Clássicos do Horror – Bruxaria

Clássico é Clássico segunda-feira, 10 de maio de 2010

E continuamos nossa saga pela mitologia do terror no cinema. Não sei quanto vocês, mas só de reassistir alguns desses filmes para realizar essa coluna, eu comecei a perder um pouco do preconceito. Ou foi só porque o tema de hoje, mesmo não prometendo muito – trouxe um trio de filmes lendários (E um apenas divertido) e eternizados na história do cinema.
Mas antes de irmos a eles, vamos ver as curiosidades que o Wikipédias nos traz sobre o tema:

A palavra Bruxaria, segundo o uso corrente da língua portuguesa, designa as faculdades sobrenaturais de uma pessoa, que geralmente se utiliza de ritos mágicos, com intenção maligna – a magia negra – ou com intenção benigna – a magia branca. É também utilizada como sinônimo de curandeirismo e prática oracular, bem como de feitiçaria. Para os bruxos atuais, contudo, a Bruxaria é o culto à Deusa e ao Deus em sistemas que variam de uma deidade única hermafrodita ou feminina à pluralidade de panteões antigos, mais notadamente os panteões celta, egípcio, assírio, greco-romano e normando (viking).
Feiticeiro seria aquele que realiza feitiços, seja ele bruxo ou não, e feitiço, o gênero de magia cujo objetivo é interferir no estado mental, astral, físico e/ou na percepção que outra pessoa tem da realidade. A magia, por sua vez, é o uso de forças, entidades e/ou “energias” não pertencentes ao plano físico para nele interferir.

O Bebê de Rosemary

(Roman Polanski, 1968)

Como já falei no Top 100, não existe uma descrição melhor desse clássico (Que eu considero o melhor filme de terror já feito) do que a de um crítico anônimo, que deu nota 1 para o filme no IMDB.
Eu não gostei do filme porque ele fez me sentir uma pessoa impotente. A história é depressiva e nos faz sentir como uma pessoa que cai de uma montanha e exatamente no momento em que vamos chegar ao chão, ele acaba. Ele impede que sintamos a dor da queda de uma vez só e ao invés disso prolonga o seu efeito negativo por dias. Certamente que você será afetado pelo filme, mas eu acho uma tática covarde, elevar as coisas a esse nível de tensão. Meu comentário pode parecer cínico, mas eu não recomendo o filme para quem está procurando apenas uma boa obra de terror cujo objetivo é te fazer pular da cadeira somente enquanto o filme está rodando.
Isso é O Bebê de Rosemary – um filme que começa alegre, e vai se tornando angustiante, depressivo, corroendo qualquer sintoma de alegria que você pudesse portar antes de ter a estúpida idéia de assistir a obra. E quando você olha para os lados e descobre que está no inferno, o filme acaba e te tranca lá. Eu ainda poderia citar a melhor atuação de uma coadjuvante na história do cinema (Ruth Gordon, que levou o Oscar pelo papel), os acontecimentos sinistros que aconteceram na vida de Polanski na época (Charles Manson te diz alguma coisa?) ou o fato da obra não precisar de dar UM susto sequer, para alcançar esse status de obra prima do gênero. Mas ai vocês me perguntariam como ela não alcançou o Top 5.

Suspíria

(Dario Argento, 1977)

O Poderoso Chefão dos filmes “B” de Terror. O clássico do conceituado do diretor (De “B-Movies”) Dario Argento, se passa na Alemanha, e conta a história de Susan, uma jovem americana convidada para entrar em um conceituada academia de Balé. O clima de “tem alguma coisa errada” já se dá logo em sua chegada – tendo como auge o brutal assassinado de uma garota que acabara de conhecer. Sons noturnos, vermes caindo do teto e figuras sinistras – são o aviso de Argento que o abismo se aproxima, e o suficiente para fazer a protagonista começar a pesquisar sobre a academia e descobrir que uma lendária bruxa (A Rainha Negra) morrera lá quase um século antes. É o começo de um filme cheio de furos, roteiro simples, mas com um dos climas mais aterrorizantes que o cinema de terror já produziu e possivelmente a mais competente estética cinematográfica já utilizada pelo gênero – sejam nas cores presentes na morte das garotas em plenos vitrais coloridos, ou a morte de um cego em um belíssimo plano aberto.

A Convenção das Bruxas

(Nicolas Roeg, 1990)

Eu sei que um filme com Rowan Atkinson não pode ser considerado um filme de terror. Mas duvido que qualquer um de vocês que tenham assistido A Convenção das Bruxas quando criança não tenha ficado impressionado com a atmosfera de conspiração do filme. Saber que garotos estão sendo transformados em ratos, enquanto bruxas se reunem em um hotel – e ninguém faz nada, é mais do que podemos pedir para um filme destinado a crianças. E cáspita, como as bruxas são horrorosas – tenho preconceito com a Anjelica Huston até hoje por causa desse filme.

A Bruxa de Blair

(Daniel Myrick e Eduardo Sánchez, 1999)

Eu juro que quando escrever meu livro “Cinema: A Escória da Humanidade”, após ganhar meu Life Achievement Award das mãos de algum produtor hollywoodiano, vou dedicar um capítulo somente A Bruxa de Blair. O filme é a prova definitiva que o Cinema (Como qualquer outra coisa na vida) só da certo se despertar emoções. E não importa se você vai precisar de um roteiro a altura de Crepúsculo dos Deuses, uma ambientação da trilogia Senhor dos Anéis, ou um personagem do porte de Don Vito Corleone – um filme só se destacará se despertar emoções no espectador. Sabendo disso, Daniel Myrick e Eduardo Sánchez – dispondo de um orçamento de 35 mil dólares, chamam 3 atores desconhecidos, lhes dão uma câmera, um roteiro que consistia apenas de algumas ações, e os soltam em uma floresta (Com uma equipe escondida, os assustando com sons e objetos estranhos). Filme feito, os dois criadores da bagaça fazem a campanha viral mais fantástica da história do cinema, que consistia em lançar a seguinte frase em jornais, trailers e no começo do filme: Em outubro de 1994, três estudantes de cinema desapareceram na floresta próxima a Burkittsville, Maryland, enquanto filmavam um documentário… Um ano depois as imagens foram encontradas. Contando com a discrição dos atores, os boatos explodiram e o filme atingiu 250 milhões de dólares em bilheterias de todo mundo. A profecia estava cumprida: A lenda da bruxa deu lugar a um filme lendário.

E só pra não perder costume.
Morram.
Ou melhor… se sacrifiquem em algum ritual vudu.

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