À Prova de Morte (Death Proof)

Filmes bons que passam batidos quarta-feira, 04 de maio de 2011

Putz, me dei conta que nunca escrevi nenhuma crítica específica a algum filme do diretor favorito da falecida Uiara: O Quentin Tarantino, é claro. Bom, como todos sabem, o Tarantino é um dos diretores expoentes da nova geração, muito graças à imensidão de referências que ele faz ao universo da cultura pop, e ao próprio cinema, em sua mais diversificada expressão (Seja a filmes clássicos, trash e etc.) e a um estilo que ele vem conseguindo fazer que seja próprio seu. Esse estilo é caracterizado por muito sangue, humor negro, diálogos inteligentes e às já citadas referências ao mundo pop. No texto de hoje, falarei sobre um filme de 2007, mas que só veio parar em terras tupiniquins a menos tempo, e que inclui bastante do modo como o diretor se propôs a fazer cinema.

Sinopse: Ao cair da noite, Jungle Julia (Sydney Tamiia Poitier), a DJ mais sexy de Austin, pode enfim se divertir com as suas duas melhores amigas. As três garotas saem noite adentro, atraindo a atenção de todos os freqüentadores masculinos dos bares e boates do Texas. Mas nem toda a atenção é inocente. Cobrindo de perto seus movimentos, está Stuntman Mike (Kurt Russel), um rebelde inquieto e temperamental, que se esconde atrás do volante do seu carro indestrutível

É! Parece que estamos vendo um belo par de pés, e ao fundo a estrada correndo ante nossos olhos, ao som de uma trilha sonora incunfundível. Poderiamos dizer que estamos vendo um filme da década de 70, por conta daquelas sujeiras na fotografia que vemos nos filmes antigos. A introdução das belas personagens Arlene (Vanessa Ferlito) e, Júlia Jungle e Shanna (Jordan Ladd) se dá dentro de um carro antigo, no qual as garotas conversam entre si, sobre drogas, suas experiências sexuais e diversos assuntos de uma maneira tão natural que só Tarantino poderia nos mostrar.

 Dizem que essa jukebox é do Tarantino. Alguém viu alguma jukebox aí?

Júlia, que é DJ da rádio mais famosa da roça que eles estão, conta para Arlene que fez uma brincadeirinha com ela. A brincadeira foi a seguinte, durante a noite em um dos points do lugar, o rapaz que reconhecesse Arlene, codinome Butterfly, apenas pela descrição de Jungle Júlia, e recitasse um poema para ela, ganharia da moça uma dança sensual. Mas Júlia faz uma restrição para Arlene, o cara teria que ser boa pinta, e que ela teria que ter vontade de transar com o cara a noite toda. Caso contrário, era só “Butterfly” falar que o cara chegou tarde demais e ela já teria feito a dança.

De vez enquando, Arlene tem a sensação de estar sendo seguida por um carro bastante peculiar (Acho que é um Maverick), com uma caveira em seu capô. Já na balada, as garotas enchem a cara com alguns rapazes e se divertem pra caramba. Por essas horas, entra no bar um cara bastante estranho, com uma cicatriz no olho e vestindo roupa de piloto de corrida (Depois ficamos sabendo que é roupa de dublê de filmes de ação). Ele pede uma bebida não alcoólica e começa a trocar ideia com uma loirinha até gatinha. A loirinha começa a dar ideia pro cara e ele acaba oferecendo uma carona pra ela, na hora que ele for embora.

 Se prepara pra dar uma voltinha, loirinha.

Lá pelas tantas, o cara vai conversar com as garotas, e não é que ele recita o poema para a Butterfly? Mas a Júlia fala que ela já fez a dança, querendo que o cara caia fora. Mas depois de conversarem um pouco, Arlene topa fazer a dança pro cara. O que vem a seguir, meu amigo, é uma sequência que deixa qualquer marmanjo babando durante alguns minutos. Eu não me lembro de assistir muitas cenas de dança tão sensuais como essa. Bom, o que eu posso dizer a partir daqui até o final da primeira parte do filme é que rola uma perseguição e um desfecho que nunca teria imaginado. Ah, também ficamos sabendo que o carro do cara é à prova de morte.

As coisas ficam tão boas nessa parte do filme que vou ser bem breve na segunda parte. Novamente, pés, garotas e carros antigos entram em cena. E de novo rolam diálogos divertidos, sobre praticamente os mesmos assuntos. Só que a parte final do filme é completamente cheia de ação. Tudo que o homem gosta tá aí, carros, mulheres gostosas, perseguições. Se você ainda tiver lendo essa bagaça, e não ter corrido para ver o filme, já me impressionou. Não vou contar o resto e estragar a surpresa.

 Líder de torcida + carros, combinação perfeita.

Então, vamos ao bônus. Bem, lembram da resenha do filme do Russ Meyer? Se tiverem visto o filme, vão entender direitinho tudo o que eu escrevi lá. A Varla até está na camisa da Shana Banana! Mais algumas, o toque do celular de uma das garotas da segunda parte do filme é a música que a enfermeira do Kill, Bill! assobia, ou seja, uma homenagem ao Bernard Herrmann, consequentemente ao Alfred Hithcock, e é claro, ao próprio Tarantino. Aliás, ele também se auto-homenageia colocando uma de suas personagens, a própria dublê da Uma Thurman como dublê da Uma Thurman. A podolatria do Buñuel também está presente. Há também diversas citações de road movies que Tarantino provavelmente assistiu no seu tempo de atendente de locadora (E praticamente só ele assistiu). Enfim, é um filme que o Tarantino fez pra si mesmo. E é claro, deve ter dezenas de referências que eu próprio não percebi. Você sabe de alguma que passou batido?

À Prova de Morte

Death Proof (114 minutos minutos – Ação)
Lançamento: Estados Unidos, 2007
Direção: Quentin Tarantino
Roteiro: Quentin Tarantino
Elenco: Kurt Russell, Zoe Bell, Rosario Dawson, Vanessa Ferlito, Jordan Ladd, Rose McGowan, Sydney Tamiia Poitier, Marley Shelton, Tracie Thoms, Mary Elizabeth Winstead, Marcy Harriell, Eli Roth

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