele seria o ultimo livro que ele leria na vida. Imagino a dificuldade de um fã dizer que não lerá um livro de seu autor preferido, só mediante uma certa situação.

Não sou tão drástico assim.

Os livros que tenho na maturação são aqueles que eu acredito que não está na hora de eu os ler ainda, aqueles que tenho que ter mais base, mais células cinzentas dispostas para apreciar o conteúdo. Ou que deverei ler bêbado, sei lá. Tenho livros assim, dos quais o conteúdo fica bem melhor quando estou sob efeito de álcool.

A vantagem de deixar um livro assim é que ele fica melhor quando chega a hora de o ler. Imagina que você tem esperado por anos e anos a hora certa de ler O Hobbit. Sua juventude passa, vem o filme do Senhor dos Anéis e você começa a coçar o dedo para ler. Mas ainda não o faz. A adaptação surge e aí, depois de ir ao cinema assistir, abre o livro. Toda sua base está lá. A idéia do personagem, o desenrolar da história, porra, até sua idéia de quem é Gollum está lá, num canto da sua mente, lhe ajudando a pintar a história com detalhes que você não teria ao ter o livro da primeira vez.

Não minta, isso aconteceu, mas você não sabia disso. Lembre-se de sua juventude, aquela que você assistia Thundercats na tv e só pensava nas livrarias como um pequeno receptáculo de coisas que o colégio pedia para você ler de vez em quando. Até criar o gosto e descobrir o que realmente era bom, demorou. E é nessa hora que seus olhos se viram para os clássicos. Sim, ali é que você percebe que os podia ter lido antes, tornado seu eu mais desenvolvido, mais aberto ao mundo, mais preparado para o que tem hoje em dia.

Tá, exagerei.

Tenho 6 livros no momento nessa situação. Nenhum está na hora, mas isso mudou muito desde que tenho um filhote para cuidar. Agora, tenho que começar a preparar os meus livros para sobrever a baba dele, caso ele queira os mastigar. Detalhe, é claro.

E ainda espero a hora para ler meu Os Diários Secretos de Agatha Christie.

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