Aparadores de livros e a estupidez humana

Livros terça-feira, 04 de junho de 2019

Resolvi fazer um texto raiz aqui: Cês deixam seus livros na prateleira como?

 Auto-ajuda? Pode queimar.

Uma coisa que não falta em casa é prateleira, principalmente já que, há um tempo atrás, eu dei embora boa parte dos livros que eu tinha. Nesses meses aí no meio, pouquíssima coisa mudou: A última vez que comprei um livro foi há um mês atrás, mas é o primeiro em sei lá quanto tempo. Tirando esse mesmo livro, a última vez que li foi há uns bons meses. E além dessas águas mansas, não aconteceu absolutamente nada. Por isso que o assunto de hoje é extremamente besta.

Mesmo tendo menos livros em casa, também é verdade que há prateleiras cheias deles. E com isso vem aquela velha questão do pó, do espaço, da organização e – o importante aqui – de ter que mexer nesses livros de tempos em tempos pra que as traças e a sujeira não acabem com eles. Isso nos leva diretamente pro objeto maldito que inspira este texto:

 Esta bosta.

Eu sei que este da foto é o tipo básico e que tem uns bem legais, passando por personagens da cultura pop, o bom e velho oh-meu-deus-uma-flecha-atravessou-a-coisa-toda, o muito criativo “de A a Z” e mais uma pá de modelo, passando por metal, papel machê, pedra e sabe-se mais o quê. Com os nomes em português muitos singelos de “suporte para livros” ou “aparador”, essa porcaria é uma daquelas “invenções” que sequer merecer ser chamadas de “invenção”, de tão óbvio e simples que é… E eu não tenho nenhum.

Por quê? Porque não é prioridade alguma na minha vida exceto por aquele fatídico dia em que eu tenho que tirar os livros das prateleiras e fingir ser uma pessoa produtiva, tirando o pó, organizando a parada e tomando cuidado da inverter e trocar livros de lugar e evitar assim dobras, amassados, curvaturas e mais essas frescuradas todas. Isto nos leva diretamente pros aparadores: Toda vez eu me xingo por ser burro e imbecil e não ter comprado essas paradas. Eu tiro tudo das prateleiras, limpo a coisa toda, boto tudo de volta e aí juro pra mim mesmo que antes de comprar arroz, feijão ou até mesmo bala de goma, eu vou comprar esses aparadores.

E aí o que eu faço? Exatamente: EU COMPRO UM SKATE.

 Radicau

Depois disso, você aí, leitor incauto, pode estar pensando:

Bem, já que ele tá fazendo o texto de mimimi sobre isso então agora ele vai lembrar e comprar essa bosta

E é aí que você se engana. Por quê? Porque é final do mês e eu já me atolei em financiamento coletivo: Prioridades.

Com uma pesquisa rápida aqui no Mercado Livre, eu calculo que, pra comprar o tanto que eu preciso desses trecos, eu gastaria uns bons 100 bolsinhos (Desse tipo mais simples, vale dizer), o que não é tanto dinheiro assim, mas se for considerar que é um pedaço de plástico ou metal dobrado em “L”, também não é exatamente barato. E é bem verdade que eu ainda tenho que pagar cartão de crédito e umas outras contas… Pra não falar que já tem meses que eu tô me coçando pra comprar uma lavadora de alta pressão… E, claro, descontar o tanto de dinheiro que eu guardo todo mês. E, se tudo der certo, mês que vem entra também a academia porque skate custa caro na saúde… Dá pra me entender?

O resultado dessa equação toda é que eu sou um idiota mão de vaca sem assunto pra texto. Isso também significa que boa parte dos meus livros tem uma saudável curvatura, já que eles revezam entre estarem em pé e estarem deitados. O que significa que, quando eu morrer (O que, neste ritmo vai ser lá pra setembro ou outubro), nem mesmo o sebo mais vagabundo vai dar um dinheiro bom nesses livros, o quê, por sua vez, quer dizer que eles muito provavelmente serão doados pra um lugar qualquer. E isso é ruim porque caridade não abate no imposto de renda.

Assim sendo, só há um jeito real de resolver esse first world problem estupidíssimo: Churrasco em casa, quem topa?

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