Refilmagens, remakes, seqüências, prequels e muita criatividade

Cinema segunda-feira, 04 de abril de 2011

“Dos 100 filmes que mais arrecadaram por ano nos últimos dez anos, 74 são continuações ou refilmagens de filmes anteriores, ou adaptações de quadrinhos, video games, livros e outros. Transformar o velho em novo é o maior talento de Hollywood.”, diz Kirby Ferguson. E o nosso é dar lucro a eles. Até o momento, temos três sequências de um filme adaptado de um brinquedo de parque de diversões, um filme musical baseado em um musical baseado em um filme, duas sequências de um filme que foi adaptado de um desenho animado que foi baseado em uma linha de brinquedos e um filme baseado em dois livros, em que um deles foi baseado em um blog inspirado por outro livro que foi adaptado no filme. Entenderam? Tudo bem se você ficou confuso. Eu também fico. Expondo as franquias que não param de crescer e a estranha evolução dos vampiros, de criaturas horrendas a bonitões sensíveis, surge uma pergunta: Existe originalidade em Hollywood?

Existe originalidade em algum lugar? Sabemos que a maioria das músicas que ouvimos não chegou aos nossos ouvidos da maneira mais original possível. Pelo menos eu sei e percebo que muita coisa que ouvimos não é original. Veja (e ouça no video abaixo):
Na música era desse jeito. Tudo é um clichê, tudo é um remix, nem é preciso entrar em outros méritos e mostrar que o que se faz hoje é apenas um outro jeito de se fazer o que se sempre se fez. Quase tudo parece alguma coisa. E não é só do Led Zepellin que eu estou falando. Mas como o texto é sobre cinema, deixem sugestões nos comentários. Vamos falar de música outro dia. O grande problema agora é o cinema. Será que a repetição não está nos cansando também? Eu tenho ido muito pouco ao cinema porque acho mais fácil baixar e assistir em casa ou porque estou cansado de ver mais do mesmo?

Vão refilmar O Guarda Costas e Fuga de Nova Iorque. O detalhe disso é que as novas versões não terão quase nada a ver com as originais. Pra vocês terem uma vaga idéia, no novo Fuga de Nova Iorque, além de não termos Kurt Russell como Snake, não teremos nem a cidade de Nova Iorque. A história foi toda remodelada. Vai ser um Fuga de NY sem fugir de NY. Eu não via nada tão genial desde o Rock in Rio em Lisboa. A falta de capacidade criadora é tanta assim a ponto de Hollywood querer refilmar tudo, desde obras clássicas que não tinham necessidade de remake (Como Psicose, que virou um filme de Sessão da Tarde) até desgraças que deveriam ser queimadas ainda na sala de edição. Refilmar clássicos é uma burrice. Refilmar filmes ruins é persistir no erro. Deixem os clássicos em paz! Os anos 1980 viraram uma grande feira de títulos: Tudo por uma Esmeralda, Footloose – Ritmo Louco, A Hora do Pesadelo, Duna, Karate Kid, Amanhecer Violento, RoboCop – O Policial do Futuro, Os Caça-Fantasmas e História Sem Fim são apenas alguns dos títulos dessa década que estão sendo desenvolvidos novamente. Podiam pelo menos ter alguma boa idéia e meter um Marty McFly vestido de Robocop e pilotando um DeLorean. Os produtores dizem que hoje é comum vasculharem listas de sucessos de décadas passadas para analisar o que poderia ser legal e criativamente mais fácil reembalar e montar num estúdio. Dizem eles:

Hoje em dia, se você quer fazer um filme, você pode empurrar uma pedra grande morro acima ou pode empurrá-la no plano. A maioria de nós prefere empurrar no plano. Com filmes originais, é preciso divulgar a ideia, a história e convencer as pessoas de que o filme merece ser visto. Com algo que já é uma marca conhecida, nada disso é preciso. Não acho que isso signifique que estamos sem idéias. Acho que esses filmes foram grandes histórias, e as grandes histórias são recontadas inúmeras vezes. Hoje em dia eu me sento e vasculho o IMDb à procura de filmes, e passo tempo pesquisando os direitos sobre programas de TV antigos. É assim que passo cada vez mais do meu tempo de desenvolvimento.

Parte da garimpagem de títulos antigos vista recentemente é algo de gerações: Executivos de estúdios querem brincar com filmes que exerceram impacto sobre eles quando eram crianças ou jovens. Subjacente a todas essas razões, é a recessão, e, por extensão, o medo que estão motivando a tendência. Com menos projetos para desenvolver, os executivos de estúdio preferem apostar no que é seguro – e um remake é visto como algo mais seguro, mesmo que o filme nem sempre seja sucesso de bilheteria. Seja como for, a onda dos remakes está mudando como e o quê os produtores fazem, para o bem ou para o mal. E fica um aviso: A década de 90 já está prestes a se tornar um terreno fértil pra esses aproveitadores. E já começou.
Eu particulamente prefiro os remixadores, como George Lucas e o famigerado Quentin Tarantino, que num mesmo filme consegue copiar milhares de coisas boas, inclusive ele mesmo! Afinal, a possibilidade de Tarantino fazer um Kill Bill Vol. 3 e uma prequel de Bastardos Inglórios não me deixaria assim tão chateado quanto ver outros atores refazendo cenas de meus filmes favoritos. Já pensou num remake de Transpotting ou de Pulp Fiction? Argh! O jeito é esperar Gta – O filme, Duke Nukem – O filme, Sandman – O filme, Batman 3, Homem de Ferro 3, Piratas do Caribe 4, Rambo 5, Bourne 4, A Origem 2

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