Música para se ouvir no convés: Dire Straits

Música terça-feira, 08 de janeiro de 2008

1977, auge do punk rock. A onda é fazer barulheira simples e direta, e dizer que faz isso como protesto contra o rock clássico e cheio de firulas. E é no meio do fogo cruzado entre as superproduções dos anos 70 e a barulheira do punk raivoso que o escocês Mark Knopfler se levanta, junto a seu irmão David, o baixista John Illsley e o baterista Pick Withers, pra mostrar que música ainda é música. Nascia o Dire Straits, uma das bandas mais únicas que já passou por esse mundo. Quer dizer, os caras aparecem do nada numa época em que o que vale é fazer shows gigantescos e fazer barulho pra cacete, e resolvem tocar um som mais suave. Reparem que “suave” não quer dizer que seja som de fresco. Mesmo porque tem muita coisa de fresco que é barulhenta pra cacete, e… bom, deixa isso pra outra hora. O fato é que o Dire Straits não demorou nada pra ser um sucesso absoluto, conseguindo levar discos de platina com seu primeiro álbum, homônimo á banda, gravado em 1978. Claro que não dava pra esperar nada muito diferente de uma banda que logo no primeiro álbum lança um hit lendário como Sultans of Swing. Eu sei que vocês todos sabem do que eu tô falando, mas é claro que vocês querem ver a bagaça. Pois bem. Sultans of Swing pra vocês:

You feel alright when you hear that music ring!

O som dos caras, rock’n’roll com uma pegada bastante country, é o tipo de coisa que faz sucesso em qualquer canto, seja tocado num bar imundo de beira de estrada, numa roda de violão com os amigos ou num show enorme diante de milhares de fãs. E o som da guitarra de Mark Knopfler é quase tão inconfundível quanto a cara de pastel que ele faz ao tocar, que faz com que pareça que tocar guitarra é a coisa mais fácil do mundo e que você é um mané por não conseguir tocar direito. Quer dizer, não pode ser complicado tocar guitarra se o cara toca a guitarra principal, canta e ainda consegue partir numa viagem astral, pelo que a cara dele indica, né? Enfim, eu falava do estilo inconfundível do Knopfler. Você sente como se tudo o que o cara toca tivesse assinado, até. O tipo de frase que ele usa na guitarra, com aquela pegada meio country, meio blues, meio rock, é realmente fácil de identificar. Mesma coisa pro cara cantando. É aquele negócio de você ouvir uma música e, mesmo sem conhecer, dizer “isso é coisa do Dire Straits, cara”. De qualquer jeito, chega de enrolação, voltemos á história da banda.

Os caras lançaram ótimos discos como o Communiqué, em 1979, Making Movies (que lançou os clássicos Tunnel of Love e Romeo and Juliet), em 1980 e Love Over Gold, de 1982. Mas foi Brothers in Arms, que saiu em 1985, o álbum que pirou a bagaça toda. Não só por ser um ótimo álbum (na minha opinião, o melhor deles) ou por ter sido o álbum mais vendido naquele ano em toda a inglaterra, mas também por ter sido um dos primeiros álbuns lançados em CD, e por lançar o primeiro clipe exibido na MTV inglesa, Money for Nothing, e também por ter provavelmente lançado o primeiro single em CD. Dizem que na época mais gente tinha o CD de Brothers in Arms do que CD players. E o motivo pra isso você vê aí em baixo. O video é de So Far Away, a primeira música do álbum:

See, you’ve been in the sun, and I’ve been in the rain, and you so far awaaay from me!

A banda, que mudou algumas vezes de formação (Knopfler e Illsley foram os únicos membros da formação inicial até o fim da banda) durante sua existência, foi dissolvida sem estardalhaço em 1995, quando Mark resolveu parar de fazer tours em larga escala pra trabalhar em tempo integral na carreira solo e em trilhas sonoras de filmes (como Local Hero e Wag the Dog). O cara até hoje lança álbuns solo, e ainda não decepcionou ninguém. Guy Fletcher, baterista do Dire Straits por um longo tempo, participou de grande parte dos projetos solo de Knopfler.

É claro que eu sugiro que vocês ouçam o máximo de músicas que puderem dos caras, afinal, eles foram simplesmente geniais. E, claro, eu ainda sou muito generoso com vocês, a ponto de procurar quatro vídeos ótimos pra que vocês apreciem essa banda, que, na minha humilde e piratesca opinião, é simplesmente imperdível.

O clipe de Brothers In Arms. Não podia faltar aqui:

We were fools to make war on our brotheeers in aaaaaarms…

On Every Street, do álbum de mesmo nome:

And it’s yoooour face I’m looking for… on every street.

O clipe de Tunnel of Love. Repara na mulher que veste uma SACOLA PLÍSTICA como blusa e no cara girando deitado no discão:

Come on and take a low ride with me, girl… on the tunnel of love!

Pra terminar, Walk of Life:

…aaaand he do the walk! He do the walk of liiiiife!

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