Loucos leitores loucos

Nona Arte quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Um pequeno prelúdio antes do início da coluna em si: se você, caro leitor, já está familiarizado com as colunas de literatura aqui do Bacon, não precisa ler essa parágrafo. Pode seguir para o seguinte, onde o texto realmente começa. Caso você seja um noob novato por aqui, desça até a coluna que está um pouco acima dos comentários (Ou onde eles deveriam estar), e veja que ali há uma coluna indicando outras colunas (A maioria, provavelmente, relacionada a literatura). Abra uns quatro, leia atentamente e volte para cá. Leu? Ótimo, vamos começar.

Ao ler os textos (Meus ou do santhyago, principalmente) você deve ter notado, ora sutil, ora gritante, uma certa veia de insanidade presente nos textos, seja no estilo do texto, seja nas atitudes de seu autor. Essa veia “maluco beleza” também está presente nos textos de outros quadros e colunas, mas se destaca nesse recanto que, não fosse o zelo excessivo dos seus habitantes (E os chow-chows amestrados do Pizurk), estaria tomado pelas traças e pelo mofo.

De onde vocês acham que vem essa loucura? Drogas? Traumas de infância? Vidas infelizes? O tratamento à base de açoite e ração Bonzo de vegetais que nos é dado? Pode até ser alguns dos itens acima, mas eu aposto uma peça de picanha malpassada que tudo isso veio da leitura excessiva.

Sim, toda a equipe de literatura aqui do Bacon é louca devido à leitura excessiva. Bom, talvez o santhyago tenha um diferencial por mastigar livros quando criança (soda cáustica, pelo menos até sexta de noite, ainda fazia um estrago desgraçado no corpo) e ser exposto com frequência a material vindo da terra do sol nascente.

Minha teoria é baseada numa frase de uma das minhas personagens preferidas de HQ, Delírio dos Perpétuos (Não lembro ou encontro a frase original, por isso vou citá-la de modo geral): Ninguém pode saber de tudo sem enlouquecer. Sim, estou dizendo que quem lê demais é doido por saber demais.

Note que, em qualquer momento, estou dizendo ser melhor que ninguém. Mas veja só a situação: suponhamos que nós leiamos, digamos, um livro de tamanho razoável (Mais ou menos 250 páginas) a cada… duas semanas. Isso seriam, ao longo de um ano, vinte e seis livros, sem contar os didáticos/técnicos. Nessas cerca de 6500 páginas, estão mols e mais mols de informações, úteis ou não. Podemos aprender os básicos do ofício da perfumaria (O Perfume), saber um pouco de história nacional (O Romance d’A Pedra do Reino) ou simplesmente arranjar um contêiner de referências para jogar no meio de textos e conversas por aí (Neuromancer, SdA, Guia do Mochileiro das Galáxias, Sandman, 1984…).

Pegue toda esse monte de informações, junte num só cerébro (Que ainda tem que armazenar informações essenciais, como a localização de vasos sanguíneos, a importância da descoberta do Bóson de Higgs, o que é uma maldita Ação Direta de Inconstitucionalidade e seus efeitos e, ainda, o Manual do Pirata Contemporâneo. Coisa pra caralho, não?), prive-o de algumas várias horas de sono e continue alimentando-o com todo tipo de coisa, de notícias do mundo a URLs de sites pornô durante toda a vida (Situação nada incomum na vida de um nerd padrão). Conseguiu imaginar?

Sim?

Então, corra daqui antes que a pilha acabe.

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