Balkan Beats

Música quarta-feira, 07 de setembro de 2011

Bom, tudo começou quando o muro de Berlim deixou de existir e tudo quanto era maluco teve livre trânsito entre as duas Alemanhas. Uma enorme influência cultural veio do leste europeu para a Europa Ocidental. O que a princípio eram apenas reuniões musicais de imigrantes indesejados vindos do outro lado do muro, na Berlim do início dos anos 90, acabou ganhando proporções inimagináveis, espalhando-se como febre por toda a Europa Ocidental. Logo o que era obscuro e indesejado foi descoberto como algo novo e energético. Os imigrantes indesejados não eram mais simplesmente os loucos que eram malvistos pelos ocidentais. O preconceito tinha diminuído. E foi criada a União Europeia, o que significou livre trânsito entre muitos países. Os ritmos típicos de diversos povos do leste europeu, russos, eslavos, ciganos, judeus, otomanos, passaram a serem mais difundidos e ganharam uma cara nova, mixados com o drum’n’bass, dub, break, electro e inclusive com o rock. O resultado dessa fusão de som acústico e tradicional com o eletrônico e moderno foram as Balkan Beats: Uma música completamente nova e explosiva, capaz de seduzir com as mágicas melodias orientais até os mais entediados ouvidos ocidentais. Uma transformação cultural nunca antes vista, nem aqui.

Nos últimos anos, essa balkan fever se espalhou com uma rapidez absurda: Artistas, bandas, festas e festivais dedicados aos balkan beats surgem da França ao Japão, dos Estados Unidos à Argentina, levando o espírito explosivo da celebração louca do leste europeu para os clubes de todo o mundo. Na Alemanha, algumas das festas mais populares nessa linha são a Balkan Beats (Produzidas por Robert Šoko), a Russendisko (Do produtor musical e escritor Vladmir Kaminer, a Divan des Balkans na França (Produzida pelo DJ Click), a Nuit Tzigane na Bélgica, o Mehanata em New York e na Argentina o festival Bubamara. Pensou que o Brasil iria ficar de fora? Na-na-ni-na-não!

Aqui no Brasil, as balkan beats só estão chegando agora. Isoladamente, alguns DJs de world music começaram a incorporar nos sets algumas faixas balcânicas, mas até a primeira edição da festa Go East (Em novembro de 2007) não havia um único evento 100% dedicado ao eletrônico do leste europeu. Muito mais que uma festa de música eletrônica, os filmes e DJs do leste europeu, danças folclóricas e orientais, live PA e a distribuição de vodka e bebidas típicas fazem disso tudo mais do que uma simples festa: Um evento cultural. Mas isso deve ser só o inicio. Quero ver quando essa renovação começar com os nossos ritmos regionais, que merda maravilha que vai ser! Imagina a verdadeira atualização do frevo, o que iria sair daquilo…

Os principais nomes da cena dos Balcãs são o Shantel (Um Dj alemão doidão e criador de uma das festas mais conceituadas dos últimos anos no leste europeu: A Bucovina Club), Buscemi (Banda albanesa que mistura polka, ska, punk, vodca e rocksteady entre outras coisas), Fanfare Ciocarlia (Uma orquestra romena e cigana de metais que inclusive já se apresentou aqui no Brasil), No Smoking Band (Banda do escroque cineasta sérvio Emir Kusturica, responsavel por filmes e trilhas como Underground, sobre a música dos balcãs) e Gogol Bordello (Banda do maluco Eugene Hutz, que inclusive já morou no Brasil e compôs uma música sobre o carnaval de 2009 passado por ele em Olinda, Meantime in Pernambuco). Existem muitos outros grupos, como o Mahala Rai Banda, Boban Markovic, Kal, Kumpania Algazarra, Municipale Balcanica e etc. Se você nunca ouviu falar nessa merda toda, não sabe o que está perdendo.

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