Livros pra uma fogueira

Analfabetismo Funcional quinta-feira, 06 de março de 2008

Sem brincadeira. Eu, mesmo averso a destruição de qualquer livro tive que fazer isso algumas vezes. Antes de tudo vamos a uma pequena explicação. Destruir um livro é pra mim como se eu estivesse matando uma pessoa. Da mesma maneira que não consigo odiar as pessoas de primeira vista, não consigo odiar um livro assim, só de passar os olhos pra ele.
Mas mesmo sendo alguém que protege os próprios volumes de uma maneira quase psicótica, algo que entrarei em detalhes mais em breve, eu tive que cometer alguns assassinatos em minha longa vida de leitor, que no meu conceito, foram mais do que justos.
O primeiro que me lembro se chama As Pilhas Fracas do Tempo que vou admitir: Me fez ter uma grande decepção. Sabe aquele livro que você lê do inicio ao fim, sabe que ele terá aquele desfecho e quando finalmente chega lá, além de ser pela metade, acaba de maneira confusa e sem sentido? Esse é um desses livros. E foi dele que veio a idéia de queimar os livros que não gosto MESMO. Só pra dar uma de filho da puta, no final desse livro ele está em frente a um balde de lixo, com uma caixa de fósforos nas mãos prestes a queimar tudo o que escreveu. Prestes, porque o livro acaba antes dele consumar esse ato.
Foi legal jogar ele aberto no meio de um churrasco, aquela gordura toda caindo em cima dele, e tornando as chamas de diferentes cores. Pensei que naquele momento sairia um demônio do livro e iria se alimentar de minha alma com a farofa do churrasco, mas isso não aconteceu.
Isso foi a mais ou menos uns 8 anos. Até hoje me cobram a multa desse livro, mas por sorte saí do colégio antes de encherem o saco demais sobre isso. Mas vamos continuar a história.
Depois de algum tempo não queimei mais nada, um grande momento só lendo livros que valiam o tempo que eu “desperdiçava” com eles, salvo algumas excessões que não entrarei em detalhes por aqui hoje. Mas é claro, eu não estaria contando isso pra vocês se isso não tivesse acontecido de novo, certo? Essa é mais recente, tem umas 2 semanas, eu acho.
Bom, desta vez, o livro é algo mais… clássico. Ele se chama, ou melhor, se chamava Os Ratos de um autor chamado Dyonelio Machado que nunca ouvi falar, e que só comprei porque estava a fim de ler algo brasileiro. Só pra constar, eu li Memórias de um Sargento de Milícias e A Luneta Mágicae gostei muito desses livros, então no mesmo espírito, resolvi arriscar outro autor.
Não vou me ater a história dele, até porque ela não é importante, mas o que senti ao ler ele sim é o que interessa desse ponto em diante.puta livrinho chato. Nas primeiras 15 páginas, quis dar uma chance a ele, lendo e relendo cada parte que eu não entendia. Depois, comecei a entender o estilo do cara e não precisei mais reler. Da página 30 em diante, começou a me dar uma agonia, de que tudo o que estava escrito ali era totalmente dispensável, que nada dali fazia sentido e principalmente, que tudo era apenas um devaneio da mente do personagem principal, um devaneio bem chato por sinal. Nesse momento, estou o enviando pra Tijucas do Sul, onde tem um fogão a lenha, onde poderei dar uma utilidade melhor pra esse livro: lenha. Só espero que a comida que ele ajude a assar não seja possuída ou fique estragada, afinal, nunca se sabe…
Bom tudo isso que contei hoje pra vocês é só pra definir uma coisa: se você vai sofrer durante a leitura, acabe com o problema antes que ele acabe com você. Eu sobrevivi a vários desses problemas literários que me causaram grandes danos cerebrais, mas já sou lesado por natureza, então nem deu muita diferença. É só um aviso pra todos vocês que querem se arriscar com porcarias e não estão preparados. Mas caso queiram arriscar, manda um e-mail pra compartilhar suas loucuras, que as minhas já estão me trancando no canto ali, ó.

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