Presença de palco no rock and roll

Música sexta-feira, 03 de agosto de 2012

Em um final de semana não muito distante fui em um show de uma banda cover, das inúmeras que tem por ai. O que me chamou mais atenção não foi o repertório ou a habilidade musical da banda e foi isso que me motivou a fazer esse post.

 A não ser que você seja o João Gilberto, não sente num banquinho…

Não vou falar sobre o show em si, não é o foco. O que pegou para mim foi como banda não possuía nenhuma química de palco e pareciam que mal estavam ali, porque faltava o algo mais que diferencia BANDAS de bandas, que é a presença de palco.

 O tiozão ai manja das presença de palco.

Qualquer um com o mínimo de habilidade musical é capaz de montar um grupo de rock obrigado malditos punks, não precisa nem saber cantar direito, tocar direito, não é preciso nem se drogar direito! Várias bandas ficaram famosas mesmo sem ter o mínimo de capacidade técnica. No punk rock do final dos anos setenta estão os maiores exemplos, como Ramones, Sex Pistols (Que nunca ligavam o baixo, diz a lenda), The Clash, dentre outros, mas a turma dos três acordes não só fez sucesso como revolucionou um estilo. E como isso, meu caro? Os caras eram a encarnação da essência daquilo que faziam e refletiam isso no palco.

O começo dos anos setenta também definiu todo uma maneira de se fazer shows, com os espetáculos em estádios e mega eventos para milhares de pessoas, mas antes disso tudo, várias bandas deixavam os espectadores de boca aberta com suas apresentações. Não podemos deixar de falar como o The Who era intenso e tocava alto, e consagrou o famoso quebra-quebra de instrumentos; Jimi Hendrix e sua insanidade que envolvia fogo e atos sexuais com os equipamentos; Jim Morisson e… bom, Jim Morisson; Micky Jagger e suas dancinhas. Muitos desses caras se seguravam mais pelo seu estilo no palco do que pelo seu talento. O ultimo exemplo é para mim o mais clássico, uma vez que eu não acho o Jagger um cantor além de esforçado, só que o cara é um puta de um frontman. Ele é um show a parte. Rock and roll é sobre isso, sobre empolgar a plateia, fazer os caras baterem a cabeça, entrarem no mosh e querer brigar com o cara do seu lado, é também sobre revoltar sua plateia, ou deixá-la para baixo; depende daquilo que você quer passar para ela, porém agir de acordo com o que se quer é importante.

Claro que presença de palco não se reduz apenas à intensidade, pode ser que a falta dela caracterize sua banda, como a letargia do Black Sabbath no começo de carreira. Porém, se você não tem o timbre do Ozzy, você não é digno de não se mover no palco (E mesmo ele não ficou na inatividade a carreira inteira).

 Cantava muito, mas o requebrado ajudou a ficar famoso.

Se você que tem uma banda e acha que seus fãs (LOL) andam desanimados, o problema pode ser você. Eu recomendaria assistir shows clássicos, para sacar o que os caras faziam, para ter uma ideia do que fazer. Imite-os sem medo, você já imita um tanto de gente, mais alguns não fará diferença. Ou não, você que sabe, eu posso nem saber o que estou falando, nunca fiz um show na vida, o que eu entendo de plateia, né?

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