Resenha – Número 23

Cinema quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Filme do começo de 2007, mais precisamente do dia 23 de Março aqui, no Brasil. Dia 23 de Fevereiro lá fora. Duas sextas-feiras, uma no mês 2 e a outra no 3. Como bom paranóico, achei que seria certo que essa resenha ficasse comigo, enfim. Com Jim Carrey (Eu, eu Mesmo & Irene), Virginia Madsen (Firewall) e Logan Lerman (Os Indomáveis), o filme tem um propósito: Fazer você sair do cinema procurando por coincidências envolvendo os números 2 e 3, como um completo… idiota. É fato que eles conseguem, mas poderia ser mais.

Hm… braile.

É quase obrigatório comentar que este é mais um dos raros filmes em que Jim Carrey NÃO faz caretas, mas isso é extremamente… vazio. Walter Sparrow (Jim Carrey) trabalha para a… carrocinha, e é pai de família nas horas vagas. É claro que tudo começa com o número 23 sendo mostrado, e você acaba se prendendo a esse detalhe (de procurar por mensagens subliminares) que acaba se esquecendo do filme em si. O cara ganha um livro de sua esposa, Agatha (Virginia Madsen), chamado “O Número 23”. Basicamente, o livro conta a história de um cara obsessivo pelo número 23, extremamente paranóico pelo fato desse número fazer parte de sua vida. Geralmente, quando alguma coisa começa a acontecer com frequência com VOCÊ, se você tiver a imaginação fértil (ou ler a coluna do João Bidu diariamente, mesmo que seja mensal), você vai achar que aquilo está te perseguindo, e vai começar a PERSEGUIR aquilo. Posso me usar como exemplo e, se você não estiver nem um pouco a fim de saber sobre mim, pule o parágrafo abaixo.

O número 3 me persegue, desde 2003. Sério. Muita coisa que eu fazia, falava ou acontecia comigo, estava lá esse número. Posso fazer um Théo Facts com isso. Muita coisa banal, até.
– No 3º colegial, quando eu já não estava mais levando a sério uma idéia absurda de fazer artes cênicas com meu amigo só pra ter a experiência para fazermos um seriado sensacional, uma garota pelo qual eu estava gamadão há 3 anos (eu JURO que eu não estou inventando), me disse do nada (ela costumava dizer coisas do nada) que o número da Arte era… 3. Deve ser mentira, mas que se dane.
– Em minha casa, há 3 andares, sendo que: No andar debaixo, mora meu irmão com seu filho e esposa; no andar do meio, eu e meus pais; e no andar de cima, a laje, moram três cachorros (inúteis). Sim, 3 andares e 3 seres vivos em cada andar.
– Das 6 pessoas que moram aqui, TODAS têm 5 letras em seu primeiro nome (Théo é só um apelido). 5 x 6 = 30. E, pra reforçar, 5 das 6 têm 3 sobrenomes. 5 x 3 = 15; 30 – 15 = 15. Somando os nomes dos cachorros, dá 18. 15 – 18 = -3. E, sem parar, dá pra fazer outra conta: 1 + 8 = 9. 9 : 3 (número de cachorros) = 3.
– Meu nome completo, aquele que eu não gosto de revelar, é formado assim (somando-se as letras, sendo que A = 1, B = 2 e assim vai): 33 (logo de cara) 70 44. Somando tudo: 6 7 8. 6 + 7 + 8 = 21. 2 + 1 = 3. ORRÔ!
– Meu curso atual tem a duração de 3 anos.
– Minha data de nascimento é dia 26. 2 : 6 = 0,333.
– Hoje é dia 10/01/2008. 10 + 1 + 2008 = 2019; 2 + 1 + 9 = 12; 1 + 2 = 3. Ninguém vai acreditar se eu disser que eu só percebi isso agora, mas beleza.
– Tá, já convenci. Com base nisso você fará uma idéia do que eu estou querendo dizer em OBSESSÃO.

“EU PROMETO NUNCA MAIS FAZER UM FILME BOM.”

Lendo o livro, Sparrow começa a se identificar, encontrando semelhanças da história com seu passado. Com o tempo, começa a ficar paranóico e pensa que o maldito livro conta a história dele. Uma série de coincidências o leva a loucura, fazendo-o correr atrás de coisas absurdas e tornar o número 23 um enigma. Eis algumas teses do cara:

– O eixo da terra está inclinado 23,5 graus.
– As células somáticas dos humanos têm 23 pares de cromossomos.
– Os Maias acreditavam que o mundo acabaria no dia 23 de Dezembro de 2012. 20 + 1 + 2 = 23.
– 23. 2 : 3 = 0,666.

E por aí vai.

E é aí que o cara fica completamente maluco, desconfia da esposa e corre atrás de nomes pra saber quem escreveu o livro. Até seu filho acaba entrando nessa onda de enigmas. Com um final não tão surpreendente assim, o filme se torna monótono e você não aguenta mais ver coincidências e toda aquela enrolação. O que era pra ser um suspense cabuloso com um final sensacional, ficou extremamente clichê e, repito, monótono. Em certo trecho do filme você pode dormir e, acredite, você não vai perder nada.

Parece ser um filme doente. Parece.

Chega um ponto que você começa a falar “porra, isso tá errado” e começa a fazer suas próprias contas Só pra poder discordar do filme. E outra, Jim Carrey ficou totalmente perdido nesse papel. Pra um paranóico como eu que esperava se identificar e colocar o DVD na prateleira de melhores filmes, decepcionante. Mas uma boa pra se passar o tempo tentando resolver enigmas.

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