Impressões sobre a Copa do Mundo

Televisão terça-feira, 13 de julho de 2010

Eis que a Copa acabou. Digo, pra maior parte das pessoas. Quando o Brasil caiu fora, pelas mãos da Holanda, já teve um pessoal que parou de assistir. Eu não parei porque, puta que pariu, essa Copa me fez rir. E muito.

Eu não entendo nada de futebol. Sou o cara que só assiste aos jogos de quatro (heh) em quatro anos. Ah, também jogo várzea, quando me chamam (O pior é que eu jogo bem, só não me interesso, o que chega a ser irônico). De qualquer maneira, tomei a liberdade de fazer este texto, já que vindo de um cara que não entende nada, vai ser mais engraçado. Ou vai ser uma bosta.

Arbitragem e câmeras

 Quem assistiu ao menos a um jogo ou outro, viu que juiz sempre erra um lance ou outro. Quando não é o juiz, é o bandeirinha. De qualquer forma, após alguns erros grotescos sendo mostrados nos telões dos estádios, essas exibições foram proibidas. Sabe como é, pra que desmoralizar o cara que tá conduzindo o jogo quando tem um monte de torcedor já querendo matá-lo? Na minha opinião, isso foi idiotice. Pode parecer que a câmera só fode com a arbitragem, mas, na realidade, quando os dois são usados em conjunto, a qualidade do jogo sobe. E muito. A Holanda talvez tivesse sido campeã e o gol do Luís Fabiano teria sido anulado, por exemplo.

Na NFL – National Football League -, que é direcionada exclusivamente à jogos de futebol americano, cada treinador pode desafiar a arbitragem. Se ele estiver certo, a jogada volta. Do contrário, o time perde o direito de pedir um tempo, o que nesse jogo é vital, acreditem. De qualquer maneira, quando você assiste a um jogo na televisão, você vê o lance de diferentes ângulos: É esse material que os juízes obtêm por meio dos desafios, no futebol americano. Sei que deve ser difícil mudar uma regra, mas adicionar isso ao futebol seria interessante e tornaria os jogos mais justos, hein?

Campanha “Cala boca, Galvão!”

 Mais conhecida como a MAIOR piada interna já realizada na internet, Cala boca, Galvão! chegou a aparecer no New York Times, além de permanecer um bom tempo nos Trending Topics do Twitter. Não sei se chegou a ser um novo recorde, mas, do contrário, chegou perto. A história de que cada tweet com a mensagem ajudaria a arrecadar uma quantia que seria destinada ao Instituto Galvão, que protege os raros pássaros Galvão andou pelo mundo. E todo mundo caiu, claro. Isso só mostra que só tem pato e leitores do Bacon em potencial por aí.

No meio da história, foi dito que até Lady Gaga havia feito uma música pra ajudar a causa – música que foi procurada por todos os adolescentes e fãs babacas da cantora, internet afora -, com versos como “Ca Ca Cala Boca/Let’s Save the Galvão!”. Maradona, hermano, entrou na história, como um dos principais vilões dos pássaros, já que ele os cheirava. Galvão Bueno chegou a comentar a história ao vivo e mostrou esportividade, é claro. Isso não livrou o bando de famosos-baba-ovo que resolveram xingar muito no Twitter para proteger o narrador.

Felipe Melo: O Hitmonlee brasileiro

 O cara saiu como vilão da Copa. Até o Ronaldo, bom amante de futebol e travecos, comentou que ele não deveria passar as férias no Brasil, e até agora eu não entendi por que. No jogo contra a Holanda, o gol do Robinho não aconteceu graças ao passe dele? Cagadas acontecem. E daí que ele fez um gol contra e quase matou um, antes de ser expulso? Cês nunca jogaram futebol de várzea pra saber o que é sentir dor. Na sua chegada ao Brasil, Melo foi vaiado e, se não estivesse protegido por tanques seguranças, teria o mesmo destino de Tiradentes, sem o feriado.

Sinceramente, não acho que ele agiu como louco. Ele agiu normalmente. Todo mundo sabe que esse é o jeito dele jogar bola, inclusive com essas cagadas. É a mesma coisa com o leão que acabou mordendo um daqueles babacas que trabalha em Las Vegas: O leão não estava louco, só estava agindo como um leão, porra. De qualquer maneira, boto a culpa em quem escolheu levá-lo, não nele. Mas agradeço, já que ele me proporcionou risadas descontroladas, incluindo a declaração de que ele poderia ter quebrado a perna do jogador, se tivesse pisado com força. Porque, convenhamos, educação vem do berço, gente.

A bola

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Dunga ou… Zangado

 Dunga, o treinador da Seleção, fez uma coisa inédita: Não mudou seu comportamento diante das câmeras. Ao invés de ser mala só fora de entrevistas, o cara passou a ser o puto mais polêmico da copa, respondendo todos os jornalistas com respostas ácidas. Pela primeira vez na história da Copa, a Globo não teve acesso aos treinamentos ou atendimento diferenciado em relação às outras emissoras, levando a uma guerra que, na língua do povo (heh), foi vencida pelo treinador. Achei uma ideia genial desafiar a Globo. Se você ganha, beleza; se você perde, todo mundo gosta de você por ter chutado a emissora. Isso salvou o cara.

Infelizmente, como era a primeira Copa dele, a inexperiência falou mais alto, destruindo com a concentração da equipe no segundo tempo contra a Holanda, algoz da Seleção. Dunga foi o mais polêmico fora dos campos, nas entrevistas. Dentro do campo, por outro lado, mostrou-se incompetente como técnico. Afinal, quem leva uma bomba relógio na equipe, prestes a explodir, sem nenhum reserva à altura no banco? Essa frase ficou ou não ficou igual ao que os comentaristas falam?

Cerveja boa

 Agora eu finalmente entendo POR QUE tanta gente gosta de assistir jogo de futebol. Gastei SEIS latas de Guinness na final. Quanto mais dura o jogo, mais eu bebo. Foram o que, 120 minutos de jogo, fora o intervalo? Eu enchi o copo, véis. Aliás, deveria ter feito isso em todos os jogos, embora eu estivesse devendo a minha casa pra tentar pagar a cerveja. Pra mim, valeu a pena. Claro, seria mais honrado beber Guinness assistindo a um jogo da Irlanda, mas lá pro final do campeonato, não sabia nem se ela tinha se classificado. E a final tava parecendo mais uma luta livre do que futebol. Necessário beber, é claro.

E, pra finalizar…

A Copa acabou e você não zoou NINGUÉM

Vou dar um exemplo voltado ao Estado de São Paulo. Espero que não confunda vocês, índios de outros Estados: Quando o Palmeiras ganha, cê pode zoar sãopaulinos e corintianos; quando o São Paulo ganha, cê pode zoar palmeirenses e corintianos; Quando o Corinthians ganha a Libertadores, cê pode acordar do sonho e ir trabalhar. O Brasil ganhou. Cê sacaneou QUEM? Cê conhece um norte-coreano, por acaso? Conhece alguém da COSTA DO MARFIM? A Copa é a coisa mais sem graça do mundo. Cê pode ter os melhores jogos, mas do que adianta se você não pode zoar ninguém? Ou não, em 2014 poderemos zoar quem vier torcer aqui, no país. Mas, do jeito que a coisa tá, é mais provável que nós nos tornemos piada. Nós o caralho, que eu não ligo pra futebol. Só pra cerveja e risada.

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