A semana de um gamer ocupado [2]

Nerd-O-Matic quinta-feira, 05 de junho de 2008 – 6 comentários

Já fiz isso em janeiro e vou fazer de novo agora. Como falei naquela coluna, eu sinto falta de fazer reviews de jogos aqui, e enquanto não acho tempo para voltar com os fast-food reviews, aproveito minha coluna para falar um pouco sobre o que ando jogando.

Ando numa onda meio retro ultimamente. Deve ser castigo por ter xingado tanto os jogadores nostálgicos naquele conta-gotas de séculos atrás. Mas o que importa é eu me divertir, então fuóda-se.

Vamos lá, o que um cara ocupado como eu está jogando ultimamente? Vamos começar com o portátil ok?

Castlevania: Dawn of Sorrow (Nintendo DS)

Quando adquiri meu Nintendo DS, o mesmo já veio com os dois Castlevanias disponíveis para o portátil: Dawn of Sorrow e Portrait of Ruin. Caguei total para os dois joguinhos. Eu era fã do Castlevania do Super Nintendo, que até hoje jogo em emulador, mas não me empolguei com as versões do DS. Joguei cinco minutos de cada um, mais pela pira do console novo nas mãos do que propriamente pelos jogos. Encostei os dois e fui jogar outras coisas.

Aí né, há uns dias atrás vi a notícia do lançamento de Castlevania: Order of Ecclesia para o NDS e empolguei. Vi uns trailers, umas fotos e achei do caralho. Então resolvi retomar o Dawn of Sorrow, o primeiro Castlevania lançado para o DS, pra fazer um “esquenta” pro Order of Ecclesia.

Orra. Totalmente do caralho. Analisando agora vejo que o que tinha me afastado do jogo era o clima old-school que ele tem. Porra, eu tinha acabado de comprar um console NOVO pra jogar um jogo que era idêntico em gráficos ao Castlevania do Super NES? Fazia sentido que eu deixasse os dois de lado e fosse me admirar com outras coisas que utilizavam melhor o poder do portátil.

Mas Dawn of Sorrow é muito do cacete de bom. Ele tem o lance de você roubar habilidades de TODOS os monstros do jogo, o que torna a experiência toda altamente personalizável. Além disso, você pode alternar entre duas configurações diferentes de três habilidades e três equipamentos, tudo ao toque de um botão. Isso é animal e acaba com aquele problema desgraçado do Castlevania, de você ter que ficar entrando no menu pra trocar equipamento toda hora. Isso era um saco no Playstation.

Também achei os ambientes bem variados e a mistura de 3D com 2D é totalmente acima das expectativas para um jogo que foi um dos primeiros do DS, se não me engano. Completamente viciante, pelo jogo em si, porque a história é uma bosta. Não tem nada daquele clima de “wooooo estou no fucking castelo do fucking DRÍCULA COMEDOR DE GENTE mano!” E daí você enfrentava o Drácula no final. Mas aí estou sendo nostálgico demais também. Os jogos avançam e não dá pra repetir a mesma porra de história para sempre. Acho.

Ah sim, e graças ás duas telas do DS, agora você pode ter o mapa do castelo sendo exibido o tempo todo pra você. Baita mão na roda. Arrisco dizer que Castlevania nunca esteve tão confortável num console quanto está no DS.

Pro Evolution Soccer 2008 (Wii)

Devido á escassez de jogos bons para o Wii (sai MUITA merda para o Wii, cês não fazem idéia. Ainda vou fazer uma coluna sobre o assunto), tenho voltado minha atenção para o meu bom e velho PS2 nas últimas semanas, e considerando com carinho a cada vez mais próxima compra do meu X360. Não é que o Wii não tenha jogos bons, veja bem. O que acontece é que sai uma caralhada de jogos ruins, e você fica meio desanimado de acompanhar os lançamentos do Wii. Definitivamente é um mal dos consoles da Nintendo, porque a situação é a mesma com o DS.

Mas enfim, como costumo acompanhar todos os lançamentos, acabei batendo aí com o Pro Evolution Soccer e fiquei curioso. Futebol no Wii? Vocês também não ficam curiosos pra ver como isso funciona com o wiimote? De início pensei que não iam fazer picas com o wiimote, e iam simplesmente lançar mais um jogo de futebol para ser jogado com o controle tradicional. Orra, me enganei feio.

Pro Evolution é uma evolução no quesito “controle em jogos de futebol”cara, e eu particularmente acho difícil voltar aos controles tradicionais agora. O que acontece é que você não precisa mais ficar “carregando” a bola e seu jogador pela tela, como acontece nos outros consoles. Aqui a coisa é muito mais simples e intuitiva: tu simplesmente aponta pra onde quer que a bola vá, e as coisas vão acontecendo.

Falando assim parece que o jogo foi idiotizado, tornado uma coisa fácil e simples demais, mas não é isso. Você ainda controla seus jogadores individualmente, se assim o preferir. Aliás, isso funciona muito melhor agora. Por exemplo, digamos que vai ter uma cobrança de escanteio e você já marcou pro cara chutar na pequena área. Mas aí você vê que todos os seus atacantes estão marcados pelos oponentes. Você pode simplesmente apontar pra um zagueiro seu que esteja fora da área, apertar o botão nele (selecionando-o) e fazer um movimento rápido com o wiimote pra dentro da pequena área. O magrão vai correr e se posicionar onde você finalizou a movimentação do wiimote. Aí cê cobra o escanteio apontando pra esse zagueiro, que vai estar sem marcação, e dá uma sacudida no nunchuk, em direção ao gol, antes que a bola chegue no zagueiro. Isso é a indicação pra ele cabecear, o que ele vai fazer direto pro gol e tu só corre pro abraço.

Agora imagina essa descrição toda aí do parágrafo de cima acontecendo em tipo, DOIS SEGUNDOS, no jogo. Animal né? Muito fluido, muito dinâmico e muito divertido. E o jogo todo é assim. Dá um certo trabalho pra aprender todos os gestos do wiimote e do nunchuck, mas depois que você aprende nunca mais quer voltar pro controle tradicional. Estou me divertindo pra cacete com o joguinho e devo dizer que é o tipo de coisa que reestabelece minha fé no Wii como o console mais inovador de sua geração.

Super Metroid (Super Nintendo)

Estou jogando Super Metroid porque o Olaf me intimou nos comentários do Overdose Sci-Fi. Taí mais um jogo que eu devia ter jogado antes.

É sempre difícil pegar um jogo antigo de uma franquia onde você só conhece os jogos mais novos. Eu conhecia os Metroids do NDS e do Wii, que achei completamente espetaculares. Eu não queria ver os Metroids mais antigos, porque eu tenho essa coisa de “os jogos avançam, vamos deixar o passado no passado e etc.”. Mas a vida é assim mesmo, você tem que aprender a engolir suas palavras antes que alguém faça você engolir.

Então deixei o orgulho de lado e meti as caras em Super Metroid. Pega emuladorzinho, carrega ROM e etc. Uma vantagem de se jogar Super NES em emulador é que você consegue qualquer porra de jogo a qualquer hora. E os downloads levam uns três ou quatro segundos. É quase que um acesso instantâneo á memória dos games, uma beleza. Espero pelo dia em que isso aconteça com a geração atual ou pelo menos com a geração do Playstation 2. Isso já quase acontece com a geração do Playstation, e definitivamente acontece com os jogos de Nintendo 64. Uma maravilha para quem preza os vídeo-games.

Mas então, Super Metroid. De todos os jogos que estou falando aqui hoje deve ser realmente o que mais me surpreendeu, porque eu não esperava muita coisa. Eu lembro de ver pessoas jogando Super Metroid na época de ouro do Super Nes, e lembro das reviews acaloradas e fotos do jogo nas revistas. Mas sei lá, nunca tive a chance de alugar o jogo, ou simplesmente tinha outras coisas pra jogar. Então foi muito bom nunca ter tido muito contato, porque senti a força do jogo de forma plena.

A primeira coisa que realmente empolga em Super Metroid são os efeitos sonoros. Ou a falta deles. Gosto muito de como a música é bem colocada no jogo, mudando radicalmente nos momentos de tensão. Me lembrou muito o uso da música nos melhores RPG’s que já vi. Quem diria que aquelas midis porcas dos cartuchos de Super NES ainda conseguiriam me arrancar alguma emoção.

Depois disso o que me arrebatou em Super Metroid foi a narrativa do jogo, a forma como os eventos vão se desenrolando. O que é aquele começo onde você tem que sair NO GÍS do laboratório antes de tudo ir pelos ares? Espetacular. Tu acabou de entrar no jogo e já se sente numa porra de filme de ficção-científica. E não é só fugir do lugar, cê tem que ir manobrando seus pulos nas plataformas que ficam girando e tals. Tensão mano, tensão.

Mas a melhor parte mesmo foi descobrir que tudo que eu achava inovador no Metroid do Wii já estava na versão do Super Nes, principalmente as armas, menus e história intrincada. Foi muito legal descobrir que é a mesma forma de jogo e os mesmos esquemas de desenvolvimento de solução dos puzzles de ambiente. Foi tipo uma nostalgia ao contrário. Foi um déja-vu gamístico, se é que isso é possível; uma sensação de já ter visto aquilo antes em outro lugar, mas não como uma simples lembrança e sim como uma identificação de já ter sentidos os mesmo sentimentos a respeito de um jogo, em outro lugar e tempo diferentes. Bizarro. Recomendo a todos que passem por isso um dia. Vai estreitar os seus laços com seus vídeo-games preferidos.

Caralho, como eu me empolgo pra falar de jogos. E nem falei o que tô jogando no PSP e no PS2. Fica pra próxima coluna, ok? Se eu não achar outro tema mais interessante, claro.

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