O Poderoso Chefão – Parte III (The Godfather Part III)

Bogart é TANGA! terça-feira, 21 de abril de 2009

No capítulo final da épica trilogia Corleone, Al Pacino revive o papel de Michael Corleone, o poderoso líder da família. Agora na casa dos sessenta anos, ele é dominado pela culpa de suas ações passadas, ao mesmo tempo em que planeja revalidar sua família como uma empresa completamente legalizada, neste empolgante e esperado filme. Explorando magistralmente temas como poder, tradição, vingança e amor, Francis Ford Coppola dirige Pacino, Andy Garcia, Diane Keaton, Talia Shire, Eli Wallach, Sofia Coppola, Joe Mategna e outros, neste capítulo final da trilogia. Indicado pare sete Oscar em 1990, incluindo Melhor Filme

Nova York, 1979. Michael Corleone recebe o título de comendador das mãos de um bispo, seja lá pra que esse título serve. O que importa é que a parte III começa mostrando um Michael meio passado e de saco cheio da vida de bang bang. Aliás, o que importa mesmo é ter um motivo pra festa típica do começo dos filmes da trilogia. Lá estão os dois filhos de Michael, já crescidos e bem criados por Kay. No fim do segundo jurava que Mike ia se tornar um tipo de pai solteiro bacana, de avental e que faz propostas que não podem recusar pros amiguinhos valentões dos filhos, mas nããão, preferiram o comum mesmo e, sem maiores explicações, entregam as crianças pra mãe. Anthony, o mais velho, vem pra festa só pra avisar que não vai mais cursar Direito e sim cantarolar por aí. Michael quase infarta mas depois da insistência de Kay acaba cedendo. Mary, a mais nova, vai na festa pra fazer um discurso, entregar um cheque de nãoseiquantos milhões de dólares pra um padre e piriguetar seu primo mais gatz.

Andy Garcia é Vincent Macini, um filho bastardo de Sonny. Má como que Sonny? É o irmão mais velho do Michael, que morreu lá no primeiro e que Vitão Brando levou pra funerária daquele cara do primeiro discurso de todos e pediu pra ele maquiar um pouco filho, pra que ele não posasse de peneira pra mãe. Como cês são desmemoriados! Pois então, Vincent aparece do nada quase que de penetra na festa do tio Michael e logo é atacado por Mary, numa atuação sofrível de Sof… depois falo dela. Como festa na casa dos Corleone é sinônimo de casa da mãe Joana, Joe Zasa vai encher os ouvidos de Michael de reclamação em relação a Vincent. Este último tem o mesmo sangue quente do pai e dá uma de Mike Tyson pra cima de Zasa, deixando Mike puto, mas não tanto quanto o pobre que perdeu um pedaço da orelha. Dessa forma, Vincent recebe a visita de dois capangas noob e, usando sua namorada como isca e fazendo escola pros cafajestes, dá um jeitinho em tudo. Mas Michael continua puto. E Zasa mais ainda.

Mas mundinho de bastardo revoltado a parte, os Corleone estão a poucos passos de se tornarem 100% legais. Não de “gente boa”, mas de “legalizados”. Além de ter uma fundação pra ajudar os pobre, venderam todos os cassinos e doam um dízimo gordinho pra igreja. Não que o dízimo seja só pra pagar a entrada no céu. É simplesmente o jeito que Michael acha pra conseguir comprar a Imobilliare, uma empresa do Vaticano que controla todo o ramo imobiliário da Europa, além de ter 549 formas diferentes de pronúncia. Com tudo já pre-arranjado, Michael avisa pros chefes das Famílias que vai recolher seus brinquedos. Só que não conta com um ataque daqueles na reunião, então é obrigado a ficar como Padrinho mais um pouco. No fim consegue que o negócio da Imobilliare seja concluído com a autorização do famoso Papa João Paulo I, que ficou no poder por 1 mês só, coitado. E isso é o que eu posso contar de concreto do filme, sem spoilerzar ainda mais.

É difícil acreditar que no intervalo de dezoito anos entre o segundo e o terceiro, com diversas histórias malucas (incluindo CIA, presidentes sul-americanos e um Anthony poderoso chefão*), isso foi o melhor que conseguiram fazer. Os metidos a cultos gostam de dizer que o terceiro não é tão apreciado porque a maioria das pessoas não ENTENDEU o aspecto mais calmo e psicológico do filme. A verdade é que nesse último filme Michael está velho e a figura do Padrinho está ultrapassada, já que NINGUÉM respeita mais as ordens dele, esteja certo ou errado. A irmã Connie e o sobrinho ilegítimo Vincent mandam mais que ele, deixando Mike mais como bobo da corte consiglieri que como poderoso chefão. Não, não é TÃO ruim quanto dizem, mas definitivamente a pressão dos outros dois clássicos pesou nas costas de Coppola e acabou que ficou com clima de “vou fazer isso só pra acabar logo”. Repito que não é RUIM, mas é só que podia ser muito melhor. Não chorem, fanboys.

Do elenco, a maioria da galera oldschool MORREU nas outras duas partes. Quem não morreu em frente a câmera, morreu depois a canetada no script, pra economizar. Conseguiram salvar Al Pacino, Diane Keaton e Talia Shire, só. E é inevitável não falar da ganhadora do Framboesa de Ouro de PIOR atriz de 1991, mesmo que seja chover no molhado. Ela não é a única culpada pela (falta de) qualidade do filme, mas definitivamente deu sua ajudinha. Aquela cena do… sinceramente, todas as cenas da Sofia Coppola são terríveis. Se a trilogia deve ser estudada nas faculdades de cinema por sua grandiosidade, a atuação de Sofia deveria ser estudada como um “o que não fazer”. Todas as atrizes de Holywood foram sondadas pro papel, inclusive Winona Ryder, Julia Roberts e até Madonna, mas como todo mundo viu que aquilo era uma furada estava envolvido em outros projetos, Coppolão acabou dando pra Sofia.

No mais, destaque pras caras profundas que o Pacino faz quando tem uma crise de diabetes e no final, quando… alguém morre, que me lembram muito os quadros do Goya. Também pra música que o filho canta de forma bela, que faz Mike pensar nas mulheres de sua vida. Destaque também pra forma sensacional que usam pra matar um dos chefões no final, com uns ÓCULOS. Aliás, tem muita coisa boa nesse filme, mas acho que já tá bom de spoiler. Portanto, repito, ASSISTAM O FILME.

Essa foi a trilogia. Eu sei que QUALQUER UM tem uma opinião mais justa que a minha e escreveria resenhas melhores, mimimi. Pronto, já disse isso no texto, não precisa repetir over and over nos comentários. Aguardem que até o fim da semana continuarei falando do assunto, O Poderoso Chefão não morre aqui. E sigam o conselho de tio Michael:

Nunca odeie seus inimigos. Afeta o raciocínio.

*Eu não li o livro e, portanto, não tenho idéia de qual é o real final da história. Eu sei que provavelmente não é o descrito no filme. Mas, se for pensar, o do filme é verdadeiro também já que foi escrito pelo próprio autor. Se você leu a versão escrita original, favor satisfazer minha curiosidade nos comentários.

O Poderoso Chefão – Parte III

The Godfather Part III (170 minutos – Clássico/Crime/Drama)
Lançamento: EUA, 1990
Direção: Francis Ford Coppola
Roteiro: Mario Puzo e Francis Ford Coppola
Elenco: Al Pacino, Diane Keaton, Talia Shire, Andy Garcia, Joe Mantegna, Bridget Fonda e Sofia Coppola

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