Aliens, O Resgate (Aliens)

Cinema quinta-feira, 14 de junho de 2012

 Depois de escapar da nave cargueiro Nostromo, a tenente Ripley é encontrada flutuando pelo espaço em uma cápsula de fuga. De volta à Gateway Station, ela conta tudo o que realmente aconteceu a bordo da Nostromo. Sua história é aterrorizante, mas a princípio ninguém lhe dá atenção. Quando tudo leva a crer que os problemas de Ripley terminaram, estranhas notícias vindas de um planeta distante mostram que o pesadelo ainda está longe do fim.

Sabe aqueles casos quando, depois do sucesso de um filme legal, uma sequência é feita, e mesmo com todo o estigma negativo em cima das continuações, esse segundo filme consegue não só superar o original, expandindo o universo da obra e dando uma complexidade maior aos personagens, como também abrir caminho pra toda uma nova série de possibilidades na franquia?

É, não é isso que acontece aqui.

Pois é. Era óbvio que com o sucesso surpreendente do Alien, uma continuação tinha que ser produzida mais cedo ou mais tarde. E quem foi o diretor encarregado dessa tarefa? Ora, ninguém menos que James Cameron. Como ele só tinha O Exterminador do Futuro no currículo (E o grande Piranhas 2 – Assassinas Voadoras), a coisa deve ter parecido uma boa ideia na época. Mas mal sabiam os produtores que essa era a chance que ele que ele precisava pra começar a por em prática todas as suas brilhantes concepções cinematográficas.

 (insira risada maléfica aqui)

Ou sabiam sim, já que o filme é uma mera repetição de todos os elementos presentes na carreira do cara. Ou seja, foi um sucesso comercial, mas é o mais esquecível da franquia.

Vejamos, o primeiro filme acaba com a tenente Ripley (Sigourney Weaver) toda fodida conseguindo escapar do Alien nos últimos momentos e vagando inconscientemente pelo espaço. E o segundo começa com ela sendo resgatada. Mas logo a seguir, descobrimos que na verdade se passaram 57 anos desde os últimos eventos. E é claro que ela imediatamente conta pra galera sobre o Alien, além de, como boa exemplar da raça humana, tentar convencê-los a destruir toda a espécie. Só que o planeta do bicho já foi colonizado, com famílias vivendo lá e tudo o mais, sem sinal de alien nenhum. Mas depois de quase seis décadas de uma existência pacífica na colônia, é justamente nesse momento que a comunicação com o lugar é perdida (Eu acho, faz um tempão que eu vi o filme). Então a Companhia, corporação que financia essa exploração espacial, manda uns soldados pra ver o que tá acontecendo por lá. E convence a Ripley a ir junto como consultora, ou algo assim.

 Os séculos passam, mas esse visual anos 80 continua na moda.

E essa é a parte do filme que dá pra passar pra frente tranquilamente. Toda a chegada do grupo no planeta ocupa vários minutos de diálogos complicados demais (E igualmente irrelevantes) sobre a condição atmosférica do lugar e armamentos, tudo intercalado por imagens de radares, equipamentos de navegação espacial e afins. Depois de uma meia hora, eles finalmente chegam no local, que tá deserto e cheio de destroços. E acabam encontrando uma criança escondida e traumatizada, que é prontamente adotada pela Ripley.

Beleza, o filme chega até aí sem maiores dificuldades. Tirando a aproximação desnecessária com a Companhia. Tipo, no primeiro filme ela era como uma entidade inatingível. A gente ouvia falar dela, mas não tinha ideia do alcance do seu poder ou reais objetivos. Agora, com toda a sequência na Terra e um enviado da corporação presente na nave, parece que estamos lidando com uma empresa comum. Filha da puta, mas comum. Tipo uma operadora de telefonia. A Ripley briga com os funcionários da Companhia sobre a veracidade do Alien e o funcionamento dos androides do mesmo jeito que gente discute por um erro na conta do celular.

E essa exposição exagerada segue perceptível em todos os elementos do filme. Todo aquele clima claustrofóbico se perde quando um bando de militares começa a explodir centenas de aliens. Claro, ver aliens serem metralhados é bacana… Nos primeiros 5 minutos. Mas o problema não é o Aliens ser um filme de ação, e sim um filme de ação RUIM. Tirando algumas cenas divertidas no meio, os tiroteios que vão se repetindo até o fim são entediantes ao extremo. E confusos, já que é tudo muito escuro. Além disso, como a própria Ripley diz no início do filme, parece que todo mundo emburreceu nesses 57 anos. Não dá pra gostar de personagem nenhum. Tirando Bishop (Lance Henriksen), o androide. De resto, ninguém tem personalidade, são só meras representações das respectivas ocupações. Olha só, eu nem falei os nomes deles porque eu não lembro isso não tem relevância nenhuma. Os soldados são o arquétipo do militar padrão, que se repete em todos os filmes do diretor. O cara da companhia apenas cumpre ordens e a criança tosca é só uma vítima. Todos são substituíveis. Parece que os roteiristas fizeram de tudo pra o público passar a torcer pros aliens.

Mas calma, nem tudo é negativo. Eu já reclamei demais nesse post, então vamos aos pontos positivos.

SPOILERS A PARTIR DAQUI, PUTOS

No final do filme, a Ripley, um soldado (Em quem ela dá uns pegas um pouco antes [Nota do editor: Ela não dá uns pega, só tem um flerte muito do requenguela]) e a criança conseguem fugir de novo, hibernando em capsulas. Só que no início do Alien 3, descobrimos que os dois últimos morreram durante a viagem. Ou seja, tudo que o James Cameron tentou construir foi pro saco. O que torna o filme totalmente inútil. Minhas sinceras congratulações, David Fincher.

 Uma bela forma de dizer fodasse maluco.

Aliens – O Resgate

Aliens (137 minutos – Ação)
Lançamento: Estados Unidos, 1986
Direção: James Cameron
Roteiro: James Cameron
Elenco: Sigourney Weaver, Carrie Henn, Michael Biehn, Lance Henriksen, Bill Paxton

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