Breve história da música clássica: O início

Música sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Numa tarde de verão, Pitágoras observava, ocioso como sempre, a construção de um edifício qualquer. Um dos pedreiros, assustado por tão ilustre presença, tropeçou em seu par de Havaianas azuis de trabalhar em obra e acabou por derrubar o martelo de doze quilos bem em cima de nosso querido filósofo, que prontamente exclamou:

Puta merda! Meu mindinho! Ih, olha só, sol sustenido.

E um simples martelo mudou o mundo.

Ok, galera, não foi bem assim, mas foi quase, já que havaianas de sola branca e tiras azuis são entidades atemporais e partes importantes da cultura ocidental.

Anyway, a lenda realmente reza que Pitágoras começou a desvendar as notas musicais ao ouvir sons de alguma construção civil. Ele notou que cada ferramente produzia um som num altura diferente, e, a partir daí, marcou os 7 graus que conhecemos hoje. Mais tarde, as notas seriam nomeadas oficialmente por um monge, chamado Guido D’Arezzo, segundo as primeiras letras de cada frase um cântico sagrado em latim. A igreja católica foi a instituição mais importante pro desenvolvimento da teoria musical conhecida hoje, uma vez que a maioria das regras de escrita foi desenvolvida por monges italianos. E isso soluciona o mistério pra aqueles que se perguntam por que existem tantos termos técnicos musicais em italiano (andante, mezzo-soprano, contralto).

Nada mais justo então que uma das primeiras manifestações musicais europeias tenha surgido na igreja. O estilo, chamado de Canto Gregoriano, era uma forma musical reta, sem grandes devaneios e as canções eram acompanhadas no máximo de algum alaúde muito suave no fundo. Em sua maioria, eram compostas apenas por vozes (Masculinas, claro) de um coral. Tocar instrumentos, naquela época, podia levar ao prazer, e prazer é algo pecaminoso, o que tornava as coisas incrivelmente chatas. É claro que o estilo tem sua importância e que muita gente acha incrivelmente divertido e oldschool, mas a única coisa que eu consigo sentir ouvindo músicas assim é sono – além de pena, é claro, dos coitados que cantavam isso. Se mesmo assim não consegui convencer da chatice extrema do Canto Gregoriano, fique aqui com esse vídeo super legazzzzz

E ai de quem soltasse um yeah yeah! ou coisa do tipo durante os ensaios. Os engraçadinhos eram severamente punidos com torturas incrivelmentes hardcore, que iam de chibatadas nas costas a palestras sobre temas bíblicos com o tataravô do Cid Moreira.

Depois, o mais marcante desse período foram as trovas e seus semelhantes. Esses são um pouco mais conhecidos, já que a maioria das pessoas costuma estudar o assunto em literatura. Estrofes de quatro versos heptassílabos – a chamada redondilha maior -, trovas são poeminhas comuns nas cortes reais e eram recitados ao som de instrumentos suaves, que serviam apenas de pano de fundo. Os poetas eram conhecidos como trovadores e compunham canções de escárnio, maldizer, entre outras. Aqui a coisa fica mais divertida por que tem sacanagem e fofoca. Aliás, acredito que trovadores são os primeiros fofoqueiros oficiais da história do planeta, e que provavelmente o brasão da família do dono da Caras seja a pintura de um pergaminho com um poema sobre como a princesa donzela do reino foi pega no estábulo com o filho do porqueiro.

Ps.: Dou um chocolate pra quem traduzir a música toda do português arcaico.

Enfim, resolvi fazer essa série por dois motivos: O primeiro é por que eu tô realmente precisando comprar um pedacinho do céu pra quando morrer, e o segundo é que minha fé na humanidade foi renovada. Aparentemente, o primeiro texto que escrevi no Bacon sobre música clássica fez certo sucesso.

Seus lindos! Depois do Canto Gregoriano e do Trovadorismo, o próximo estilo marcante será…

Tcham tcham tcham tcham!

Surpresa.

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