Harry Potter e a magia dos jogos ruins.

Nerd-O-Matic quinta-feira, 01 de novembro de 2007

Ah, as franquias. O que seria do mundo dos games sem elas?

-O que é uma franquia?

Orra, Tanguinha, mas você é mesmo um belo pedaço de asno, hein? “Franquia” é quando um desenvolvedor lança um jogo, e você sabe que vão sair mais trocentos iguais depois. “Fifa” é uma franquia, assim como “The Sims”, “Resident Evil” e “Street Fighter”. A franquia chega pra ficar, e nunca mais desaparece da sua vida.

Claro, os jogos que eu falei aí em cima chegam e ficam porque são bons, porque atendem á demanda de um certo público qualificado. A gente sempre quer dar uma sacada no novo Grand Theft Auto ou no Guitar Hero, por mais que critique o seu lançamento ou pense que não vai estar á altura do jogo anterior. A curiosidade é maior, e é prazeroso acompanhar o desenvolvimento e amadurecimento de uma franquia, quando ela é recheada de jogos interessantes e inovadores.

Mas alguém me explica qualé a das franquias RUINS? Por que demonhos do satanás elas continuam assombrando a nós, pobres jogadores, que precisamos ficar driblando esses jogos desgraçados como se fossem prostitutas sifilíticas?

Nossa, é tão parecido com o filme que eu não tenho nem porque jogar.

E é lógico que eu estou falando da franquia Harry Potter. Os jogos do bruxo que gosta de balançar a varinha são algumas das coisas mais nefastas que já passaram pelos meus consoles. A Eletronic Arts é realmente uma empresa de culhão e pendor mercenário impressionantes, já que não pára de lançar essas crias do belzebu, em todos os formatos e plataformas disponíveis, espalhando a semente do mal de forma indiscriminada a cada novo filme do bruxo que chega aos cinemas.

Quero deixar bem claro que eu não joguei todos os jogos de Harry Potter, e que mesmo assim vou falar deles.

-Ai, mas você devia conhecer os jogos TODOS antes de querer falar alguma coisa sobre eles.

Não, Tanguinha. Você está muito errado. Jogos são uma forma de entretenimento, e você deve SE AFASTAR dos jogos ruins, sem precisar perder tempo jogando cada um deles. Você não precisa gastar tempo com um jogo ruim. O que você precisa é saber reconhecer um deles de longe, para poder evitá-los mais facilmente. Aí você gasta seu tempo jogando alguma coisa BOA.

Confesso que os livros de Harry Potter não me agradam. Mas as razões para eu desgostar deles não interessam, pois são tão válidas ou razoáveis quanto as razões de quem gosta. Reconheço que os livros têm qualidade para um certo nicho de leitores. Isso também acontece com os filmes de Harry Potter que, embora sejam formulaicos, pelo menos são bem filmados e roteirizados. Eles são produtos de qualidade, servidos para aqueles que gostam de Harry Potter.

Corra Réri, Corra.

Porém, mesmo que você seja um fã dos livros e filmes, é preciso entender que os JOGOS Harry Potter são um caso á parte. Eles não são feitos com qualidade e não respeitam os fãs da série; são apenas caça-níqueis, que se aproveitam do hype pra vender mais um produto com a estampa do bruxo-mirim. É como se você quisesse ser macho, por exemplo, e alguém estampasse a figura do Capitão Nascimento em uma caixa de absorventes: não adianta usar o absorvente do Capitão Nascimento, porque isso não vai te fazer mais homem, entende?

Ok, não entende.

Tudo bem, não acredite em mim. Acredite no www.metacritic.com, que faz a média das notas que um jogo recebe nas críticas dos sites especializados. Vamos ver as notas médias dos jogos da série:

Harry Potter and the Chamber of Secrets (2002) Nota média: 71
Harry Potter and the Sorcerer’s Stone (2003) Nota média: 56
Harry Potter: Quidditch World Cup (2003) Nota media: 68
Harry Potter and the Prisoner of Azkaban (2004) Nota média: 70
Harry Potter and the Goblet of Fire (2005) Nota média: 68
Harry Potter and the Order of the Phoenix (2007) Nota média: 61

E notem que essas são só as notas dos jogos do Playstation 2. Os mesmos jogos existem para outras plataformas, com resultados ainda piores.

Mas que maravilha, hein? Quer dizer que o melhor jogo foi o primeiro, com uma nota média apenas passável de 71, e que depois as coisas nunca melhoraram, apesar dos anos que a EA teve para tornar o jogo uma experiência mais gratificante e alinhada com a qualidade dos outros produtos Harry Potter.

Como pode?

Isso acontece porque a EA sabe que a parada vai vender. Vai vender por causa da força e qualidade dos livros e filmes. Essa qualidade se empresta automaticamente aos jogos, e assim eles continuam a desovar suas criações malditas em formas de jogos franqueados.

-Mas eu gosto dos jogos do Réri Póte, lol xD.

Não Tanguinha, você não gosta. Você gosta do universo de Harry Potter, e se esforça para gostar também do jogo. Os personagens que você adora estão lá, sacudindo as varinhas e jogando Quidditch, e você tenta acreditar que é tão legal como nos filmes, mas não é. É só uma cópia mal-feita, um filme com menos definição, cuja história você já conhece, e que você controla com um joystick.

Se você é um fã da série, faça um favor a todos nós: ignore os jogos de Harry Potter. Releia o livro, reveja o filme, apóie outros produtos bons, mas ignore os jogos. Enquanto alguém comprar, eles vão continuar fazendo.

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