Música = status

New Emo quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Meio que continuando com o assunto da coluna anterior, outra coisa que enche o saco, principalmente nessa onda INDIE, é o fato de as pessoas ouvirem algo cult por… status. E isso seria uma forma um tanto quanto irônica de fugir do “lado podre” da mídia, afinal, enquanto eles jogam um 50 Cent na sua cara, você compra um disco do Frank Sinatra. Sem saber o que o puto toca, mas “todo mundo diz que é bom”.

Ser cult é uma bênção pra muita gente. Hoje eu vou ouvir MOZART, quando este cd do The Magic Numbers acabar! Ah! Preciso ler meu livro do Franz Kafka e devolver a fita cassete do filme Laranja Mecânica pro meu amigo. Ai, vou aproveitar e dar a bunda pra ele! Afinal, com todo respeito, até isso é sinal de status hoje em dia.

Beatles é o MAIOR exemplo de cultura musical de todos os tempos. Muitas pessoas conhecem três músicas da banda e já colocam ela no TOPO da lista “Minhas bandas favoritas”. Aí, de vez em quando, pesquisam ou ficam sabendo de algo sobre ela e começam a comentar á respeito, principalmente quando o puto tem um blog. Um blog cult. O cara lê seis livros por semana, ouve INDIE, Sinatra, Beatles e fala mal pra cacete de Emo e Metal, assiste a todos os filmes do Bogart e cita Shakespeare sempre que pode. Se isso é seu estilo de vida, ótimo, pelo menos você não é religioso. Como, não? Ser ateu é ser cult. Aí, só falta você ser vegan, blogueiro, poeta ou qualquer outra merda. E ir a teatros. E assistir musicais.

Na boa?! Ser cult é ser chato pra cacete.

Mas enfim, indo direto ao ponto, algo que me deixa mais indignado com os indies é o fato de eles pensarem ter um PUTA conhecimento musical sem ao menos saber do que está falando. Alguns sabem de tudo sobre certa banda, têm na ponta da língua todos os nomes dos integrantes, sabem o que cada canção representa… tudo na teoria. É RARO você achar alguém que REALMENTE goste dessas bandas; muita gente passa essa impressão mas na verdade escuta Rick & Renner. Por exemplo, nos tempos em que o Nirvana bombou (após a morte, lá pra 2000 você só via puto com a camisa do Nirvana), o que era ROCK DE VERDADE? “Nirvana”. Quem era DEUS? “Kurt Cobain”. Qual era o tamanho do PAU dele? “Peraí, deixa eu tirar ele da minha bunda pra medir”. Comecei a pegar nojo da banda por causa dos fãs, que nem sabiam se gostavam mesmo da banda, mas ouviam porque era o hype CULT da vez. Do outro lado, o lado podre da mídia jogava pagode na nossa cara. E todo mundo ouvia, mas NINGUÉM admitia.

Música virou status pra muita gente, isso é deprimente. No início, era diversão, sentimento. Depois, atitude, protesto. Suicídio. Viadice. Agora, status. Vista sua calça jeans colada e a sua camisa do Jim Morrisson, você será respeitado e bem olhado pelos cults por aí. O que você escuta, não importa.

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