Review – The Meanest Of Times (Dropkick Murphys)

Música segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Dá pra levar a sério uma banda que usa uma gaita-de-fole?

Famous For Nothing abre o álbum dizendo que sim, trazendo aquele hardcore de bêbado que passa o dia bebendo e… tocando uma gaita-de-fole. God Willing não foge do ritmo, e aqui você já estará bebendo uma garrafa atrás da outra. Com a batida um pouco mais leve e ritmo mais dançante, cuidado pra não cair sentado em cima das garrafas. The State Of Massachusetts pede uma rodada com quinze garrafas de chopp, baralhos e muita, mas muita mulher pelada. O estilo musical desses caras é um tanto quanto empolgante, daqueles que te faz se sentir no faroeste, com a arma carregada e um monte de cara folgado pedindo pra morrer. Tomorrow’s Industry já é um hardcore “tradicional”, nenhuma surpresa. Aliás, falando em faroeste, uma banda nacional que representa bem isso é o Matanza, mas não chega a ser um Dropkick Murphys brasileiro – os estilos são levemente diferentes.

Echo’s On “A” Street te faz perceber que, apesar de repetitiva, a bateria da banda está sempre em destaque. Aliás, repetitiva em termos, ela varia bastante pra um hardcore, mas a sensação de estar ouvindo a mesma música sempre é a mesma. Chegando em Vices And Virtues, o álbum já está começando a ficar enjoativo. Tá, o som continua sendo empolgante, mas é o que eu disse na faixa anterior: Som repetitivo. Voltando a falar sobre Matanza, os caras conseguem variar melhor que os Murphys, e olha que os músicos são inferiores. Surrender, finalmente, traz um ritmo diferente, com guitarras abafadas nos versos e um refrão mais calmo, sei lá, menos gritado e com um som mais limpo. Flannigans Ball você já ouviu por aqui, este é o novo single da banda. O vocalista tá bêbado, certeza. E, finalmente, a gaita-de-fole ganhando destaque, já tinha até me esquecido dela. Enfim, o som é BEM legal, aqui o álbum começa a perder o “enjoativo”.

I’ll Begin Again volta com o tradicional, também com solos que deram uma boa variada, enfim. Mas nada demais. Fairmount Hill é uma faixa mais calma, sem aquela monotonia de acordes repetitivos. Agora sim os caras variaram, e este som é perfeito pra cantar caminhando pela rua, bêbado, após ser expulso do bar. Loyal To No-One faz você ficar batendo o pé no chão, mas a velha impressão do “de novo essa música?” volta. Shattered, apesar de manter a mesma impressão, tem a batida mais agradável, daquelas de fazer você fazer um bate cabeça com seu irmão recém nascido, já que você teve que ficar cuidando dele aí enquanto seus pais disseram que iam na missa, mas na verdade estão fabricando mais um irmão pra te manter ocupado.

Rude Awakenings, mais uma vez o vocalista está bêbado. E este som é perfeito pra você cantar enquanto está sentado na calçada, no meio da madrugada, esperando o amanhecer pro bar abrir de novo. Johnny, I Hardly Knew Ya você canta quando o bar abre, e Never Forget você canta abraçado com o dono do bar. O sino que toca no fim da música é bastante sugestivo, tendo em vista que você não vai pagar a conta. E assim o álbum seria encerrado, se não fosse a bonus track Jailbreak que não, não é um cover de AC/DC. Mas o ritmo da guitarra tá quase lá, quem sabe um dia. Som dançante, mais uma vez os caras conseguiram variar. Mas é bem isso, o álbum é bacana porém repetitivo. Daqueles que você ouve de vez em quando pra não enjoar rápido. A não ser que este seja seu estilo, claro.

The Meanest Of Times – Dropkick Murphys
1. Famous For Nothing
2. God Willing
3. The State Of Massachusetts
4. Tomorrow’s Industry
5. Echo’s On “A” Street
6. Vices And Virtues
7. Surrender
8. Flannigans Ball
9. I’ll Begin Again
10. Fairmount Hill
11. Loyal To No-One
12. Shattered
13. Rude Awakenings
14. Johnny, I Hardly Knew Ya
15. Never Forget
16. Jailbreak (Bonus Track)

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