Balanço Primeiro Semestre

Primeira Fila sexta-feira, 04 de julho de 2008

Terminado o mês de junho, já podemos fazer uma daquelas listinhas que a maioria das pessoas fingem não gostar, mas, pelo menos, dão uma espiadinha nem que for para dizer que é uma porcaria.

Como o tempo foi escasso, particularmente para mim, os grandes destaques deste primeiro semestre foram mesmo os filmes que ganharam repercussão em virtude do Oscar (se você quer uma listinha dos melhores blockbusters espere o final da temporada e peça para o Théo).

Obviamente que alguns filmes ficaram de fora (e não interessa para você saber quais foram) e outros não foram vistos por este humilde cinéfilo que vos escreve (isto que dá trabalhar 12 horas por dia), então, no momento, estes seriam os meus filmes prediletos do 1º semestre de 2008.

O Orfanato

Único filme não falado em inglês da lista, mas com bastante destaque, principalmente se levando em consideração que o gênero, suspense sobrenatural, que anda bastante desgastado. Mérito do excelente roteiro, direção e da protagonista Belén Rueda.

Across the Universe

Se não me engano estreou no finalzinho do ano, mas pelas minhas bandas somente em 2008, então vale um destaque especial para o musical (também, com uma trilha como a dos Beatles disponível é até covardia). Bons números musicais, traminha simples (mas, eficiente) e uma reconstituição de época muito boa. Com certeza, All you need Is Love!

Antes que o Diabo Saiba que Você está Morto

Já merece uma menção pelo simples fato de ser dirigido pelo veterano (digo, véio mesmo, 84 anos) Sidney Lumet, diretor de obras como Serpico e Um Dia de Cão. No entanto, Lumet ainda conta com um trama ótima sobre um assalto que acaba dando errado, paro por aqui para não revelar mais nada a vocês, para serem surpreendidos pelos personagens do filme. No elenco, a destacar os sempre eficientes Philip Seymour Hoffman e Albert Finney, além do momento Fênix da atriz Marisa Tomei, que há anos devia uma boa personagem num filme decente.

Onde os Fracos Não Têm Vez

A filmografia dos irmãos Coen não é para um público amplo. Donos de um humor característico e de uma violência crua, seus filmes dificilmente encontram gênero de definição. Aqui não é diferente, ganhador do Oscar de melhor filme (entre outros), pode ser um drama ou um jogo de gato-e-rato, mas de qualquer maneira é um excelente filme, isto que nem comentei Javier Bardem como o assassino mais insano em décadas, Anton Chigurh (foto abaixo com sua peculiar arma).

Longe Dela

A capacidade de renovação do cinema é incrível, quem esperaria que a jovem atriz Sarah Polley, de filmes tão díspares quanto Vamos Nessa!, Minha Vida Sem Mim e Madrugada dos Mortos, poderia ter tamanha delicadeza e maturidade para dirigir e roteirizar um filme tão bonito (mas extremamente triste) sobre a terceira idade e o Mal de Alzheimer. Méritos também para o casal de protagonistas, Julie Christie (fantástica) e Gordon Pinsent (ator canadense desconhecido do público, mas narrador e força motriz do filme).

Na Natureza Selvagem

Já falei tanto deste fantástico filme de Sean Penn que vocês já devem estar cansados de ler, então se não assistiram levantem a bunda e vão alugar o dvd do filme nas locadoras!

Senhores do Crime

Cronenberg, assim como os irmãos Coen, possui certas peculiaridades em sua filmografia que faz com que tenha fãs ávidos por seus filmes e um grande público que não reconheça seu trabalho autoral. Sim, você deve conhecer este nome do clássico A Mosca, mas Cronenberg foi muito além deste filme em sua carreira. Nos últimos anos se reinventou (após alguns equívocos) e nos entregou dois filmes que discutem a violência de maneira díspare mesmo possuindo certa sintonia: Marcas da Violência e este do título. Além disto, o diretor achou um ator clichê, Viggo Mortensen, impecável em ambos os filmes, principalmente, neste último (conseguindo assim, exorcizar um pouco o Aragorn da lembrança das pessoas).

Desejo e Reparação

Longe de ser um filme mimimi, por se tratar de um filme de época com toques de romance, Desejo e Reparação talvez seja o filme que mais me acompanhou neste primeiro semestre, tanto que estou lendo o romance que originou a triste história de Briony. Contando com um belo elenco, como não elogiar Keira Knightley (também se livrando das amarras de sua personagem do blockbuster Piratas do Caribe), a pequena Saoirse Ronan e a participação especial da veterana Vanessa Redgrave (foto), além dos óbvios, cenários, figurinos, fotografia, trilha sonora e uma belíssima sequência filmada sem cortes (méritos do diretor Joe Wright)?

Juno

Merece destaque por ser a melhor comédia (mesmo com toques de drama) e possuir um dos roteiros mais bacanas dos últimos meses. Quem diria que um filme sobre uma guria grávida na adolescência poderia render tanto falatório sobre esta questão e as inúmeras referências pops que inundam o filme, ainda bem que a direção e o elenco estão em sintonia. Palmas para a natureza “metidinha” de Ellen Page como Juno, jovem atriz num trabalho excepcional, que belo ano para papéis femininos, reparem!

Efeito Dominó

Para não dizerem que há somente filmes sérios ou do Oscar, o último destaque vai para o thriller “assalto á banco”, Efeito Dominó, protagonizado pelo melhor ator de filmes de ação atual, o inglês Jason Statham (Adrenalina e Carga Explosiva). Sob a direção do competente Roger Donaldson (13 Dias que Abalaram o Mundo e Sem Saída), a trama do filme é baseada em fatos reais, retrata um assalto á banco que acaba por envolver gângsters, cafetões, bandidos chinelos, a Scotland Yard e a monarquia inglesa em pleno os anos 70. Uma boa opção para quem já estiver cansados de super-heróis nos cinemas!

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