Vídeo-games: os próximos 25 anos – 2033

Games quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Esse post faz parte de uma série em 6 partes. Veja o primeiro post aqui.

Previsões para 2033

Ok. Me permitam agora viajar totalmente na maionese, me apoiando nas informações daquele artigo original do Cracked.com.

Fui lá conferir, e parece que a Sony realmente patenteou a idéia de transmitir imagens e sons diretamente para o cérebro através de ondas ultrassônicas. Parece mágico demais né? Mas nem é, um monte de animais usam ultra e infra som para se comunicar. Um ultra ou infra som é simplesmente um barulho alto ou baixo demais para o ouvido humano processar, mas que tem efeitos diferentes se emitido em direção a alguns materiais como paredes, metais e cérebros.

Estetoscópio com base em ultra-som. Um dos utensílios médicos que se aproveita das propriedades de transmissão de informação que o som de alta frequência e amplitude tem.

A idéia é a mesma da implantação de eletrodos que eu falei antes, só que nesse caso você nem precisa daqueles plugues que aparecem em filmes como Existenz e Matrix. Só precisa apontar o aparelho emissor para a cabeça e já era; transmissão instantânea e não invasiva de qualquer tipo de conteúdo que você possa imaginar: jogos, livros, filmes, músicas, treinamentos de novas habilidades…enfim, tudo que possa ser reduzido á algum tipo de informação codificada.

Isso não vai mais ser virtual, você vai entrar lá de verdade. Pelo menos é no que o seu cérebro vai acreditar.

Dá pra acreditar? E se eles descobrirem um comprimento de onda ultrassônica que mire direto nos centros de prazer? Você sabe, a gente joga vídeo-games porque isso de alguma forma estimula os nossos centros de prazer, seja matando zumbis em Resident Evil, roubando carros em GTA ou construindo casas e relacionamentos em The Sims. As narrativas dos jogos se tornam mais complexas para satisfazer a nossa necessidade de participar de uma história crível em forma de jogo; um enredo que nos envolva e aumente o prazer de acompanhá-lo. Como uma novela, ou um livro mesmo.

A partir do momento em que um aparelho consegue mirar diretamente nos centros de prazer, não existe mais um motivo para se fazer todo um invólucro narrativo, um pacote de historinhas que entregam a sensação de prazer. Manja drogas? Você sabe como o ecstasy funciona e porque nego usa até “fritar”? O MDMA (princípio ativo do ecstasy) simplesmente libera de uma vez só todas as substâncias responsáveis pela sensação de prazer no cérebro. O cara sente um prazer desgraçado e não consegue fazer mais nada da vida a não ser tentar sentir mais prazer, tocando em coisas, dançando, pegando em pessoas, etc. O Treta fez um pequeno vídeo compilando o comportamento desses seres em estado alterado decorrente da ativação exagerada dos centros de prazer.

E você sabe por que eles finalmente voltam ao estado “normal”? Porque depois de uma dose elevada de ecstasy as substâncias químicas que ativam os centros de prazer simplesmente ACABAM. E não adianta tomar mais, porque não tem mais neurotrasmissor para utilizar com fins de prazer. Os caras só param de tomar a parada porque ela não faz mais efeito. O prazer acaba compulsoriamente; é tipo uma trava de segurança evolutiva que faz o cara voltar ao mundo real e se preocupar com coisas importantes como comer e respirar.

Transfira essa lógica para um aparelho que mira diretamente na área de prazer do cérebro: todo mundo vai ficar utilizando a porra do aparelho até morrer ou acabar a pilha. Você não precisa mais de vídeo-games. Também não precisa mais de filmes, músicas, cinema, sexo, comida saborosa, NADA. Pelo menos vai acabar o drama da pirataria na internet.

Basicamente você não vai mais precisar se mexer para ter prazer. Entre no seu tanque e fique lá gozando eternamente.

Finalmente vamos atingir o que foi mostrado no filme Matrix, mas não na forma de mundo tecno-apocalíptico como na visão pessimista do filme. Vai ser uma utopia computadorizada, onde vamos viver em tanques nutrientes, só alternando entre descargas de prazer intensas e períodos de coma. Os períodos de coma servirão para recuperar os neurotransmissores que vão permitir novas descargas de prazer a assim por diante. Nos períodos de coma provavelmente vão rolar simulações de interações com os outros seres humanos que ainda estão por aí. Tenho a impressão de que o cérebro humano precisa de relações com outros seres humanos, para manter um fio de sanidade. Mas essas relações podem ser simuladas, e não precisam ser verdadeiras.

Por favor, simulem minhas relações com essa moça aqui, ok?

Isso vai continuar até o corpo não agüentar mais a vida no tanque nutriente e todos nós virarmos imensas uvas-passa rosadas em conserva. Se não aprendermos RÍPIDO a transferir nossos cérebros para computadores, estou prevendo que a humanidade vai acabar em mais ou menos 30 anos.

Bom, espero que vocês tenham gostado dessa projeção realista e fundamentada sobre os próximos 25 anos gamers. Muitos de nós sobreviverão para ver essas mudanças e isso definitivamente é o que deve acontecer até 2033.

Depois disso não sei o que vai acontecer, mas estou triste por descobrir que daqui a 25 anos os vídeo-games vão acabar. Bom, pelo menos também não vai ter mais aquele exame de próstata degradante.

Portanto, jogue mais vídeo-game AGORA. A vida é curta. Play more. Play hard.

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