Dust

Música quinta-feira, 07 de julho de 2011

Uma sensação interessante é achar uma banda boa, gostar dela e inclusive ter ciúmes. Você começa a agir com a certeza que ela é sua, por tê-la salvo do ostracismo, e é provável que sinta um incômodo bem lá no fundo dos rins se vir alguém ouvindo. A graça está em perguntar -“Conhece tal banda?” e ouvir um sonoro “não”. Melhor ainda se for um silêncio seguido de -“…não, nunca ouvi falar”. Depois de regozijar no seu profundo conhecimento musical (?) também é uma ótima sensação iluminar aquela mente desafortunada e falar sobre a banda. Aliás, já ouviram falar em Dust? É, foi o que eu pensei.

Dust foi uma banda americana ativa por poucos anos, entre o final dos anos 60 e o início dos 70. Em realidade, poucos lembram da banda hoje, apesar de que o seleto grupo que ouve e gosta tem motivos pra isso: É uma das bandas americanas do início do que se chama hoje de “heavy metal”. Certo, aí um fulano ouve e diz -“Ah, mas Kirk, isso não é heavy metal porra nenhuma”. Tô dizendo que é. Veja só, quando esse termo foi cunhado, ele servia por exemplo, para a música Born to Be Wild, do Steppenwolf. O hard rock e heavy metal, lá por 1969, eram pouco diferenciáveis.

O Dust também tinha qualidade técnica: Bons instrumentistas, boas letras e bons arranjos. Não se prendiam, nem era muito repetitivos. Chama a atenção o baterista, que tinha quinze anos na ocasião do lançamento do primeiro álbum, em 1971, e tocava realmente bem. O garoto atendia pelo nome de Marc Bell e era um ilustre desconhecido naquele ponto. Ainda.

A música acima é o primeiro exemplo. Quem acha que é hard rock, levanta a mão. Agora, quem acha que é heavy metal… Vamos ver… É, é difícil decidir mesmo. Tomando o ponto de vista de hoje, é só hard. Pensando como em 1969, isso aí é mais metal até que o Ozzy.

Somente dois álbuns foram lançados, pelo sugestivo selo Kama Sutra Records: “Dust”, em 1971 e “Hard Attack”, em 1972. Apesar do primeiro ser bom, o segundo é um desses momentos quase esquecidos mas extremamente importantes do rock. Não é clichê e tem música de qualidade real, quase palpável. A música acima é desse disco e a seguinte também:

Sim, a diferença é gritante. O que eu acho interessante é que a música é tão diferente, outros instrumentos são usados, não há nada de tão hard ou heavy, mas a surpresa é amenizada pois o clima da banda é o mesmo. Não sei se me faço entender, enfim.

Os integrantes do Dust seguiram caminhos na música e de alguma maneira infuenciaram o rock: Richie Wise e Kenny Kerner, respectivamente o vocalista/guitarrista e o produtor (Que também era letrista), chegaram a produzir o Kiss, entre outras bandas. Kenny Aaronson, o baixista, tocou com vários músicos, como Edgar Winter, Joan Jett e Billy Idol. E, finalmente, o baterista Marc Bell trabalhou com Wayne County and the Backstreet Boys e Richard Hell & The Voidoids, e em 1978 entrou para os Ramones e assumiu o nome de Marky Ramone. É, pois é. Ah, e sim, esta bagaça era um trio, o que é especialmente impressionante depois que se ouve as músicas.

Enfim, isso é basicamente o que há para falar sobre o Dust. É um pedaço de qualidade perdido por aí, na história do rock. Não vou encher linhas aqui falando um monte de idiotices, só vou dizer: Procurem por músicas e vídeos da banda, vale o esforço. Qualquer dúvida, perguntem à mim.

That’s all, folks.

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