Review – Era Vulgaris (Queens Of The Stone Age)

Música segunda-feira, 30 de julho de 2007

O segundo cara mais foda da galáxia, se falando de música, Josh Homme, decidiu ser… inusitado no novo álbum da banda de stoner rock Queens Of The Stone Age: “Vamos usar nosso lado feminino nesse álbum.” – Foi o que ele disse. E descreveu o álbum como “Obscuro, pesado, e elétrico, meio como um construtor de obras“. Após o, na minha opinião, fiasco com o álbum Lullabies To Paralyze, o Queens Of The Stone Age não esconde a falta que o baixista Nick Olivieri faz.

A faixa Sick, Sick, Sick foi a primeira divulgada, e ela conta com a participação do vocal da única banda ex-indie legal: Julian Casablancas, The Strokes. Aí você pensa: Pode ser uma mistura bacana. Mas… se não falassem que essa música é do QOTSA, provavelmente você diria que ela é de QUALQUER banda, MENOS do QOTSA. É quando você pensa “Puta merda, mané lado feminino, os caras mudaram de vez”. É isso que você vai dizer, ou disse, após ouvir o Era Vulgaris pela primeira vez. É claro que após o álbum Songs For The Deaf, seria quase impossível cobrar por um álbum melhor, mas não era de se esperar que uma banda como o QOTSA fosse cair tanto. É claro, tem o fator “Não temos mais o Nick Olivieri”, e muita gente diz que o fato de o Dave Grohl estar no comando das baquetas no álbum Songs For The Deaf foi primordial pra que o álbum fosse o melhor da banda. Grohl é o cara mais foda da galáxia se falando de música, mas não merece todos os créditos por esse álbum – e quem ouviu o álbum Rated R sabe do que eu estou falando.

Mas enfim, voltando ao Era Vulgaris, talvez eu esteja sendo dramático ao falar que os caras despencaram no quesito qualidade. O fato é que o som não é o mesmo, e ouvir a faixa I’m Designer, som… distorcido, é falar “ISSO não é QOTSA”. Battery Acid é outro exemplo de som distorcido, mas não se compara por ser dançante.

O que falar, no geral, sobre o “lado feminino” da banda? É um lado mais dançante, psicodélico, com algumas chiadeiras e efeitos que você não imaginaria que o QOTSA fosse usar algum dia. Ou imaginaria, já que os caras são criativos pra cacete e sempre trazem uma novidade em cada álbum. Deve ser por isso o drama. Talvez o estilo dos dois últimos álbuns não tenham agradado muito meus ouvidos, mas eu diria que o Era Vulgaris, em questão de criatividade, é superior ao Lullabies To Paralyze, que é BEM cru. Só ouvindo o álbum várias vezes pra perceber, por exemplo, que as faixas Misfit Love e Turnin’ On The Screw lembram um pouco os primeiros trabalhos da banda, e que, definitivamente, todo aquele scream do Nick Olivieri ficou pra banda Mondo Generator, e só.

O álbum ainda traz a faixa Make It Wit Chu, regravação do som I Wanna Make It Witchu, da banda Desert Sessions, baladinha bacana que traz ela, Brody Dalle, nos vocais de apoio. O som 3’s & 7’s, pelo menos em seu refrão, traz lembranças do álbum Songs For The Deaf. Suture Up Your Future lembra um pouco o álbum Queens Of The Stone Age, talvez. A faixa River In The Road traz Mark Lanegan, antigo guitarrista da banda, nos vocais de apoio. Taí outro que faz falta. Run Pig Run fecha o álbum com distorção e variações, e até alguns… assovios.

Resumindo, não espere muito do álbum Era Vulgaris, se você é fã da banda. Se você está a procura de algo diferente, pode se deliciar com o álbum. Afinal, o álbum A NÍVEL DE QOTSA, é… regular. O álbum A NÍVEL DE stoner rock, é fraco. Agora, o álbum A NÍVEL DE som diferente, é bacana. Ao menos a banda não deixou os fãs na mão.

Era Vulgaris – Queens Of The Stone Age.
1. Turning On The Screw – 5:20
2. Sick, Sick, Sick (Participação de Julian Casablancas, dos Strokes) – 3:34
3. I’m Designer – 4:04
4. Into The Hollow – 3:32
5. Misfit Love – 5:39
6. Battery Acid – 4:36
7. Make It Wit Chu (Regravação de “I Wanna Make It Witchu” da banda Desert Sessions, com a participação de Brody Dalle) – 4:50
8. 3’s & 7’s – 3:34
9. Suture Up Your Future – 4:37
10. River In The Road – 3:19
11. Run Pig Run – 4:48

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