Foo Fighters e o momento atual da música

Música quinta-feira, 07 de abril de 2011

Então galera, finalmente saiu o Wasting Light, CD novo do Foo Fighters. E eu fui meio que intimado a fazer uma resenha dele aqui no bacon. Mas felizmente, parece que o chinaski vai cuidar disso. Então eu estou livre pra falar de uma coisa que vem me incomodado desde que o Foo Fighters voltou a chamar mais atenção por aí, com os lançamentos de dois clipes, e agora com o novo álbum. Querem saber o que é? Olha que sorte, é só clicar aí embaixo.

Pois bem, vamos direto ao ponto: O Foo Fighters é a banda ideal. Não a melhor, longe disso, mas a ideal. Por quê? Simples. Primeiro, tente encaixar o Foo Fighters num sub-gênero. Não dá, é apenas o rock ‘n’ roll na sua mais pura essência. Empolgante, divertido e sem compromisso algum. E rock alternativo é o caralho, apesar de eu ler muito disso por aí. Não tem banda mais mainstream que o Foo Fighters, falando de rock DE VERDADE, claro. Se um certo ser de outro planeta aparecesse aí e perguntasse o que é o rock?, eu não hesitaria em mostrar um CD deles.

E qual é o problema aí? Ora, num mundo com algum sentido, o lançamento do Wasting Light seria o acontecimento musical do ano. Tá, eu e você continuaríamos com o nosso Queens of the Stone Age, os metidos a alternativos continuariam com seu Radiohead e os babacas com o Strokes. Mas aquele pré-adolescente que assiste a MTV o dia inteiro deveria estar pirando com o clipe de Rope nesse momento. E todo moleque de 15 anos que tá montando uma banda de garagem deveria ter como objetivo ser igual ao Dave Grohl quando crescer. Aliás, ainda existem bandas de garagem? Ou todas já estão vindo pré-fabricadas?

Mas aqui está a minha verdadeira preocupação: Não é segredo que a música influencia, e muito, no desenvolvimento do caráter. E querendo ou não, antes ou durante a sua formação musical, toda pessoa acaba sendo influenciada pelo que está fazendo sucesso no momento. Quem cresceu nos anos 90 teve o grunge pra se salvar. A última geração acompanhou o pop-punk do Offspring, Blink 182, Green Day e afins. Que nem é tão ruim, e só olha a merda que acabou acontecendo. E pra criançada de hoje, esse papel caberia ao Foo Fighters, que continua sendo a banda decente com mais apelo comercial da atualidade. Mesmo com uma sonoridade mais pesada do que vinha apresentando nos CDs anteriores, os refrões do Wasting Light estão mais grudentos do que nunca. Só que em algum ponto do caminho, a humanidade tomou uma curva errada e um vídeo da Rebecca Black se tornou mais relevante do que um clipe com o Lemmy Kilmister. Pensem, o que será de um futuro controlado por uma geração que não foi nem remotamente guiada pelas rédeas do rock n’ roll? Acho que foi pensando nisso que o Warren Ellis criou o universo do Transmetropolitan.

E vocês devem estar achando que eu estou fazendo tempestade num copo d’água, mas a coisa fica pior. Pensem comigo, as bandas que ainda lotam estádios nos seus shows tem no mínimo 30 anos de estrada. As atuais, que deveriam preencher esse vácuo futuramente, lutam pra conseguir algum espaço ao lado de artistas pop genéricos. E o fim da primeira década dos anos 2000 já acabou com o último fio de esperança de que algo revolucionário estaria chegando aí pra salvar o rock, de novo. Pois é, tudo indica que o rock deve se tornar um gênero cada vez mais segmentado e restrito. Inclusive com algo tão comum quanto o Foo Fighters. E a qualidade de tudo que realmente faz sucesso deve continuar caindo vertiginosamente.

 Ah, fica assim não, cês são fera.

Enfim, eu buscava compreender alguma coisa que eu nem sei mais com esse texto e falhei miseravelmente.Tô gripado, tô puto, tô com sono. Então um último recado: Querem realmente salvar o mundo, comecem pensando na música. Plantar uma árvore ouvindo Lady Gaga só vai prolongar o sofrimento da raça humana. Cortar uma árvore ouvindo Motörhead por outro lado… Ah, deixa assim. Mas falando em Motörhead, fiquem aí com o que já é o clipe mais legal do ano, e tentem manter a esperança:

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