Kyuss Lives!

Música terça-feira, 22 de novembro de 2011

Você, leitor regular do bacon [É, você mesmo. O único], deve se lembrar do texto burocrático sobre o Kyuss que o Chinaski fez. Já vocês, paraquedistas, não tão nem ae, mas eu botei o link porque sempre tem um ou dois curiosos que vão querer saber que merda foi essa.

Pois bem, no ano passado [Para os incultos, em 2010], o John Garcia começou a rodar a Europa com um tour chamado John Garcia plays Kyuss. Provavelmente ele tava na merda, precisando de dinheiro e resolveu juntar uns trocados como ele conseguiu. Não o culpo.

 Mas também, ó o estado da criança.

Ai, durante o Hellfest de junho, na França, Nick Oliveri e Brant Bjork apareceram pra dar um oi, tomar um chá e tocar Green Machine e Gardenia juntinhos, formando o que se pode considerar um Kyuss lite. E desde então eles estão tocando juntos. Como não são trouxas nem nada, resolveram capitalizar e anunciar a volta do Kyuss, ou Kyuss Lives!, já que como o próprio Garcia afirmou: “Nunca existirá Kyuss sem Josh Homme”. Não existe, mas cês bem que tentaram. Só que como o Josh tá cheio de grana no rabo projetos [Fora o Queens Of The Stone Age], como Them Crooked Vultures, Desert Sessions, Eagles of Death Metal e o caralho a quatro, não tem tempo nem saco pra fazer turnê caça-níquel.

E ele está certo. Por mais que seja um privilégio poder ver 3/4 da banda tocando reunidos novamente, por mais que eles tenham ensaiado os sons dos álbuns, não é a mesma coisa. Pra começar, eu notei que a guitarra do Bruno Fevery, que é quem substituiu o Homme, tem uma afinação MUITO diferente. Não chega a estragar as músicas, mas a diferença é brutal.

O que não dá pra dizer da voz do John Garcia, que continua foda. Só não coloco um vídeo aqui porque não achei nenhum com áudio que preste [Não que eu tenha procurado muito, né. Se queria ouvir ao vivo, porque não foi lá, vagabundo?]. E com uma gritaria infernal da audiência, o show começou ao som de Gardenia. Eu vi em qualquer lugar que eles abririam com Spaceship Landing e Gardenia seria a segunda música, mas nem foi tocada, o que me deixou triste, por ser uma das minhas favoritas. E foda-se se ela tem 11 minutos, música boa não tem tempo máximo [Nem mínimo, só fica mais difícil fazer uma música boa em trinta segundos].

 O barbudinho tava empolgadaço, também.

Depois disso, só pedrada. Hurricane fez com que o bando de retardados gritasse ainda mais alto na minha orelha. Mas tudo bem, eu também era um deles. One Inch Man deu uma acalmada nos ânimos, com aquele jeitão de zombaria. Mas não por muito tempo, já que Thumb não deixou barato e descolou meu cérebro da cabeça. Mas do jeito que eu tava sacolejando, só me impressionou que não tivesse soltado antes. Mas tudo bem, Freedom Run é outra mais calma que dá pra descansar. Eu falei em descanso? Que diabos! Com Asteroid, apesar do começo psicodélico lerdão, cê tá mais louco que o Batman já. Nessa hora, eu já olhava pro meu braço apontado pro alto e via o suor escorrendo.

 Agora imagina como tava o batera.

Depois disso, fodeu tudo. Começou aquele riffzinho de guitarra que inicia uma das minhas favoritas, Supa Scoopa And Mighty Scoop, e apesar da afinação estar notadamente diferente, nada mais importava. Isso que as lembranças que eu tenho associadas à letra são uma merda. Mas quem liga? Logo depois, Conan Troutman veio chutando bundas e arrancando cabeças [Trocadilho com Conan, saca?], mais acelerada do que de costume. Aliás, eu não entendo o porque raios as bandas costumam acelerar as músicas nos shows. Talvez saco cheio de tanto repetir a mesma merda toda vida. Mas porra, tem como reclamar de ganhar a vida tocando Odyssey? Música mais do que épica, me dá vontade de pegar um barco e ir buscar o Velo Dourado, só pra depois ir pro bar tomar uma contando a história. E Whitewater é outra que engana no começo, pra depois apresentar material de mais alta qualidade. Ou isso ou é enrolação pro vocalista ir ali dar uma mijada. Aliás, ninguém ganha de El Rodeo em enrolação inicial, se foder. E a música não é tudo isso, mas fazer o que. Ai, pra encerrar a bagaça, nada como 100°, que é pauleira mas desce macio e reanima.

Epa, que história é essa, não acabou ainda não rapá, voltaqui. Cê acha mesmo que ia ter só doze músicas? Tudo bem que quinze ainda é pouco, mas é melhor que doze. Então, bora de Fatso Forgotso, que é puro groove e apesar de ter sido lançado após o final da banda, é uma das mais legais. Sem contar que é melhor não acelerar demais a galera no bis senão o palco é invadido. Allen’s Wrench vem na sequência, e apesar de ser acelerada e o diabo a quatro, não é das minhas favoritas. Serve mais pra deixar o público no esquema da última da noite: Green Machine. E não precisa de mais nada depois de Green Machine. Pode todo mundo pegar o chapéu e ir pra casa. Inclusive a banda. E nunca mais tocar. Tou falando sério.

 Não que alguém quisesse ver tua cara, fio.

Aliás, cês sabiam que Kyuss é uma divindade menor do D&D? Nerd também faz rock. E eu não tou falando de Weezer. Tá, ninguém liga pra isso. O que importa é que eles planejam, depois dessa turnê, parar pra gravar um disco, previsto pro verão de 2012 [Meio do ano no hemisfério norte]. Se tem gente que esperou pelo Chinese Democracy, porque eu não posso esperar uns meses?

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