Os 7 Livros Mais Prejudiciais a Sua Mente – 7. CAOS – Terrorismo Poético & Outros Crimes Exemplares (Hakim Bey)

Livros sexta-feira, 08 de fevereiro de 2008 – 8 comentários

Este texto faz parte de uma lista que, definitivamente, não é um top 10. Veja o índice aqui.

Ok. O nome é Hakim Bey, uma das maiores incógnitas do fim do século XX.
Nunca fotografado, nunca entrevistado, o Profeta do Anarquismo Ontológico ataca violentamente as bases da sociedade moderna.
Este livro não vai te deixar louco – este livro vai te deixar com Vontade de ser louco. De Conhecer a loucura de perto. De ir mais além, de transgredir, de subverter. Porque, sim, CAOS é um livro Subversivo.

Considerado um “estudo sociológico” (falicitação na catalogação, claro), CAOS – Terrorismo Poético & Outros Crimes Exemplares discorre sobre o Levante. Inventado por Hakim Bey, o Anarquismo Ontológico não procura soluções “salvacionistas” para a “Ordem Mundial”, não se trata de “política revolucionária”. Nada de “Morte á Burguesia”. É o Presente em si mesmo. A busca pela Liberdade Individual & Instantânea através de Ações que desafiam a Ordem.

O livro começa com uma série de “Lendas” a respeito de Caos. Não como um sinônimo de desordem, mas como um conceito que engloba tudo. “Caos são todas as Ordens ao mesmo tempo”. É o começo dos tempos. O Uno. A Divindade.
Afinal de contas, “Caos é Hun Tun, Imperador do Centro. Um dia, O Mar do Sul, Imperador Shu, & o Mar do Norte, Imperador Hu (shu hu = relâmpago), visitaram Hun Tun, que sempre os recebeu bem. Desejando retribuir sua gentileza, eles disseram: ‘Todos os seres têm sete orifícios para ver, ouvir, comer cagar etc. – mas o pobre velho Hun Tun não tem nenhum! Vamos perfurar alguns nele!’ E assim fizeram – um orifício por dia – até que, no sétimo dia, o Caos morreu.”

Só aí, a mistura de lendas orientais, conceitos islâmicos e muita droga na cabeça do Hakim Bey já é incrível.
Mas ele vai além.

Algumas idéias Poético-Terroristas que ainda Continuam em Triste Languidez no Reino da “Arte Conceitual”:

1. Entre na área dos caixas eletrônicos do Citibank ou do Chembank numa hora de muito movimento, cague no chão & vá embora.
(…)
3. Cole em lugares públicos um cartaz xerocado com a foto de um lindo garoto de 12 anos, nu & se masturbando, com o título bem á vista: A FACE DE DEUS.

Claro, isso sem esquecer de sugerir o envio de macumbas e magias negras muçulmanas (que invocam o Djim Negro, de acordo com o autor) a “instituições malignas”, como o New York Times e afins. Ou por que não uma ameaça falsa de Antrax dentro da Bolsa de Valores ás seis da tarde? O importante é a desordem, quebrar o fluxo, instituir o Caos novamente como situação primordial. Uma volta ao início do universo na figura de um Morteiro sendo lançado contra a vitrine das Casas Bahia.

E o melhor: Dá Vontade!

CAOS – Terrorismo Poético & Outros Crimes Exemplares foi novamente publicado no Brasil pela Conrad em 2003 e continua em constante impressão. É considerado, junto com TAZ – Zona Autônoma Temporária, o marco de uma nova forma de revolta. Sem esperanças á revolução, sem heroísmos, sem exaltação da pobreza ou demonização do dinheiro – pura Desordem, Liberdade e, principalmente, Diversão. Sem Leis.
“Se a rebelião provar-se impossível, pelo menos algum tipo de guerra santa clandestina deve ser iniciada. Que ela siga as bandeiras de guerra do dragão negro anarquista, Tiamat, Hun Tun.
O Caos nunca morreu.”

E, claro, começamos trabalhando seu espírito de rebeldia. O próximo passo é desenvolver seu gosto pela Alucinação. Drogas Pesadas, meu caro, na sexta posição.

CAOS – Terrorismo Poético & Outros Crimes Exemplares

Título original Chaos
Ano de Edição: 2003
Autor: Bey, Hakim
Número de Páginas: 117
Editora:Conrad

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