Cozinhando os programas culinários: Kitchen Nightmares

Televisão sexta-feira, 11 de março de 2011

Ok, tá na hora de continuarmos a nossa degustação televisiva crocante e deliciosa. Antes, uma menção honrosa: Agradeço por existirem pessoas estúpidas por aí. Sério. Vocês fazem o meu dia a dia mais engraçado, e fazem isso de graça, na maioria das vezes. Sem pessoas estúpidas, Hell’s Kitchen não seria tão engraçado. Sim, a graça da bagaça tá nos erros dos participantes, que se dizem experientes na cozinha. E creio que eu já disse isso aqui, mas a mesma coisa vale pra Kitchen Nightmares – que também é estrelado pelo chefe Gordon Ramsay, uma espécie de caça-fantasmas britânico. Isso não fez muito sentido pra vocês porque vocês são burros e não manjam nada de citações. Mas como vocês pagam o meu salário invisível, explicarei.

Como todo ramo profissional existente, existem diversos tipos de pessoas na área dos restaurantes. Existem aqueles fodas, que sabem gerenciar a coisa toda, produzir comida de qualidade e sem muita demora. E existem os outros.

 Seis temporadas pra eu conseguir bolar uma piada tão tosca assim.

Existem restaurantes no mundo inteiro que não prestam. E eu não tô dizendo restaurante que vende marmitão; restaurantes que são caros sem nenhuma justificativa. Serviço ruim, comida ruim, ambiente ruim. Normalmente porque o proprietário é novo na área, ou não sabe se impor em relação aos empregados. Ou são idiotas mesmo, que nem sequer se dão ao trabalho de olhar a geladeira nos fundos do estabelecimento. E todos sabem que idiotas sempre acham que têm razão em tudo. E isso vai se prolongando, até que dividas astronômicas acabam aparecendo e clientes acabam desaparecendo. O que acaba acontecendo? O restaurante tá prestes a fechar e os donos, prestes a se foderem. E agora? Quem vocês vão chamar?

Kitchen Nightmares também é um reality show e vocês já devem ter sacado a temática: Ramsay visita restaurantes que tão, literalmente, condenados e tenta relançá-los como sucessos (No meu caso, de novo, assisto a versão que se passa nos Estados Unidos. Mas é óbvio que existe a versão britânica). Em alguns pontos, a série lembra Power Rangers, já que a ordem de eventos é sempre a mesma: Ramsay chega no restaurante, prova a comida, odeia a comida, observa o serviço do jantar, fica puto com o estado da cozinha, faz todo mundo limpar o restaurante, adiciona um prato especial ao menu, reforma o restaurante e o menu inteiro e relança o restaurante. E isso faz uma certa lógica, afinal, acaba funcionando… Na maioria das vezes.

Vale citar que os próprios proprietários acabam pedindo a presença do chefe para ajudar, mas ela nem sempre é bem aceita. Assim como em Hell’s Kitchen, Ramsay não se importa em dizer a verdade, ou jogá-la na cara dos responsáveis. Quanto mais rápido ele descobre o que está acontecendo de errado, mais rápido o restaurante pode ser salvo – e mais eficientemente também. Isso não é sempre bem visto pelos proprietários, que, ao serem acusados de culpados por negligenciarem o próprio negócio, acabam discutindo com um dos chefes mais condecorados – e irritados – do mundo.

Passada essa fase de brigas, é bacana assistir o restaurante que estava praticamente condenado dias atrás, trabalhando corretamente embaixo da asa do chefe, que defende quem realmente deseja mudar e ofende quem não tá nem aí pra nada.

Óbvio, nem sempre tudo isso dá certo. Existem episódios que mostram o retorno do chefe aos restaurantes salvos, e muitos deles continuam por aí; outros, porém, voltaram a ser o relaxo de sempre após o término das filmagens, e foram vendidos ou simplesmente faliram. E isso dá raiva: O cara vai lá, ensina como ter um restaurante de sucesso, paga reformas, faz um menu exclusivo e, mesmo assim, a equipe parece não se importar. Frangos.

Vendo a série, você aprende uma coisa muito simples: Ter um negócio nesse meio é algo sério e, por mais que possa parecer, não é sempre tão divertindo assim – e se você não levar a sério, há grandes chances de se ferrar. E essa verdade é universal. Porém, Kitchen Nightmares é um reality show mais tranquilo. Só que dá medo. Afinal, você vê o estado de algumas cozinhas e pensa duas vezes antes de voltar ao restaurante da esquina. Pensando bem, você fica com medo de comer até na sua casa.

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