Meu péssimo gosto para novelas é do balacobaco: Amor à Vida

Televisão quarta-feira, 07 de agosto de 2013

Nota do editor: Esse texto foi escrito antes do Amor à biba, mas só está sendo publicado agora por… razões.

Amor à Vida veio para substituir a monótona Salve Jorge no horário das 21h da Rede Globo. E tinha potencial. Mas parou por aí. O hospital da trama está para fechar por falta de pessoal qualificado (E ético), a gordinha que tenta perder a virgindade nos últimos 300 capítulos segue virgem e agora Marina Ruy Barbosa, que figurou em um post polêmico pela ausência de peitinhos da querida Aline, vai virar fantasminha camarada porque não quis raspar o cabelo. Palma, palma. Não priemos cânico! Uma coisa de cada vez.

A trama se desenvolve primariamente no Hospital San Magno, pasmem, um dos melhores de São Paulo. E é lá, no primeiro capítulo da novela, que acontece o estopim de toda a trama: Uma criança, encontrada numa caçamba de lixo, é registrada indevidamente como filha biológica da pessoa que a encontrou. Nenhum profissional que se preze faria isso, mas a Dra. Glauce e as enfermeiras Ordália e Perséfone estão convictas de que é a coisa certa a fazer, afinal, o homem que está pedindo isso perdeu o filho biológico e a esposa na mesa de parto. Ah, sim, Dra. Glauce é loucamente apaixonada por esse homem e Ordália é a mãe dele. A Perséfone, coitada, é só uma pela-saco que estava no lugar errado e na hora errada.

 Poxa, Bruno, por você eu matei, falsifiquei. O mínimo agora é me comer!

E aquele foi só o começo. A protagonista fez um exame de DNA clandestino e sem a autorização dos responsáveis pela criança, a dermatologista do hospital, que será barriga de aluguel do casal gay da novela, pediu para que a fertilização fosse feita com seus óvulos e foi atendida em seu pedido, o chefe da cirurgia tem tremor nas mãos e é acobertado por uma enfermeira que termina os procedimentos no lugar dele. Fora todo o sexo e pegação que rolam na sala da direção e nos consultórios médicos. E isso porque a estréia foi em maio, imaginem o que ainda está sendo preparado para o público. CRM, COREN, estamos de olho!

Outra questão que está mobilizando a trama é a virgindade da Perséfone, personagem interpretada pela Fabiana Karla, que provavelmente perderá o direito de exercer a enfermagem, será presa e continuará virgem. A (Futura ex) enfermeira tem 30 anos e virou chacota no hospital por nunca ter feito sexo. E apesar de ser o alívio cômico da novela, eu, pessoalmente (Talvez por ser gorda), acho tudo patético.

 Pelo menos possuem nível superior completo e podem ficar em celas especiais.

Perséfone não é virgem porque quer, porque tem pudores, porque sonha em perder a virgindade com o marido. Perséfone é virgem porque NINGUÉM a quer. Perséfone é virgem porque é GORDA. Além da vergonha de ser rejeitada por colegas de trabalho e todo mundo ficar sabendo, sua virgindade virou uma verdadeira quest no Hospital San Magno. Melhor do que apostar no bolão da Copa das Confederações ou no nome do filho do Príncipe William, é dar dar pitaco na vida (Não) sexual da colega de trabalho que nunca namorou e nunca dormiu com ninguém. Patricia, sua amiga da onça gata, fez da condição da gorducha uma causa e tenta, a todo custo, resolver o “problema”. Como se ela fosse incapaz de arranjar, sozinha, um macho alfa para dar um chega mais.

Em todas as tentativas de perder a virgindade, Perséfone, que tá louca pra dar, passou por situações que o autor provavelmente classifica como inusitadas. Para mim são vexatórias. Enquanto ela é puro fogo, com a libido nas estrelas, gente boa, divertida e simpática, os homens fogem, brocham, dizem que estão lá para “resolver a questão”, e nada. Até os caras sensíveis e gente boa da novela humilharam a enfermeira e deram um show de grosseria. Sua função social é ficar se lamuriando nos corredores do hospital, se queixando porque todo mundo transa, porque todo mundo dorme de conchinha. Todo mundo, menos ela. Semana que vem [Nota do editor: Essa semana, talvez? Já passou, quem sabe? Sei lá, não assisto novela], em uma atitude de muito bom gosto, vão contratar um garoto de programa pra ela. Será que dessa vez vai?

 Até fazer o Zorra Total era melhor que isso!

Já a questão da Marina Ruy Barbosa extrapola os limites da novela, a única esfera que faz de Amor à Vida remotamente interessante. Sua personagem, Nicole, tem câncer e tá toda cagada. Walcyr Carrasco, em toda a sua criatividade de quem nunca assistiu Laços de Família, queria que a bela jovem raspasse os cabelos para comover o público e ganhar audiência. Marina, de início concordou com o autor, mas tem um dos cabelos mais lindos da TV e vários contrato$ de campanhas publicitárias, e agora deu pra trás. O autor ficou uma fera e, em vez de matar a personagem e extirpar a atriz da novela, ou botar ela para esfregar privada com seus belos cabelos ruivos, vai transformá-la – de acordo com a imprensa – em Gasparzinho e deixar a linda vagando de vestido branco em uma novela que nada tem de sobrenatural, além da falta de qualidade. Talvez seja a hora de abandonar a Globo e começar a ver Dona Xepa.

http://youtu.be/1nBXns_NKGs

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