A Marca da Maldade (Touch of Evil)

Bogart é TANGA! terça-feira, 29 de junho de 2010

Em um dos primeiros textos meus no Bacon, Relíquia Macabra, falei sobre o início do Noir no cinema e as características peculiares desse gênero. No texto dessa semana, o filme em questão é considerado por muitos como a obra-prima do Noir, mesmo este sendo um filme que diverge em certos momentos das próprias do gênero.

Sinopse: Ramon Miguel Vargas (Charlton Heston) está em lua de mel com sua bela mulher Susan Vargas (Janet Leigh), no México, bem perto da fronteira com os EUA. Quando um assassinato ocorre, os conceitos da ética policial de Ramon se confrontam diretamente com os de Hank Quinlan (Orson Welles), o corrupto capitão da polícia local.

Em um certo dia de festa na fronteira do México com os Estados Unidos, um carro explode no momento em que o policial mexicano Vargas e sua esposa atravessavam a fronteira para comemorar nos Estados Unidos a lua de mel do casal. O carro que saiu do México atravessou a fronteira e explodiu no lado americano, o que fez que as polícias dos dois países formassem uma investigação conjunta. Pelo lado mexicano, o encarregado de tal tarefa é o já falado policial Vargas, enquanto pela parte americana quem investiga é o astuto e renomado detetive Quinlan.

 Olha o bigodinho dele…

Cada um dos dois detetives procura desenvolver seus próprios métodos de investigação, enquanto em paralelo, a quadrilha da família de traficantes mexicanos, os Grandi, fazem uma “pequena reunião” com Susie, à esposa de Vargas, que havia prendido o chefe da quadrilha. Os traficantes liderados por Tio Joe avisam a Susie sobre os impasses que Vargas tem criado na cidadezinha, com sua índole inabalável e senso de justiça (Ambas as características são opostas à tradicional imoralidade do protagonista do Noir).

Enquanto Vargas não avança em suas investigações, Quinlan parece ir muito bem. Em uma de suas investigações, descobre que a esposa do milionário assassinado no incidente do carro tinha um amante mexicano, junta 2 e 2 e julga o compatriota do Chaves de Vargas como acusado. Duvidando da acusação e dos métodos de Quinlan, Vargas deixa sua esposa em um hotel e segue para o local em que o policial americano interroga o suspeito, para averiguar com seus próprios olhos a autenticidade da acusação.

 “Vocês foram elimandos pela Argentina” – “E vocês por Gana, kkkk”

A família Grandi descobre sobre Susie, e vão até o hotel, para executar um plano bolado com a ajuda de Quinlan (Policial safado!). Paralelamente, Vargas começa a investigar o passado do próprio Quinlan e como se tornou um famoso policial. Ele descobre que depois do assassinato da esposa do policial americano, este nunca mais entrou em algum caso que não tenha terminado com o suspeito atrás das grades. Vargas parte então para um plano em que possa desmascarar o companheiro de profissão, resolver o caso do carro e resgatar sua amada.

Apesar de todo o culto por Cidadão Keane, por todas as suas inovações no mundo do cinema, A Marca da Maldade é considerado por muitos críticos como o melhor filme de Orson Welles, e um dos melhores da história do cinema, seja pela técnica perfeita (Como na magnífica seqüência inicial), pelo maniqueísmo criado por Welles em um filme Noir, pela intensa investigação psicológica ou pela monstruosa atuação do próprio Welles, como o detetive Quinlan. Eu poderia ainda falar muito sobre essa verdadeira obra-prima do cinema. Mas até parece que eu vou ficar dando tudo mastigado para um bando de folgados-sem-cultura. Assistam ao filme, pesquisem e aí sem vocês poderão ter argumentos pra falar sobre a Marca da Maldade.

A Marca da Maldade

Touch of Evil (95 minutos – Noir)
Lançamento: EUA, 1958
Direção: Orson Welles
Roteiro: Orson Welles, baseado em livro de Whit Masterson
Elenco: Charlton Heston, Janet Leigh, Orson Welles, Marlene Dietrich, Joseph Calleia, Akim Tamiroff

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