Resenha – O Vigarista do Ano

Cinema sábado, 15 de setembro de 2007

Assistir O VIGARISTA DO ANO, de Lasse Hallström (diretor dos dramas Regras da Vida e Chegadas e Partidas), após conhecer a vida de Howard Hughes mostrada na cineobiografia O Aviador (se você não viu veja!), de Martin Scorsese, é muito prático, pois este estranho milionário recluso, que no filme aparece somente em imagens e fotos de arquivo, é um dos envolvidos no golpe do escritor Clifford Irving (Richard Gere, canastrão na medida certa) e seu parceiro Richard Suskind (impagável Alfred Molina, de Homem-Aranha 2), que resolvem escrever uma biografia autorizada de Hughes, sem o mesmo saber, apresentando para uma editora como se fosse o livro do século.

Com roteiro de William Wheeler baseado no livro de Clifford Irving (este verdadeiro a princípio), O VIGARISTA DO ANO começa como uma comédia espirituosa sobre golpistas, assim como ocorria em Prenda-me se For Capaz, de Steven Spielberg. No entanto, quando figuras como Richard Nixon, na época presidente dos EUA, começam a ser citados na trama o filme modifica o tom e começa e se levar a sério demais. A participação do elenco feminino, principalmente os amores de Clifford, não são muito bem trabalhados, apesar das excelentes atrizes Márcia Gay Harden e Julie Delpy.

Ambientado nos anos 70, com uma ótima reconstituição de época (tanto dos cenários e figurinos quanto a trilha sonora), O VIGARISTA DO ANO utiliza o carisma da dupla Gere e Molina para torcermos pelos malandros nas mais inusitadas peripécias tentando construir a biografia de Hughes e provar que ela é real para a editora, obviamente, em troca de um pomposo cheque. Mesmo sendo baseado em fatos reais há algumas situações no filme que facilitam demais a vida dos protagonistas, o tornando inverossímil em algumas seqüências.

Um milagre, Gere atuando bem

A direção de Lasse Hallström está inspirada, finalmente o diretor conseguiu aliar uma narrativa mais comercial com toques de cinema autoral, claramente deixando de ser chato. Em O VIGARISTA DO ANO, Hallström cria planos inteligentes como os olhos inquisidores de Hughes sobre Clifford num determinado momento, ou mesmo quando Clifford, cascateiro como ele só, conta suas aventuras para encontrar Hughes, onde vemos os fatos reais acontecidos e o que o personagem está contando sobrepostos.

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