E lá vamos nós

Televisão quarta-feira, 03 de abril de 2019

A 9° temporada de Pelouki Déd me agradou bastante. De um jeito que não acontecia desde a 4° temporada. Depois de dois anos presos na “guerra” contra os Salvadores, a série finalmente andou e muito disso deve-se à nova showrunner, Ângela Kang, que chegou na série mostrando que dá pra Pelouki Déd ser mais do que um drama “familiar” de Rick Grimes. Porém, apesar da temporada ter mais pontos positivos do que negativos, existe um momento que me incomodou bastante e é dele que eu preciso falar. Mals aí, força do hábito. Quem sabe ano que vem eu finalmente faça um texto apenas elogiando a série?

Desculpa, cara. Teu joguinho não funcionou comigo.

Mas antes eu preciso falar daquele episódio que é certamente o pior de toda a temporada. O famigerado:

Flashback que ninguém queria ver

Quando ocorreu o salto temporal, The Walking Dead utilizou de um recurso batido de roteiro pra manter o interesse dos telespectadores: “alguma coisa ruim aconteceu e nós não queremos falar sobre isso”. Conhecendo The Walking Dead, eu simplesmente caguei pra isso, mas confesso que não esperava que seria algo tão caído quanto a amiguinha de Michonne e suas crianças birutas. Sério, uma versão de Senhora do Destino com zumbis não me interessa nem um pouco.

Agora sim, vamos ao que interessa:

Os erros das estacas

Certamente o momento mais esperado pelos fãs desde o unidunitê de Negan. É claro que numa temporada em que já nos “despedimos” de Rick Grimes, Maggie Greene e Jesus eu não esperava que mais nenhuma figura “importante” como Daryl ou Carol fosse ser vítima dos Sussurradores, mas porra, os caras meteram um grupo novo do nada só pra encher linguiça, ou melhor, encher estaca.

Das dez cabeças presas nas estacas apenas duas interessavam. Tara, que é uma personagem muito mal aproveitada, estava finalmente sendo bem trabalhada como líder de Hilltop e eu sinceramente não consigo ver mais ninguém interessante o suficiente pra liderar a comunidade agora que ela e Jesus se foram. A cabeça dela poderia facilmente ser substituída pela de Rosita, que está grávida e num quadrado amoroso que ninguém se importa.

A morte de Henry também foi um erro. Primeiro porque deixa a personagem de Lydia resumida a uma mera sidekick de Daryl, e segundo porque reforça que sempre que não sabem o que fazer com Carol eles botam uma criança no colo dela e depois dão um tiro nela. Ezekiel deveria ter morrido no lugar dele e sim, eu entendo a importância de Ezekiel ter continuado vivo para o desenvolvimento do último episódio da temporada, que mostra finalmente a queda do Reino e a importância disso pra ele, mas sério, quem se importa com Ezekiel depois que ele perdeu o tigre?

Porém, devo confessar que o flashback das vítimas lutando pra sobreviver foi emocionante e que, mesmo que a cena das estacas não tenha sido tão surpreendente quanto esperávamos, ela cumpriu o seu papel ao mostrar do que os Sussurradores são capazes. Aliás, os Sussurradores foram muito bem trabalhados na série e fugiram completamente do que vinha se repetindo com Woodburry, Terminus e Salvadores. Com os Sussurradores existe o terror da paranoia de não saber se está lidando com um zumbi comum ou com um psicopata. É Pelouki Déd alertando sobre o perigo do cosplay.

E eu devo dizer também que gostei muito da sutileza como as consequências do massacre das estacas foram mostradas no último episódio da temporada. Ao invés de mostrar os personagens agindo por impulso e querendo o sangue dos Sussurradores, eles estão unidos pelo luto, tentando manter a salvo aqueles que ainda estão vivos e calmamente pensando em como lidar com os Sussurradores e o oceano de mortos deles. Certamente algo que eles aprenderam após a guerra contra os Salvadores, onde agiram como idiotas e isso custou várias derrotas pra eles. E é por isso que a palavra certa pra descrever a 9° temporada de Pelouki Déd é: Evolução!

Assim como Fear The Walking Dead fez na quarta temporada, The Walking Dead colocou a mão na cabeça e tomou coragem pra mexer naquilo que não funcionava e se reinventar. Mesmo que ainda hajam alguns deslizes, não há como negar que é uma nova série. Eu volto a dizer: O maior erro de The Walking Dead sempre foi o excesso de protagonismo de Rick. Ótimos personagens deixavam de ser desenvolvidos porque os produtores queriam mostrar mais dos dramas “familiares” do xerife. Agora que Rick não está mais na série, há espaço para velhos personagens voltarem a crescer e novos personagens ganharem seu espaço. Bom, pelo menos se pararem de matá-los precocemente.

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