Crescendo

Nona Arte quarta-feira, 07 de outubro de 2009

Lembro com saudades da minha tenra infância (Que não foi há tanto tempo, apesar daqueles que afirmam que pareço dez anos mais velho do que realmente sou) e do seu cheiro de… papel. Sim, eu mal tinha saído das fraldas e já era viciado em leitura. Obviamente, comecei por baixo, com riminhas bobas de livros de caligrafia e os livros dos Pingos de Eliardo Franca. Mas, ao contrário da maioria dos meus colegas, não reservava a leitura apenas às aulas, esquecendo-a na hora do intervalo em prol do futebol, esconde-esconde ou assemelhados.

Aos poucos, fui avançando nas minhas preferências literárias: Dos Pingos, saltei para os livros infantis de Érico Veríssimo, e, daí, para o que deveria ser leitura obrigatória para toda criança brasileira: Monteiro Lobato e o Sítio do Picapau Amarelo. Talvez tenha começado aí meu fascínio pelo fantástico, mas agora não é o momento para discutir isso. Enfim, minha carreira como leitor fanático já começava a deslanchar, e, felizmente, meus pais perceberam logo essa tendência, tratando logo de alimentá-la. Como obviamente não dava para eles gastarem dezenas de reais por semana com livros, escolheram um caminho um tanto diferente: Assinaram todas as revistas possíveis da Turma da Mônica e algumas outras da Disney. Com isso, meu apetite era satisfeito com um material que tinha um bom potencial de releitura.

À medida que cresci, os hábitos foram mudando. Creio ter lido, se não toda, pelo menos uns 80% da Coleção Vaga-Lume, a clássica coleção Para Gostar de Ler, além de inúmeras coleções de mini-livros cujos nomes o tempo já apagou de minha memória. Por cerca de três anos, minha diversão era correr para a biblioteca logo que tocava o sinal para o intervalo e passar aqueles 20 minutos fuçando as prateleiras atrás de qualquer livro que me parecesse interessante. Logo depois, comecei minha própria biblioteca, sendo o volume inicial Comédias para se ler na Escola de Luís Fernando Veríssimo. Desde então, ela cresceu razoavelmente, chegando à marca atual dos cerca de 120 livros (Não muito, eu sei, mas a maioria do que leio é emprestada de amigos ou de bibliotecas. Faltam-me recursos.), sem contar os didáticos.

Hoje em dia, leio os livros e HQs no laptop, em PDF, antes de comprá-los. E, durante a leitura, interpreto, busco significados nas entrelinhas, detalhes escondidos nas imagens que desvendem mistérios antigos ou pressagiem fatos vindouros, e depois discuto as obras com meus amigos (Desisti dos fóruns há algum tempo). Eu me divirto com isso. Mas, lá no fundo, sinto mesmo é falta de me deitar na minha cama com uma pilha de gibis do lado e passar a tarde lendo e me divertindo, descompromissadamente, com as caças ao tesouro do Tio Patinhas e os planos frustrados do Cebolinha.

Leia mais em: , , , , , , ,

Antes de comentar, tenha em mente que...

...os comentários são de responsabilidade de seus autores, e o Bacon Frito não se responsabiliza por nenhum deles. Se fode ae.

confira

quem?

baconfrito