Grandes cenas musicais da Disney

Música quarta-feira, 07 de dezembro de 2011

Assim como a maioria dos leitores do Bacon, parte considerável da minha infância foi gasta em frente à televisão assistindo a filmes como O Rei Leão, A Pequena Sereia e Alladin. É claro que hoje em dia as crianças são bombardeadas com Hannah Montana e Demi Lovato, mas isso não nos dá o direito de simplesmente esquecer tudo o que a Disney e sua indústria de filmes fez pela gente. Então peço encarecidamente um minuto de silêncio pela morte da qualidade musical, e, logo depois, um high-five coletivo pelos bons tempos.

Ah, é, já vou avisando que pretendo fugir daqueles filmes geralmente aclamados, e falar daqueles mais esquecidos pelo grande público. Quem sabe outra hora, não?

Mulan é um filme melhor que O Rei Leão pouco valorizado. Ninguém costuma lembrar muito da história da menina que resolve fazer a diferença e mostrar que mulheres não são feitas só pra serem máquinas ferrenhas de reprodução e cozinha. E essa música aqui é engraçada, por que mostra a Mulan tentando se misturar aos homens glutões do exército chinês. A situação é a mesma quando seus amigos (Os de verdade, e não os furadores de olho) puxam sua namorada pra rodinha de conversa e, sem perceber, transformam ela num homem. O resultado é uma cena divertida e que deixa aquele gostinho de piada interna e zoação entre gente que se gosta.

Logo depois, ouso falar em A Princesa e o Sapo. É um filme ainda sem muito status, já que recente, mas que trouxe renovação à empresa. Ambientado na Nova Orleans dos anos 20, carrega uma pegada cheia de gingado e a trilha sonora é (Pasmem!) toda no jazz, abandonando aquela abordagem mais clássica e medieval dos filmes até então. Outro ponto forte é a heroína cheia de carisma, que não quer simplesmente esperar o príncipe encantado, e decide correr atrás do próprio sonho. Tudo bem que o fato da Diana querer ser uma cozinheira eleva o número de piadas relacionadas ao sexo feminino, mas não acabemos com seu mérito por juntar grana e conseguir seu próprio lugarzinho. Essa música aqui é bem animada, ótima pra aqueles dias em que é difícil até sair da cama – basta agir pra transformar sonhos em realidade. Na vida real a mensagem pode não ser tão verdadeira, mas mesmo assim ainda vale a pena a luta.

Vou falar de O Estranho Mundo de Jack por que sou fangirl até morrer a adaptação é cercada por algumas polêmicas. Como foi o primeiro filme em stop motion, a qualidade de som original é ruim. Logo, houve duas ou mais redublagens em alguns países e o Brasil não ficou de fora. Apesar de concordar que a segunda é bem feita e menos amadora, a primeira tem seu charme. Ora, nada melhor do que dublagem e adaptação experimentais em um filme experimental, certo?

De qualquer jeito, Que Isso?! é melhor do que a versão original. É o Halloween merece menção honrosa também já que, apesar de algumas traduções toscas, a ideia foi bem repassada.

E, pro final, os dois melhores filmes que a Disney já fez em toda sua história: A série Fantasia. Muita gente prefere o original, de 1940, ao de 2000. Mas ambos têm seu charme e momentos excepcionais e, acima de tudo, criativos. Afinal, ouvir a 5º sinfonia de Beethoven e imaginar borboletas em formato de origami é digno de mestres! O original, entretanto, é um tantinho de nada mais medonho sombrio e pesado. Provavelmente os diretores do filme levaram um ou dois puxões de orelha da associação de mães desocupadas da América, e a edição de 2000 é bem mais fofa e socialmente aceita. Fantasia 2000, apesar de tão escorraçado, marcou minha infância. Nunca achei o VHS à venda, e devo ter alugado na locadora mais ou menos 50 milhões de vezes na época, e, ainda hoje, me emociono pra caralho de leve com o seguinte clipe:

E o segundo mais marcante:

Agora comparem as duas atmosferas: A música mais assustadora do mundo Toccata e Fugue, adaptada do órgão pros instrumentos de corda, dá uma sensação inquietante, de morbidez estranhamente delicada, no longa original. Apesar de ambos os filmes, pelo menos ao meu ver, falarem sobre morte e ciclo da vida, em 1940 há um clima mais pesado, psicodelia e dorgas pesadas e… Enfim, é daí que deve ter surgido a ideia pro Suicide Mouse, não?

Enfim, espero que, um dia, nossa querida empresa do ratinho volte a esse estágio de pureza, criatividade e exploração intensa da mão-de-obra branca. Tá faltando algum item na lista?

Deixa a sugestão nos comentários pra ajudar na parte II. See ya’ll!

Nota do editor: Mulan melhor que Rei Leão? Aham, senta lá, Cláudia.

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