Maquinaria Rock Fest: A versão da Bel

Música quinta-feira, 22 de maio de 2008

Rock e metal tocando alto de moer os ouvidos, nêgo esparramado no chão (até com certo conforto) levemente embriagados, uns doidos lá na frente batendo cabeça, um povo mais atrás só curtindo o som, um maconheiro ou outro curtindo um baseado ao som de feras como Sepultura, Biohazard, Matanza, Suicidal Tendencies, Misfits, e, prá finalizar o quadro, tudo isso regado a muita cerveja. Esse foi o meu ambiente de sábado, quando coloquei meus coturnos surrados no Espaço das Américas (SP) para curtir amadoramente o Maquinaria Rock Fest. Foram dois dias de evento, mas o segundo dia não me interessou muito, só rolou umas bandas meio bleh. Mas o sábado… uau.

Enfrentei alguns contratempos, claro. O Théo, ao saber que eu iria ao Maquinaria e certamente escreveria sobre o assunto para vocês, foi tentar arrumar uma credencial para mim. ótimo, né… apesar de não sermos uma imprensa oficial, somos um veículo de comunicação em massa com um modesto público. Infelizmente, o cara que ficou de agilizar os esquemas, meu futuro colega de profissão (uma vergonha para a estirpe dos jornalistas… tsc.) achou que eu era uma groupie estúpida e que ficaria pulando e dando gritinhos histéricos perto dos “jornalistas formados”. Pior ainda: achou que o Théo estava me fazendo esse favor porque ESTAVA ME PEGANDO. É nessas horas que a gente se pergunta:

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Se ele tem que arrumar ingresso de show prá pegar mina, o problema é dele. Aqui, por mais amadores e júniores que formos, somos sim profissionais.
Talvez a idéia de que o Théo tinha interesse que eu fosse em nome do site não passou pela cabeça dele… talvez também não tenha passado que nós nunca nos vimos in real life e nosso contato é basicamente virtual. Talvez ele tenha me achado bonitinha e por isso conclui que eu era estúpida e/ou miguxa (um preconceito muito feio prá um jornalista formado!). Não sei, amigos… não sei o que passou na cabeça daquele ser prá concluir que eu tinha algum distúrbio mental só porque nunca cobri um evento.
Qual a dificuldade em curtir um show, tirar fotos e depois escrever um texto sobre isso?
Providencie-me uma máscara de oxigênio que eu faço até debaixo d’água.

Resumindo a ópera, pensei “foda-se esse idiota e a credencial, eu já tenho meu ingresso, mesmo” e adeus 80 reais. Aliás, essa é outra coisa que queria falar sobre o Maquinaria: achei bem barato. São 12 bandas e o ingresso antecipado foi 80 reais + 1 kg de alimento, no dia foi 120 reais. Gente, 120 reais prá ver Misfits, Sepultura, Biohazard et alii no mesmo dia? É um preço muito bom.
A cerveja achei que podia ser mais barata (e melhorzinha… ninguém merece Itaipava), mas deu prá beber bem com 50 reais.

De qualquer forma, por causa de um trânsito caótico de duas horas e meia, perdi o show de umas quatro bandas: Korzus, Motorocker, Ratos de Porão (quel dommage!!! Queria TANTO ter visto!) e não lembro mais qual. Mas o Pizurk assistiu, leiam a versão dele e vejam o que rolou.
Quando cheguei, umas 19 e 30, já tava rolando o começo do show dos Misfits. Após encontrar meu companheiro Pizurk e ganhar uma camiseta linda do Pantera, fomos prá muvuca ver o show. Lotado, a galera pulando freneticamente ao som de clássicos como “Dig up her bones”, “Why don’t you love me anyway?” e “Die die, my darling” (que veio antes da versão do Metallica, mas esta que vos fala só ficou sabendo disso por esses dias). Nada de setlist prá vocês, mas fica a dica: foi muito bom e vale a pena.

Depois do show dos Misfits, que durou cerca de uma hora (os shows “grandes” duravam uma hora, os menores uns 30 minutos cada) rolou uma banda brasileira muito boa chamada Embrioma no outro palco.
Nunca havia escutado, mas os caras são bons, um metal bem bacana. Confiram o Myspace do Embrioma que vocês vão curtir.

Após Embrioma, o tão esperado SEPULTURA. A galera lá embaixo já tava gritando “Sepultura! Sepultura!” antes mesmo dos caras entrarem.
Nossa…
Nooooossa…

Showzaço, gente. “Refuse/Resist”, “False”, “Territory”, “Ostia”, “Roots”, “Orgasmatron”, entre outras que não vou conseguir recordar. Até merece um palavrão:

– FODA, MEU.

(Foi mal, galera… sou uma péssima fotógrafa).
Uma hora de esmigalhar seus miolos, arrebentar seus tímpanos e deslocar o pescoço. Os caras tocam demais e… ôpa, peraí. deixa eu me comportar que tô parecendo uma groupie falando.
Depois de Sepultura rolou Tristania. Sabe como é, um pouco de estrogênio e peitinhos prá acalmar a galera.

Mary Demurtas

A mina é gata e manda muito bem no palco. O show ficou meio morto porque Tristania é um doom metal com tons trágicos e foi tocar depois de toda a agressividade do Sepultura… aí deu uma sensação de broxada mesmo, mas foi bom.
Depois rolou Suicidal Tendencies no outro palco. Os fãs que me perdoem mas, com todo o respeito, não curto muito o som dos caras. Mesmo assim eles empolgaram bastante, me fizeram pular MUITO e quando me dei conta, tava bradando os punhos e gritando “ST! ST! ST!” junto com a galera. Prá quem curte um rockzão do gênero é um prato cheio.

Os próximos a tocar foram os cariocas do Sayowa. Conhecia umas duas músicas dessa banda, mas facilmente faria o download do CD se eu achasse na internet (fica a dica, rapazes. Disponibilizem!). Metal maneiro prá caramba, agressivos, enérgicos… curti também porque eles usam um tamborzão de escola de samba em suas músicas.

Maracatu, maracatu…

Bom, eu daria o “prêmio revelação” da noite para Sayowa e Embrioma, que eu não conhecia e que muito me deixaram contente pela qualidade do som. Fica a dica prá vocês que curtem metal: procurem ouvir que vale a pena.

Depois de Sayowa eu já estava morgada, embriagada, sentada no chão que a essa altura do campeonato estava muito semelhante a um campo de refugiados, com metaleiros espalhados e encostados por todos os cantos, e ainda havia Biohazard e Matanza por vir.

Biohazard ameaçou começar e a galera foi aglomerando de novo no palco. O show moendo e todo mundo já meio tristonho, cansado. O vocalista estava a toda. Gritou umas duas vezes: “Make the circle! How many reais did you pay to be here? Make that fucking circle!”. Daí até eu animei e fui lá dar uma pulada. Conhecia pouco o som dessa banda, mas o pouco que conhecia eu gostava. Com o show, deu prá notar que eles tem realmente um som de qualidade. Novamente, vale a pena ir num show.

Acabando Biohazard veio uma banda do Equador. Som até legal, mas não falou nem o nome da banda, não posso dar muitos detalhes. Não os conhecia, nunca tinha escutado a música, não entendia o que o cara falava (portunhol é fueda!!), então, essa banda foi um ponto de interrogação na minha cabeça. Só lembro que o som era bom, mas não era FODA. Nem foto eu tirei :B
Agora que já pesquisei, sei que era a banda Muscaria. Mas isso é conhecimento googlelístico, eu estaria mentindo se viesse aqui de boca cheia discursando sobre eles.

Finalizando a noite, fomos agraciados com a doce, meiga e comportada performance do Matanza. “Uma e meia da manhã e cês aqui tudo de pé esperando o matanza”, disse Jimmy, “cês são fodas!!!”. Um verdadeiro gentleman!
A performance dos caras foi o máximo, a galera pulava; e não tinha como ser diferente… eles têm umas músicas empolgantes demais!
O Pizurk pode dar mais detalhes sobre as músicas, tive a leve impressão de que ele conhecia a setlist inteira e berrou todas a plenos pulmões.
3h10 foi a hora em que nos despedimos do ruivo gordinho e que o Maquinaria encerrou seu primeiro dia dedicado a destruir nossas mentes. O saldo foi positivo, positivíssimo.

Não sei se vai ter um próximo ano que vem, mas espero profundamente que sim. Foi um evento bem organizado (pelo menos para quem estava do lado do público, não vi bastidores), bem planejado, bandas muito bem escolhidas, e também me pareceu bem seguro. Não vi nenhuma briga, não vi ninguém incomodando o pessoal que se esticou prá dormir e fui devidamente revistada antes de entrar.
Em suma, se houver um Maquinaria Rock Fest ano que vem, não hesite e . Eu, pelo menos, com certeza vou repetir a dose.

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