Bacon Entrevista: Juliete Vasconcelos

Livros sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Juliete Vasconcelos é a autora de O Ceifador de Anjos. Tive uma conversa com ela sobre seu livro e outros assuntos, mas isso você confere abaixo com mais detalhes.

Santhyago: Fala um pouco sobre quem é a Juliete quando não está na frente de um editor de textos destilando mortes em letras. Nome, idade, onde mora, e o que mais estiver disposta a contar.

Juliete Vasconcelos: Me chamo Juliete, tenho 26 anos e moro em Itapeva, uma cidade interiorana paulista. Sou casada há quase oito anos e temos dois meninos pequenos: O Heitor, de três anos, e o Luís Miguel, de um ano. Sou formada bacharel em turismo, além de técnica em agenciamento de viagens e guia de turismo regional, nacional e América do Sul. Atualmente curso letras e estou concluindo uma pós em Geografia, Meio Ambiente e Sustentabilidade. Sou apaixonada por ambas as áreas (Turismo e letras).

Trabalho como agente de viagens em uma agência de turismo de minha cidade e como representante de uma instituição de ensino superior, oferecendo cursos de pós-graduação presenciais e EAD com abrangência nacional, no caso a Faveni (Faculdade Venda Nova do Imigrante) e como freelance escrevo artigos em geral e faço trabalhos acadêmicos por encomenda, além de revisões de trabalhos e agora de livros. Para reunir minhas paixões pela área do turismo e da escrita, tenho um blog, cujo foco são viagens físicas e literárias. Acho que é isso…

Que lista enorme! Como é pra conciliar tudo isso e ainda ter tempo de escrever?

É muuuuuuito difícil. Rsrs. Simplesmente vou fazendo, mas não vejo a hora de concluir os cursos atuais e ter mais tempo livre.

Terminam logo esses seus cursos?

A pós termina este ano e Letras ano que vem (Dezembro).

Então em breve já tem mesmo mais tempo livre. Quando senta pra escrever sua história, como é pra passar ela pro papel? Tem tudo já planejado ou vai escrevendo conforme as ideias vão surgindo?

Ah sim, a minha estória, não sei se já viu O Ceifador de Anjos, apresenta um psicopata, cujas vítimas são gestantes, das quais retira os fetos… Tive essa ideia, que achei extremamente bizarra a princípio, em minha primeira gestação. Foi exatamente assim, eu realizando o meu sonho de ter um filho quando pensei no quão terrível seria se houvesse alguém perverso o suficiente para extrair o bebê da barriga da mãe por prazer. Enfim, por qualquer razão que não seja ajudar a dar a luz. Rsrs. Comentei com meu marido na época (Há mais de três anos), ele não curtiu a ideia. O assunto morreu. Rsrs. Quando engravidei do nosso segundo filho, de novo tive esse pensamento e comentei novamente com meu marido, mas fui mais a fundo, disse que queria escrever uma estória sobre um psicopata que cometesse tais atos. Ele me fez várias perguntas referentes ao contexto da estória, as quais respondi, já que a ideia havia amadurecido bastante em minha cabeça. Sabe aqueles flashes que vem do nada? Tive muitos, até sonhava. Kkk. Sou muito impressionável. Kkk. A partir das minhas respostas, ele me encorajou a escrever. Isso foi no começo do ano passado. Resolvi comentar à duas pessoas críticas com esse tipo de estória, que gostam mesmo do gênero e minha ideia foi aprovada. Assim, em julho do ano passado esbocei tudo que tinha em mente. Tudo mesmo, desde a infância, adolescência e fase adulta da personagem como dos demais, além de já decidir quem seriam as vítimas. A estória já possuía início, meio e fim; minha intenção era escrever e enviar para uma editora depois de concluído, mas acabei fazendo parceria com alguns escritores, onde um deles acabou me apresentando o Wattpad; me encantei. Em março deste ano comecei a postar e estou amando essa experiência.

O contato e a aprovação do publico são ótimos, também gosto de lá por isso.

É maravilhoso! Ah, posto um capítulo por semana, tendo publicado até agora sete capítulos. Termino em outubro somente…

O protagonista tem uma mente multo bem construída. Quais foram suas inspirações pra ele?

Meu vício em séries e filmes de psicopatas, particularmente sou fã de Dexter e Hannibal, dois personagens de mentes brilhantes, embora frios. Gosto particularmente desses personagens (Psicopatas) que apesar de fazer o que fazem, não são agressivos com suas vítimas (Sem espancamentos. Rsrs) ou que abusem sexualmente.

E justos, da maneira deturpada deles.

Exatamente, meu personagem tem esse “quê” de justiceiro, embora só vá ficar claro quando vir à tona a infância e adolescência nele (No terceiro livro. Haha) que é claro, já está todo esboçado. Vincent tem suas razões para fazer o que faz.

Olha só, todo um projeto definido. Cada livro vai abordar uma fase da vida de Vincent?

(Nota do Editor: Fiquem espertos aí que tem spoiler.)

Não exatamente… Digamos que eu tenho três objetivos distintos com toda a narrativa (Que engloba os três livros): Nesse 1° livro, minha intenção, apesar do que ele faz, é torná-lo querido, fazer com que o leitor desacredite quem é Vincent e quem é o Ceifador. Vou ousar um pouco: É para ele ser amado. Rsrs…

Enquanto que no 2° livro minha intenção é fazer com que o leitor o compreenda, entenda os motivos de ele fazer o que faz, nesse será apresentado a sua infância e adolescência, até a sua idade adulta, em que mata a Barbara (Início do 1° livro); já no 3° livro, eu dou continuidade à sua estória, continuando de onde parei no 1° livro. Mas haverá uma transformação nos personagens, aí sim minha intenção é fazer com que seja odiado. Nesse 1° apresento-o de forma incrível, quando no 3° ele terá saído do controle (Motivos no 1° livro).

Oloco, cuidado com o spoiler, tem um leitor aqui ‘-‘.

Não se preocupe, parei aqui. Rsrs. É só para o entrevistador entender o projeto todo.

Às vezes deve ser fácil pro entrevistador se ele não segue nada do entrevistado. O que não é meu caso aqui. Quais seus autores preferidos, os que inspiram a maneira que escreve? Sua narrativa é tão fluida!

Obrigada pelo elogio! Sinceramente não tenho autores preferidos, gosto de muitos e de gêneros distintos. Embora eu leia bastante, ainda não tinha focado em livros do gênero que estou escrevendo, então antes de começar eu decidi conhecer alguns autores, e acabei lendo e gostando bastante do trabalho da Tess Gerritsen. Não me inspirei na escrita dela ou algo do tipo, mas busquei saber que informações não poderiam faltar na estória.

A Tess Geritssen tem ótimos livros. Gosto muito da Rizzoli.

Sim, mas eu tenho um probleminha, tendo sempre para o lado dos psicopatas. Rsrs. Não senti qualquer apego pela detetive.

Apesar de não gostar muito da maneira que a Isles foi retratada na série.

Não conheço essa série.

É a Rizzoli e Isles, baseada nos livros da Tess. Os primeiros episódios são do livro O Cirurgião.

Esse livro é ótimo, foi o primeiro que comprei dela, e nele mesmo já criei certa antipatia pela personagem, achei-a complexada, sempre querendo mostrar algo para alguém.

Ah sim, toda essa atmosfera de tensão é meio forçada em algumas partes, mas a maneira que ela traça a investigação é muito boa.

Concordo a estória em si é ótima, é só aquela preferência (Ou não) que criamos pelas personagens.

Opa, acabei me empolgando. Leitor quando começa a falar de livros que gosta acaba indo pra um assunto sem fim. Deixa eu me focar aqui de novo.

Kkkk. Verdade. Mas sobre o personagem agradar ou não o leitor, rsrs, tenho uma personagem que criei para ser querida, e tenho um leitor que a odeia, o único diferente. Kkk.

A Ramona?

Não, a Donna, namorada, ou melhor, esposa de Vincent. No geral meus leitores se preocupam com ela, mas esse leitor torce contra, é incrível. Kkk.

Sua história já passa das 6500 leituras e está em 11º na categoria suspense. Como é saber que o público está adorando essa história?

Estou realmente feliz, não tanto pela quantidade de leitura, mas pelos comentários que recebo. Sinto que estou atingindo meu objetivo de agradar aquele que lê.

Quantos comentários ao total até agora?

Ele não me mostra os quebradinhos. Rsrs. Está mil desde ontem, mas tive mais comentários depois disso, fora os comentários na plataforma, tem os que vêm aqui pelo Face e até e-mail já recebi. Rsrs.

Isso te dá esperanças de ver o livro impresso nas prateleiras de uma livraria?

Kkkk. Sem isso eu ia fazer todo o possível para chegar ao livro físico. Rsrs. É realmente um sonho pelo qual vou me esforçar, comecei a fazer Letras porque queria publicar esse livro. Na época, achava que era preciso, hoje penso diferente. Rsrs. Mas amo meu curso também.

Letras sempre é bom. E como oferece serviços de revisão, deve dar uma grande ajuda.

Com certeza, tem sido muito útil.

Dos comentários que recebe, algum foi ofensivo ou passou dos limites? Por ser uma história que mexe com uma questão meio delicada, imagino que surjam às vezes alguns fanáticos.

Até agora nenhum, no geral são comentários elogiosos. Até mesmo, sabe esses leitores que vão ler para criticar mesmo, três deles, após fazer observações disseram querer um exemplar quando eu publicar… Esses leitores críticos são meus preferidos. Rsrs.

Alguns exemplos de comentários, quando recebi esses ainda não tinha chegado a 500, longe disso (A entrevista foi realizada no dia 13 de maio). A cada comentário me sentia nas nuvens (Me sinto ainda), são grandes incentivos.

E sua divulgação, como tem sido feita? Escrever em outra mídia (No blog) ajuda nessa hora?

Eu divulgava bastante no Facebook, até o 3° capítulo cheguei a divulgar em mais de 50 grupos, eram divulgações diárias, mas por falta de tempo, quando divulgo são no máximo em cinco grupos. Não sei te explicar como, mas o livro está com uma média diária de leitura entre 100 e 200 e no meu blog, só há a resenha que fiz e depois que um leitor fez. Rsrs. E um escritor referenciou minha estória no livro dele, creio que isso ajuda.

Ah sim, o Cristian ^^.

Ele mesmo. Hoje faz 48 dias que comecei a postar e consegui muito mais leituras do que esperava, como não tenho tido muito tempo para divulgar como gostaria, acredito que a divulgação de outros leitores e escritores é que estejam fazendo a diferença. Ah, sempre que posso faço troca de leituras. Mas só continuo a ler os que realmente gosto, por causa do tempo mesmo.

Algum tipo de leitura que não aceite fazer trocas? Tenho visto que o povo anti-Hot tá ficando ousado e ofensivo.

Sinceridade, eu gosto muito de clichês e adoro Hots. Um dos primeiros livros que li na plataforma foi Puta Profissional. Kkk. E não me arrependo. Nada contra nenhum gênero, mas tem os que eu evito ler por não serem mesmo meus preferidos. Evito fanfics e fantasias, mas leio se necessário. Fanfics realmente não me atraem, enquanto para fantasias sou muito limitada, tenho uma dificuldade tremenda em “ver” os cenários e personagens fantásticos criados pelo autor. Minha imaginação não é muito fértil. Rsrs. Fico bastante frustrada quando depois de ler um livro fantástico, como os de Harry Potter em minha adolescência, e não conseguia imaginar toda a fantasia que continha em suas páginas, aí eu assistia ao filme e percebia que não tinha captado nada do livro. Sou estranha né?

Que nada, seletiva.

Mas não por opção. Rsrs. realmente travo com essas estórias.

Falando em travar… Este primeiro volume já está escrito, não é? Teve algum momento que ficou sem ideia de como continuar? Travar completamente e não saber como seguir em frente?

Não. Rsrs. A estória toda já estava em minha cabeça, pronta bem antes de por no “papel”, mas tenho muito medo de passar por isso, sempre que vejo dicas para quem tem bloqueios, lá vou eu. Kkk. Tento evitar, se é que é possível.

Preparação sempre ajuda. Se tiver a certeza do que está escrevendo, não há bloqueio que segure.

Amém.

E agora que sua história está sendo publicada, seu marido mudou de opinião sobre ela? A aceita melhor do que a primeira vez que a apresentou a ele?

Sim, completamente. Rsrs. Antes que eu começasse publicar, já contava a ele tudo que aconteceria e ele acha a estória boa.

Fala um pouco sobre a história “O Ceifador de Anjos

 Mais spoilers à frente!

O livro apresenta dois lados de Vincent Hughes, um em que é impossível não ter bons sentimentos por ele, pela pessoa que ele se mostra e o outro no qual se mostra frio e impiedoso. Sua companheira ao longo da estória é a professora Donna Dixon, juntos aparentam ter não só um amor, mas uma vida perfeita. Paralelo ao casal, há os detetives Christopher Lang e Ramona Hale, que buscam por muito tempo capturar o Ceifador de Anjos, um psicopata que não só mata gestante, como lhes extrai o feto. As opiniões dos leitores se dividem muito quanto a Vincent, muitos declaram se sentir fascinados por ele, embora optem por gostar mais do detetive que está em seu encalço.

Christopher e Ramona são incríveis, por sinal. Mentes à altura da de Vincent.

Há um cuidado muito bacana com Donna, por parte dos personagens. Ela é uma boa pessoa, ama e confia no companheiro como ninguém, acredita realmente que ele é o melhor homem do mundo. Os leitores temem pela segurança dela ao lado dele. Rsrs. Os detetives sempre estarão atrás, infelizmente para eles, Vincent é muito cuidadoso com aquilo que faz. Os casos do homicídio com os quais estão acostumados são mais fáceis de serem resolvidos e lamentavelmente, ambos os detetives terão suas vidas envolvidas com as de Donna e Vincent. E não me refiro à perseguição da parte dos detetives para com o Ceifador de Anjos. Esses quatro personagens irão se cruzar, mas de um jeito que nunca poderiam imaginar. Costumo testar meus leitores, percebo que dou nós em suas cabeças e percebo que eles não tem ideia do que vai acontecer. Kkk. Até então, nem um pouco óbvia.

Mesmo gostando de clichês, consegue fugir deles, isso é ótimo ^^.

Amo ler clichês, mas não conseguiria escrever um. Rsrs. Não sou capaz de desenvolver uma estória sabendo que enquanto escrevo a metade dela, todo mundo já sabe o que vai acontecer. Também gosto de me surpreender e prefiro também, como escritora, surpreender.

A sensação de fazer isso é ótima, saber que ali, naquela frase, o seu leitor vai se sentir surpreso, como da primeira vez que viu seu livro.

Exatamente, mesmo que te odeiem por isso. Rsrs.

Que nada, são amor e ódio bem divididos. Todo autor tem que ter isso heuehueheu.

Concordo.

E agora, pra finalizar… Tem alguma mensagem que queira deixar para os seus leitores? Algo que queira dizer para aqueles autores que diante da primeira dificuldade pensam em desistir?

Para os meus leitores: Muito obrigada! Obrigada por doarem ao livro parte do seu precioso tempo, por muitas vezes, além de lerem, ainda terem o cuidado de deixar um voto ou um comentário. Vocês me fazem muito feliz toda vez que interagem com meus personagens, quando me dão dicas ou fazem qualquer observação. Não os conheço, mas sinto um carinho e uma gratidão muito grande por cada um de vocês!

Aos escritores: Se você gosta de escrever, escreva. E escreva exatamente aquilo que quer escrever, não permita que opiniões externas interfiram no rumo de sua estória, não faça adaptações para agradar um determinado leitor ou público, não perca tempo se comparando ou comparando seu trabalho com a de um colega ou qualquer outro escritor; reconheça o seu valor e do seu trabalho: Ambos são únicos. Mas respeite sempre seus colegas e seus respectivos trabalhos; não desmereça ninguém; NÃO EXISTE UM LIVRO MELHOR OU PIOR DO QUE O OUTRO, tudo é uma questão de gosto, e todos temos que respeitar. E POR MAIS DIFÍCIL QUE PAREÇA, desistir não é uma opção, acredite em você, invista no que acredita, não espere reconhecimento de terceiros, se realize você, fazendo o que faz.

Santhyago: Leitores assim são raros mesmo, e ter tantos lendo sua história me dá uma grande satisfação.

Juliete Vasconcelos: Sim, esses leitores são tudo de bom. Rsrs. Muito obrigada.

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É TETRA ACABOU! Finalmente a série Bacon Entrevista: Wattpaders acabou! Tá com saudade? Vai lá no índice.

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