Eu, eu mesmo e Skyrim

Games quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Um segredo pra vocês: Eu nunca gostei muito de produções de fantasia que se passam em alguma pseudo-idade média. Filmes, séries, livros, jogos, nenhum deles com esse tipo de tema jamais me atraiu o suficiente pra ser fã, pra gostar mesmo. Falo de coisas como os filmes e livros de Senhor dos Anéis, os livros e a série de Game of Thrones, jogos de RPG, enfim. Mas não me entendam mal, eu não chego a odiar essas coisas. Eu só não gosto muito – o que parece ser suficiente pra alguns tipos de fãs, que acham um absurdo se alguém não reverencia a mesma coisa que eles. Enfim, vem comigo, antes que essa introdução fique muito grande.

O caso é que das 10 pessoas mais próximas de mim, 12 gostam de Senhor dos Anéis, por exemplo. Uma quantidade menor, mas não menos alarmante, gosta de Game of Thrones. Eu, o metido a realista, fico de fora de certas discussões, as quais eu tenho dificuldade em citar aqui por que geralmente eu não faço idéia do que eles estão falando. Agora, simplesmente não entender muito de algo e ficar numa posição mais ou menos neutra sobre o assunto não fica nem perto do que acontece comigo e os RPGs. Eu não gosto deles, não tenho paciência pra eles. Os de verdade, com mesa e tabuleiro, parecem a coisa mais sem graça do universo (Desculpem, jogadores), e ficam bem no final da minha lista de coisas pra fazer na vida, talvez logo atrás de bater minha cabeça numa pedra. Os RPGs eletrônicos, sejam online ou não, também nunca me atraíram muito. Parece sempre mais do mesmo.

Escrevi essa crônica toda da minha vida pra ilustrar um incidente que aconteceu no sábado retrasado. Um amigo me deu um certo jogo, um jogo chamado Skyrim. Cês devem conhecer. Ainda me lembro das palavras dele: “Eu acabei de tirar a tua vida”, insinuando que eu iria passar horas jogando aquilo. “Besteira”, eu pensei, depois de meia hora criando meu personagem, “não vou ficar assim”. E comecei a jogar pra valer.

Eu já conhecia o jogo, é verdade. Como leitor frequente do 9gag, era impossível não ter conhecido o jogo quando mais ou menos um ano, um ano e meio atrás, era tudo que se falava lá. Pra quem não sabe, o 9gag é um site de humor bastante conhecido e de onde a grande maioria dessas imagens “grassadas” que você compartilha e curte no Facebook são traduzidas e copiadas. Enfim, houve uma época lá que de cada 10 postagens, aproximadamente todas tinham uma piada com Skyrim, ou simplesmente falavam de como o jogo é fodão. Coisas sobre levar uma flechada no joelho e afins, que na época eu não entendia, claro. Eu olhava aquilo e pensava “Dragões? Sério? Uhhh, olha, eu adoro dragões, sou fã de RPG, vou atirar flechinha, vou em trocentas dungeons, vou fazer quests AH FODAÇE QUE CHATO.”

Mas como eu dizia, eu comecei a jogar Skyrim, por mera falta do que fazer, já que eu estou de férias do trabalho e estudos e tinha acabado de zerar Mafia II (Que aliás é um baita jogo). Comecei a jogar sem fé nenhuma. Mapa imenso, idade média, quests, o que eu já sabia que ia encontrar. Só que aí aconteceu algo interessante. Diferente dos demais RPGs com os quais eu tinha tomado contato, eu comecei a me divertir com Skyrim. Aos poucos fui tomando conhecimento da quantidade de coisas pra fazer ali. Você pode ter seguidores, gente que te acompanha e luta com você; você pode virar lobisomem, vampiro, pode casar, pode ter cavalos, cachorros, casas, ser criminoso, pode lutar contra os criminosos, pode tomar partido na guerra civil que assola o território, e claro, pode matar dragões, além de muitas, muitas outras coisas. É praticamente um GTA, onde você faz escolhas que podem te levar a grandes coisas ou podem foder sua vida no jogo.

Eu ainda não gosto de RPG. Aliás, gosto menos ainda agora que joguei Skyrim. A empresa Bethesda, que fez o jogo, fez uma coisa bem completa, e interessante até pra quem não tem proximidade com esse tipo de coisa, como eu. Os outros jogos parecem ainda mais chatos agora. É como você nunca ter gostado de chocolate, até que um dia come um chocolate suíço fodão, gosta, e odeia mais ainda todos os outros. Também entendo agora todo o falatório, piadas e memes em torno de Skyrim. Eu sabia que não podia ter tantos fãs de RPG assim. É uma questão de qualidade. O jogo tem qualidade, foi bem feito, e é divertido pra gregos e troianos, Imperiais e Stormcloaks. E esse é o grande mérito dele.

Obs: Esse texto, como vocês devem ter notado, não é uma resenha. Ainda não consigo fazer uma resenha decente de Skyrim, então deixem eu subir um pouco de nível, jogar mais um pouco, e aí eu faço uma.

Vida longa e próspera.

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