Como escolher e cuidar de um instrumento musical: Teclas

Música quinta-feira, 15 de março de 2012

E finalmente, o último capítulo texto da série sobre cuidados básicos com instrumentos musicais. Espero realmente estar ajudando a povoar o mundo com mais exemplares de Justin Biebers.

Piano/ Teclado/ Órgão

Ah, as teclas! O instrumento mais bonito que alguém já pôs nesse mundo. Do clavicórdio ao cravo, ao piano estruturado por Deus Bach. O mais versátil, mais profundo, mais mais mais! Então, antes de tudo, o pianista precisa ter presença. O piano é um instrumento grande e você precisa se destacar, evitar sumir da vista. É um instrumento que se toca afastado, intimista, poderoso, enfim. Já deu pra ver que sou fan girl.

Continuando, se você quer tocar piano, se prepare para apanhar. O primeiro estranhamento vai ser o peso das teclas. Precisa de algum tempinho antes de sair num volume decente. Depois, o uso do pedal complica mais um pouco. Sem falar que as duas mãos vão trabalhar separadamente. Não em conjunto, como num violão, por exemplo. Cada uma vai cantar sua parte, e, de início, as melodias podem não fazer sentido.

Mas o piano compensa pela “visibilidade” das notas. Elas tão ali, enfileiradinhas em oitavas. É um instrumento temperado. Ou seja, ao afinar, você apenas “conserta” o som da nota. Ao contário, por exemplo, da guitarra, que pode ser afinada em diversos tons diferentes pra se obter sonoridades mais graves ou agudas.

Enfim, se você é aquele tipo de pessoa que curte de tudo e não decide por nada, o piano é perfeito. É usado da música clássica ao jazz. Do rock ao samba. Se bobear, deve existir algum remix acústico de Que Isso, Novinha com um piano no meio. E, ah, não tem jeito: O pianista vai roubar a cena. Se cantar, então, piora. Pode até tentar jogar o musicista pra escanteio, dando só uma partiturinha qualquer pra ele tocar, mas o instrumento vai falar mais alto.

Mas não, você não vai pegar ninguém por tocar piano. Conforme-se. Você será o estranho da banda.

O teclado é um pouco menos versátil, já que é usado pra efeitos eletrônicos e coisas assim. Programinhas de computador pra alterar timbres do instrumentos são bem úteis, assim como sintetizadores para apoio.

Já o órgão… Sério? Nada contra, mas você tem duas opções: Ou compra um tecladinho que imite bem o som… Ou vá pro Monsteiro de São Bento estudar na igreja. E se você seguir a segunda opção, pode me procurar pois estarei doida de vontade de reproduzir com sua pessoa.

Órgão é difícil pra porra. É ridiculamente difícil. Difícil além do aceitável socialmente. Os pedais do órgão fazem som, notas de verdade, ao invés de simplesmente sustentarem ou abafarem o som.

Órgãos pesam mais de trinta toneladas.

É, acho que vou nesse mesmo, quanto pago?

Caro. Um piano bom, de parede (Ou vertical) sai entre cinco e três mil merréis. Mas você pode gastar dez mil que ainda sim corre o risco de não ser o melhor do melhor. Pianos de cauda custam de vinte mil pra cima, então nem tente. A menos que você seja o filho do Eike Batista.

Teclados fodões saem na mesma faixa de preço, e teclados bons são encontrados a quinhentos, seiscentos dinheiros. O meu custou duzentos e cinquenta, e toquei nele durante muitos anos. Se você não tiver muita frescura, dá pra aprender a tocar num desses vagabundinhos enquanto junta dinheiro pra aquele piano maroto.

Já o órgão… Cara, desiste. A não ser que, de novo, você seja o filho do Eike Batista. E se você for, e ainda assim quiser tocar órgão de verdade, não uma pianola qualquer, ficarei ainda mais feliz de reproduzir contigo.

Comprei, dou de mamar de quanto em quanto tempo?

Blá blá blá madeira, blá blá blá umidade. Enfim. Pianos são bem difíceis de cuidar. Enquanto o teclado pode ser jogado em qualquer canto, o piano é um instrumento relativamente frágil. Desafina se estiver perto da janela e bater vento. Desafina se a parede estiver úmida. Desafina se você espirrar enquanto toca. E é chatinho de afinar. Precisa abrir e mexer com ferramentas especiais. É mais simples e seguro contratar um profissional pra isso, mas sendo curioso e tendo tempo livre, e, mais importante, cuidado, você mesmo pode aprender o ofício. E ainda cobrar caro pra fazer no dos outros.

Ou você pode ser sagaz e arrumar um piano eletrônico. O mesmo som, o mesmo peso, o mesmo preço, e toda a facilidade que se pode ter por nunca precisar afinar o instrumento.

Enfim, distância mínima de cinco centímetros da parede. Cuidado com as janelas. Panos felpudos pra tirar pó e não arranhar a madeira. E evitar pôr muita coisa em cima. Lembre-se de que não estamos falando de uma estante.

Teclados, como eu já disse, podem ser jogados em qualquer cantinho, enrolados numa capa, que ficarão felizes mesmo assim.

Já o órgão… Fica dentro da sua cueca! Desiste e vai tocar flauta doce, pombas!

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