Game of Thrones

Televisão segunda-feira, 11 de julho de 2011

Então tá, bora falar da série mais aclamada de todos os tempos da última semana. Que não me parecia ser nada demais no começo, mas aí começaram a comparar o troço com Senhor dos Anéis. Até aí beleza, de tempos em tempos aparece alguma coisa tentando emular a obra do Tolkien e falhando miseravelmente. Só que então passaram dizer que esse tal de Game of Thrones era MELHOR do que Senhor dos Anéis. Não, tinha ido longe de mais. Eu precisava tirar isso a limpo. E sendo cria da HBO, pelo menos não ia ser uma perda total de tempo.

Tá bom, tá bom, eu achei a série foda pra caralho sim. Mas não é (nem de longe) a melhor coisa da história da televisão, como eu vi muita gente falando por aí. E nem se compara ao Senhor dos Anéis, porra. Pra falar a verdade, eu nem sei porque eu fico puto com essas comparações. Mas eu fico. E isso acaba me deixando puto com a série também. Viu o que vocês fizeram? Enfim, a primeira temporada acabou de passar aqui no Brasil semana passada e cês já tinham visto muito antes que eu sei, então reclamar de spoiler é a puta que pariu.

Pois bem, o seriado é baseado n’As Crônicas de Gelo e Fogo, uma série de best sellers escritos pelo George R. R. Martin. A história se passa em Westeros, uma espécie de Terra Média Europa medieval, onde as famílias dominantes lutam pelo controle do Trono de Ferro, e, consequentemente, dos Sete Reinos, que nada mais é do que um nome mais legal pra todo o continente. A primeira temporada se concentra na disputa de poder entre os Starks e os Lannisters e na ascensão dos exilados Targaerians, que vivem do outro lado do oceano depois de serem destronados. Ah, e ainda tem o retorno de um mal que se levanta do norte depois de milênios (pam, pam, paaam).

 Um mal que faz isso aí, ó.

A primeira coisa que me chamou atenção no Game of Thrones foi essa nova abordagem no gênero fantástico que ela apresenta. Se geralmente acompanhamos esse tipo de história com um certo distanciamento, aqui somos colocados diretamente dentro da ação. Sim, as grandes batalhas e façanhas de heróis e vilões ainda estão lá, mas ao mesmo tempo vemos as intrigas governamentais que colocam toda a galera em ação e motivam o banho de sangue.

Mas não se enganem, a série é um clichê gigante. E isso nem é um problema, um épico precisa de um herói fodão pra conduzir a porra toda e vilões pra gente odiar pra funcionar. Só que pelo que o seriado tava prometendo, já jogando cenas de incesto e infanticídio logo no primeiro episódio, eu esperava uma complexidade muito maior. Analisando friamente, pra uma série tão adulta como foi anunciada, a trama toda é bem simplória, hein? Mas o analisando friamente tá ali justamente por que mesmo assim, tudo consegue ser empolgante pra caralho. Se a HBO não conseguiu chegar aos pés da genialidade de Oz e Família Soprano no enredo (talvez por se tratar de uma adaptação), tecnicamente a série é impecável. E assim, um herói clássico como o Boromir Eddard Stark e vilões maquiavélicos como o Jaime Lannister se tornam totalmente incríveis.

O problema é que alguns personagens são unidimensionais demais, se é que isso faz algum sentido. Se o Ned Stark convence perfeitamente como herói, a honra em pessoa que é seu filho bastardo John Snow deixa ele só… Chato. O mesmo ocorre com a vilã Cersei Lannister e seu filho, que de tanta maldade acabam ficando meio caricatos. Até os personagens com mais potencial foram mal explorados. O personagem mais interessante (ou pelo menos o melhor aproveitado) acaba sendo o anão Tyrion Lannister, mesmo ficando de fora da ação na maior parte do tempo. Aliás, baita atuação do Peter Dinklage como Tyrion, bora dar um Emmy pra ele, pessoal.

Mas talvez eu esteja me apressando demais, foram só os dez primeiros episódios. A segunda temporada, que começa a ser filmada nesse mês, promete melhorar em todos os sentidos. Agora que já sabemos como esse universo funciona, os personagens e as situações provavelmente ganharão um aprofundamento maior. E a empresa que cuidava dos efeitos especiais pulou fora pra entrada de uma maior, então pelo menos uma grande batalha (coisa que ficou só na promessa até agora) a gente vai ver. Outra coisa legal é que ficou claro que ninguém é imortal na série. Até o mais importante personagem pode morrer de uma hora pra outra.

E enfim, apesar de a série consistir num entretenimento puro e simples, funciona MUITO bem. Porra, White Walkers (que não passam de zumbis, na Idade Média!), dragões, sexo e violência, esses caras são geniais. Não por produzirem uma obra prima ou algo assim, mas tipo, todas as situações são milimetricamente construídas para empolgar. E por mais sacana que isso seja, é tudo tão bem feito que funciona. Tanto que no decorrer dos episódios eu quase comprei os livros pra não ter que esperar até a próxima semana pra descobrir o que ia acontecer. E provavelmente acabe fazendo isso num futuro próximo, já que o season finale conseguiu com que todos os elementos da série, a porradaria comendo entre os Starks (e os Baratheons) contra os Lannisters, o ressurgimento dos dragões e dos Targaerians, a aproximação do inverno e dos White Walkers, convergissem ao mesmo tempo, sensacional.

Como eu disse, a segunda temporada começa a ser produzida já nesse mês. Mas como tudo tem que ser grandioso, épico e o caralho, episódios novos só na metade do ano que vem. Por enquanto, só nos resta esperar assistindo infinitamente esse teaser que não mostra porra nenhuma:

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