E Oscar vai para… Ninguém importante

Primeira Fila segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Chegou a época do ano em que eu humilho faço apostas saudáveis com a galera sobre o Oscar, a maior premiação do cinema, que chega a sua 89ª edição em 26 de fevereiro. Cheia de furos e obviedades, já não tem mais o glamour de antigamente. Ano passado, o ponto alto foi a participação da Gloria Pires na transmissão da Globo, um deleite reservado apenas aos brasileiros, porque não temos paciência para quem está começando.

Ao contrário de Gloria Pires, mesmo na qualidade de amadora, eu tenho – e muito – o que falar sobre o assunto. Indicar Aquarius cairia bem se bom gosto falasse mais alto que política. Colocar o fraco Pequeno Segredo para representar o país na premiação fala muito sobre o Brasil sem precisarmos abrir a boca. Deixar Amy Adams de fora é outra dessas falhas imperdoáveis. Meryl Streep deve ter algum pacto secreto com a academia, porque não importa o papel, lá está ela entre as melhores atrizes. Pelo menos a superestimada J Law não foi indicada pelo péssimo Passageiros.

Mas vamos ao que interessa: Quem leva essa bagaça?

Melhor filme

A Chegada
Um Limite Entre Nós
Até o Último Homem
A Qualquer Custo
Estrelas Além do Tempo
La La Land: Cantando Estações
Lion: Uma Jornada Para Casa
Manchester à Beira-Mar
Moonlight: Sob a Luz do Luar

Dentre os melhores filmes, só tive a oportunidade de conferir A Chegada, La La Land e Manchester à Beira-Mar. Apesar de fofo, La La Land não é muito mais do que isso e, levando em consideração que a protagonista da trama de ficção científica sequer foi indicada, apostaria em Manchester. Apesar de ser uma produção mais simples, tem um roteiro de maior substância e é muito bem defendido por Casey Affleck no papel principal.

Melhor diretor

Dennis Villeneuve (“A Chegada”)
Mel Gibson (“Até o Último Homem”)
Damien Chazelle (“La La Land: Cantando Estações”)
Kenneth Lonergan (“Manchester à Beira-Mar”)
Barry Jenkins (“Moonlight: Sob a Luz do Luar”)

Apesar de ter admirado o trabalho de Villeneuve e Lonergan, se for pra ganhar, serei obrigada a apostar na vitória de Damien Chazelle. Apesar de não ter apreciado tanto assim o musical, o maior problema foi a escalação de um elenco que não sabia, exatamente, cantar ou dançar e a trama batida. Chazelle fez um bom trabalho. A Chegada, certamente, é mais filme, mas quando Hollywood elenca um favorito a gente não discute. Só lamenta.

Melhor ator

Casey Affleck (“Manchester à Beira-Mar”)
Denzel Washington (“Cercas”)
Ryan Gosling (“La La Land: Cantando Estações”)
Andrew Garfield (“Até o Último Homem”)
Viggo Mortensen (“Capitão Fantástico“)

Casey Affleck venceu o Globo de Ouro, apesar das polêmicas acusações de assédio sexual contra duas colegas nas gravações de I’m Still Here e, após sua vitória, o burburinho acerca do assunto só cresceu. Nate Parker, de O Nascimento de Uma Nação, ficou longe das premiações por uma alegação de estupro e, seguindo a lógica, Affleck deveria seguir o rumo de casa. Mas não acho que será o caso e que ele é o favorito de 2017.

Affleck consegue dosar a carga de drama que confere ao personagem, já que é um filme triste, mas não um dramalhão mexicano, ou um épico hollywoodiano. Despretensioso, precisava de muita simplicidade e humanidade para dar a liga na história. E deu certo. Se ele não levar, seja por mérito ou por mau mau-caratismo, acredito que a Academia irá surpreender premiando Viggo Mortensen.

Melhor atriz

Natalie Portman (“Jackie“)
Emma Stone (“La La Land: Cantando Estações”)
Meryl Streep (“Florence: Quem é Essa Mulher?“)
Ruth Negga (“Loving“)
Isabelle Huppert (“Elle“)

Ninguém aguenta mais a Meryl Streep todo ano no Oscar. Nem a própria se aguenta mais. Vou de Isabelle Huppert, por Elle. Emma Stone é risível em La La Land e não achei Natalie Portman tão diferente de Katie Holmes interpretando Jackie Kennedy e não, não foi um elogio.

Melhor ator coadjuvante

Mahershala Ali (“Moonlight: Sob a Luz do Luar”)
Jeff Bridges (“A Qualquer Custo”)
Lucas Hedges (“Manchester à Beira-Mar”)
Dev Patel (“Lion: Uma Jornada Para Casa”)
Michael Shannon (“Animais Noturnos”)

Apesar de ter dado nota 4 para Animais Noturnos, foi justamente por causa da atuação de Michael Shannon, o único personagem que importa no thriller. Então vou torcer fortemente pra ele, porque literalmente carregou o filme nas costas.

Melhor atriz coadjuvante

Viola Davis (“Cercas”)
Naomi Harris (“Moonlight: Sob a Luz do Luar”)
Nicole Kidman (“Lion: Uma Jornada Para Casa”)
Octavia Spencer (“Estrelas Além do Tempo“)
Michelle Williams (“Manchester à Beira-Mar”)

Viola Davis, por eliminação, já que Williams quase não aparece em Manchester. Já tá começando a ficar difícil decidir isso ai.

Melhor roteiro original

Damien Chazelle (“La La Land: Cantando Estações”)
Kenneth Lonergan (“Manchester à Beira-Mar”)
Taylor Sheridan (“A Qualquer Custo”)
Yorgos Lanthimos e Efthimis Filippou (“O Lagosta“)
Mike Mills (“20th Century Woman“)

Kenneth Lonergan, já teci mil e um comentários. Next.

Melhor roteiro adaptado

Barry Jenkins (“Moonlight: Sob a Luz do Luar”)
Luke Davies (“Lion: Uma Jornada Para Casa”)
August Wilson (“Cercas”)
Allison Schroeder e Theodore Melfi (“Estrelas Além do Tempo”)
Eric Heisserer (“A Chegada”)

Não posso ser desonesta e apostar em algo que não vi. A Chegada tem um belo roteiro e eu li o ótimo conto que originou o longa. Acho que foi bem adaptado. Se foi bem adaptado o suficiente, só vou descobrir conferindo o resto. Mas estou LOUCA para ver Moonlight.

Melhor animação

Kubo e As Cordas Mágicas
Moana: Um Mar de Aventuras
Minha Vida de Abobrinha
A Tartaruga Vermelha
Zootopia

Zootopia ou Moana, não importa. Quem sai ganhando é o público.

Melhor filme em língua estrangeira

Terra de Minas – Dinamarca
Um Homem Chamado Ove – Suécia
O Apartamento – Irã
Tanna – Austrália
Toni Erdmann – Alemanha

Só assisti ao iraniano O apartamento e achei bem foda, bem mesmo. Acho que vence. Donald Trump não curtiu isso, mas segue o barco.

Melhor documentário

Fogo no Mar
Eu Não Sou Seu Negro
Life, Animated
O.J. Made in America
A 13ª Emenda

Apesar de ser fascinada pela história de O.J. Simpson, bem como por qualquer crime desses que bombam no Investigação Discovery, achei A 13ª Emenda fantástico.

P.S.: Trilha sonora original certamente vai para City of Stars, de La La Land porque a música é uma gracinha mesmo, então nem vou colocar o resto pra jogo. Nas outras categorias sou, de fato, incapaz de opinar. Então nem tento pra evitar a fadiga.

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