Overexposed (Maroon 5)

Música sexta-feira, 27 de julho de 2012

Sabe, eu ainda dou chance ao Maroon 5, apesar de tudo. Acho que não é o tipo de banda que dá pra levar muito a sério, ouvir com compromisso. Até por que todas as músicas são parecidíssimas. A única diferença entre cada álbum é que a banda foi ficando menos rock – E olha que nunca foi lá extremamente pauleira. Hoje em dia, 90% do instrumental da música é feito de uma mistura entre a voz do Adam Levine – aliás, o resto do grupo é quase uma “banda de apoio” de um vocalista solo – e batidinhas meia-boca feitas em estúdio. Não se tornou uma parada inescutável ainda, mas já teve mais graça. Enfim, eles voltaram (Não que tenham sumido) com o quarto trabalho: Overexposed. E, como confirmado pelo próprio vocalista, é a obra mais POP já produzida pela banda. É. Preparem-se.

One More Night abre o álbum. É mais uma daquelas músicas onde podemos imaginar o Adam pegando alguém que infelizmente não sou eu mimimi. Shiver, Wake Up Call e mais uma baralhada já fizeram o mesmo. O cara praticamente descreveu toda a vida sexual dele em músicas ao longo dos anos. Mas tirando isso, até que ela é boa, principalmente se você considerar que é single. Guitarra de reggae, alguns samples aqui e ali. Ok. Passa.

Payphone… Não sei nem como descrever. Voz mixada e não há uma guitarra na música toda. E ainda tem a participação do rapper vida loka Wiz Khalifa. Isso aqui não é música de banda nem aqui nem na China. Vou até pular pra evitar mais sofrimento.

Não quero pagar de hipster, mas odeio quando a pessoa se vende assim. Caras, cês tinham talento, juro. E sabe o pior? Daylight é a mesma coisa. Um pouco menos intenso por ser balada. Mas ainda sim tem esses malditos WO OH que viraram moda na música POP.

Sorte que Lucky Strike é uma saudosa volta ao passado. Nostálgica quase, já que, apesar do maldito excesso de efeitos eletrônicos, se aproxima bastante do que a banda já foi. A situação tá ruim mesmo já que esse é provavelmente o máximo que eles puderam fazer. Próxima, antes que eu me mate.

Mais WO-OH-OH e anymOH-OH-OH em The Man Who Never Lied. Sério, qual a mania que as pessoas tem com OH-OH-OH? Basta ter essa porra no refrão que a música pega mil TOP’s. Enfim, mais batida eletrônica e blá blá blá. Se eu não tivesse me preparado psicologicamente pra isso, já teria enfiado uma faca nos tímpanos. E Love Somebody segue o mesmo caminho. Mais samples, mais efeitos.

Acho que cometi um engano e baixei o álbum da Miley Cyrus sem querer.

Ok, vou pegar mais leve com Ladykiller, que me lembra bastante a fase de Harder To Breath. Outra música que remete ao passado, com mais classe que Lucky Strike. É a melhor faixa do álbum e a única onde a banda aparece em peso.

Falar de Fortune Teller também é difícil. É uma música que se perde. Às vezes soa como uma banda de rock, mas acaba indo pra aquele caminho chato do dance music. Quase acertaram. A versão acústica deve ficar legal.

E chegamos à balada do álbum: Sad. Título sugestivo, não? Por que é assim que os fãs devem estar se sentindo ao ouvir essa bomba. A canção é toda no piano e, sinceramente, adorei. Por que é simples. Sabe aqueles estilistas que vivem falando na TV que menos é mais? Então, vale o mesmo princípio pra música. Se você tem carisma, basta apenas um instrumento pra sair um puta trabalho. E isso, felizmente, o vocalista tem de sobra. Essa faixa vale mais que todas as ruins combinadas.

Tickets é parecida com as iniciais, mas, por algum motivo, não irrita tanto. Afinal, estamos no fim do álbum, e todo mundo sabe que o melhor é sempre deixado pro final. Mesmo assim, não convence nem um pouco. Dispensável, não desperta nem ódio nem admiração. Vamos pra próxima.

Doin’ Dirty nos leva de volta à era disco. Bom, não é grande avanço. Melhor que a música de boate barata que tinha sido apresentada até aqui, porém. Pra fechar, Beautiful Goodbye, outra baladinha. Boazinha também. Não é grande coisa nem te faz querer arrancar os ouvidos em protesto.

Esse álbum ficou uma grande bosta. Tirando duas músicas realmente boas, o resto é dispensável. O que não é muito ruim não desperta nenhuma fagulha. Faltou sentimento, faltou energia e, mais importante, faltou a banda. O Adam Levine pode ser lindo e maravilhoso mas, no quesito musical, sem a banda o cara não é tudo isso. Ficou pré-fabricado demais.

Não que as bandas de hoje em dia sejam um poço de inovação e sentimento, mas Maroon 5 me dava esperança. Preferia muito mais a época de musiquinha boba pra molhar adolescentes a essa tentativa falha de ficar “moderno”. Principalmente por que o “moderno” por si só já está uma merda. Dei três por que gostei muito de Sad.

Overexposed – Maroon 5


Lançamento: 2011
Gênero musical: Pop rock
Faixas:
01 – One More Night
02 – Payphone (feat. Wiz Khalifa)
03 – Daylight
04 – Lucky Strike
05 – The Man Who Never Lied
06 – Love Somebody
07 – Lady Killer
08 – Fortune Teller
09 – Sad
10 – Tickets
11 – Doin’ Dirt
12 – Beautiful Goodbye

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