Filmes divulgados na internet

Primeira Fila sexta-feira, 08 de fevereiro de 2008

No longíquo ano de 1999, um filme revolucionou a forma de divulgar sua trama, o filme A Bruxa de Blair, estava ilustrado em diversos sites como se fosse uma história real, como se os eventos exibidos no filme fizessem parte de uma lenda urbana, sim, diversas pessoas acreditavam piamente nos acontecimentos que eram exibidos. E o material de divulgação não desmentia está idéia, resultado: filme barato (30 mil dólares) com uma bilheteria estrondosa, nunca um filme tão sem divulgação através de um estúdio hollywoodiano, com diretores e atores renomados, transformou-se em febre mundial.

Digo isto, porque numa campanha “normal” de marketing, atualmente, se gasta uma fatia absurda do orçamento para divulgação em entrevistas, propagandas em revistas, jornais, tevê e internet, principalmente, quando falamos dos famosos blockbusters, com o sucesso do esquema de A Bruxa de Blair, os estúdios se ligaram que a internet como ferramenta de marketing está dirigida para o público alvo, os jovens e os cinéfilos, que procuram informações sobre as produções cinematográficas, tanto que hoje é muito fácil encontrar trailer em qualquer site ou no youtube, teaser e fotos de divulgação até mesmo um ano antes da produção estrear.

No entanto, vez ou outra um filme, normalmente de menor orçamento, se arrisca e aposta quase todas suas fichas de divulgação na internet, nem sempre obtendo o mesmo sucesso que se esperava, como exemplo em 2006, o suspense trash Serpentes a Bordo, já era considerado cult antes mesmo de estrear em função das frases e xingamentos “hiper cools” de Samuel L. Jackson se referindo ao ataque das cobras em pleno vôo. Claro, que depois da estréia do filme, que se leva a sério demais e erra o tom, os comentários acabaram por esfriar o filme que não foi bem nas bilheterias.

Neste fim de semana, outro exemplo estréia, Cloverfield – Monstro, produção de J.J. Abrahms, expert em divulgação vide os produtos criados ao redor da série Lost (criação sua), que desde o ano passado chamou a atenção de todos num teaser que mostrava um ataque a Nova Iorque, não se sabe de quem, através de uma câmera digital, sem nenhum ator conhecido e tendo, inclusive, a cabeça da Estátua da Liberdade arremessada nas ruas da cidade. Consequentemente, durante todo o ano passado e início deste, a divulgação ocorria através de pequenas notas em sites ou blogs, um teaser aqui outro ali, assim, o filme ficou em destaque num período muito grande gerando muito expectativa em torno da produção.

Assim Cloverfield levantou um mistério ao seu redor e uma curiosidade ímpar, inclusive durante um bom tempo o filme não possuía nem mesmo título era referido, apenas, como projeto secreto de J.J. Abrahms, resultado bombou nas bilheterias americanas em sua estréia, e com as boas críticas que vem recebendo já arrecadou mais de 70 milhões de dólares (inclusive, já se fala em continuação para o filme, o que certamente deve ocorrer), somente nos EUA, mostrando a força de uma campanha publicitária forte e correta.

O lado bom deste negócio é que filmes, sem grandes estúdios os bancando, podem fazer uso desta máquina “quase” gratuita de divulgação para exibir seu produto por todo o mundo.

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