Afinal, Supernatural deveria ter acabado na quinta temporada?

Televisão quarta-feira, 08 de junho de 2011

E chegamos neste que é considerado por muitos o período mais obscuro de qualquer ano: Época de season finales, quando as suas séries favoritas vão, uma a uma, chegando ao fim. Claro, algumas apenas terminam as temporadas e voltam dentro de 4 meses. Outras já não têm a mesma sorte, como é o caso de Smallville, que há 10 anos contava as aventuras infinitas do “Superboy” e que chegou ao seu fim definitivo (Ou pelo menos assim esperamos), quando Clark Kent finalmente vestiu o clássico uniforme azul e vermelho e saiu voando por aí depois de 10 temporadas de enrolação. Isso mesmo, Smallville teve inacreditáveis DEZ temporadas cometidas contra a humanidade, e ainda tem gente que acha o Osama Bin Laden o maior terrorista do mundo. Cada episódio parecia ter a duração da idade do Universo, e assistir uma temporada inteira era tão divertido quanto ser obrigado a roer a própria perna. Mas se existe algo que pudemos aprender ao longo da série (Afinal, até ficar de joelho no milho ou levar surra de galho de açaizeiro servem para aprender alguma coisa) é que se você achava que o Superman não tinha uniforme tão ridículo quanto a cueca por cima da calça com um cinto, é porque você ainda não viu nada.

 Onde foi que eu já vi isso? Ah, sim.

O exército americano chegou até a estudar um modo de usar temporadas de Smallville como método de tortura de terroristas no Oriente Médio. Porém, ao constatar os efeitos produzidos nos prisioneiros submetidos aos testes (Todos preferiam mastigar a própria língua e sangrar até a morte a acompanhar até o fim do arco em que a Lana é possuída por uma bruxa do mal ou alguma merda assim, de modo que até a nona temporada não tinha mais ninguém vivo), decidiram guardar todos os boxes de temporadas comprados a preço de pechincha nas Lojas Americanas para usar como arma de destruição em massa, exibindo-os em projetores de 30 metros de alturas em uma possível guerra.

Mas enfim. Vamos falar de coisa boa, né pessoal.

 VAMO FALAR DA IOGURTEIRA TOP THERM

Época de season finales, tivemos episódio duplo da que é particularmente a minha preferida: Supernatural. A frase “carry on, my wayward son” foi ouvida (Acompanhada da tradicional “the road só far”) pela sexta vez em um episódio da série, anunciando o fim de mais uma temporada. E não apenas mais uma temporada, mas também a mais polêmica delas. Mas vamos por partes. Primeiro de tudo, isto:

ALERTA DE SPOILERS: O texto a seguir traz spoilers de todas as seis temporadas de Supernatural. Então, se você acompanha no SBT e não quer surpresas, esta é a sua última chance de parar de ler o texto por aqui. Aliás, você pode aproveitar o seu tempo livre para:

a) preparar um miojo;
b) comer o miojo;
c) jogar Robot Unicorn Attack.

Retomando o post 40 minutos de Robot Unicorn depois…

Este é um post grande pra caralho (Queria que meus trabalhos da faculdade rendessem tanto assim) sobre a sexta temporada da série, um apanhado geral e meus comentários sobre alguns episódios. Mas antes, vamos ver um poucos mais sobre os personagens e a estrada até aqui.


Impossível fazer um post sobre Supernatural SEM Kansas.

 DEAN: Filho mais velho de John Winchester, já caçou demônios, espíritos, vampiros, monstros, anjos, o Anticristo e o próprio Satanás em pessoa (Literalmente). Boatos afirmam que na próxima temporada será a filha do Roberto Justus, mas nada confirmado ainda. Já passou um hiatus inteiro no inferno e um episódio no Céu, já viajou no tempo e encontrou seus pais mais novos, assim como já foi pro futuro e viu o fim do mundo. Já morreu 474895 vezes também, mas não lembra de metade delas porque foram em uma realidade alternativa criada por um anjo sacana. Mas porra, ele tem uma alma mas não é um soldado, então agora só quer mesmo sombra e água fresca de uma vida normal ao lado de Lisa e Ben. Também dirige um Impala 1967 ouvindo rock clássico, how fucking awesome is that?

 SAM: Irmão de Dean, metade demônio, metade gigante, Sam é o cérebro da dupla. Ele também usa costeletas. Costeletas são legais. Já teve poderes psíquicos e tinha visões de coisas que ainda não tinham acontecido, mas isso foi na primeira temporada. Foi uma das crianças escolhidas pelo Demônio de Olhos Amarelos pra abrir o portão do inferno, mas isso foi na segunda temporada. Foi viciado em sangue de demônio, entrou na rehab à força (Tal qual Amy Wimehouse) e soltou Lúcifer da prisão sem querer, mas isso foi na quarta temporada. Tentou consertar tudo na quinta, mas aí ficou com o Diabo no couro (Literalmente) e quase causou o Apocalipse e queimou metade do planeta. Daí ele se jogou num buraco e tudo ficou bem, até ele voltar na sexta temporada mais boladão ainda. Enfim, maluco só faz merda.

 CASTIEL: Ou apenas Cass, para os íntimos. Não tem muito do que chamamos de senso de humor, afinal, ele é um anjo do Senhor. Na verdade, suas piadas ficam melhor em enoquiano. Engatou um relacionamento com Dean depois de abraçá-lo forte e tirá-lo do Inferno na quarta temporada, marcando-o para sempre, e os dois namoram sério e se amam muito desde então (Embora ainda tenham sérios problemas com relação a respeitar o espaço íntimo um do outro). Gosta de deixar os outros falando sozinho, mas isso é um mal de anjo mesmo. Já foi soldado, já foi rebelde, já foi alcoólatra, já foi uma garotinha, agora ele é Deus. Seus passatempos favoritos incluem beber licor (Quantas garrafas tiver na loja) e comer almas (Quantas tiver no Purgatório) também.

 BOBBY: Figura paterna da série, Bobby é um caçador veterano que limpa as merdas dos irmãos desde a primeira temporada da série, e tudo indica que vai continuar assim por muito tempo. Mora num ferro-velho sozinho desde que sua mulher foi possuída por um demônio e ele teve de matá-la. Daí ela apareceu mais uma vez ainda possuída querendo o couro dele, mas era só um sonho. Depois ela voltou como um zumbi e ele teve que matar ela de novo. Nessa temporada, ele arranjou uma esposa nova, mas era numa realidade paralela em que o Titanic não tinha afundado, então não conta. Embora todas as vezes que Sam ou Dean apareçam na casa dele pedindo ajuda ele saiba de antemão que vai tomar no cu bonito uma hora ou outra, Bobby é foda e fez em um só episódio o que os dois tiveram uma temporada inteira e mesmo assim não conseguiram: Quebrar um pacto com um demônio e recuperar a alma. Bobby manja das putarias satânicas. Idjit.

 CROWLEY: Vindo direto da quinta temporada, Crowley é um dos personagens novos mais interessantes e com mais potencial para ser explorado, além de render as melhores cenas. É um demônio extremamente calculista e preocupado apenas com seus negócios de demônio, seja lá quais forem os negócios que um demônio tem. Não teriam conseguido impedir o Apocalipse e trancar o Lúcifer de volta na caixa se não fosse por ele, afinal ele quem devolveu a Colt para os irmãos E conseguiu a localização da Morte E tirou o Bobby da cadeira de rodas (Mas é claro, nada é de graça). Agora ele é Rei do Inferno. Muito bom pra quem começou a vida como um escocês de saia e pinto pequeno.

 RAFAEL: Arcanjo negão overpower com ASAS DE TROVÃO. Isso é LEGAL PRA CARALHO. Tem sérios problemas familiares (Aliás, como todo mundo no Céu) com seu irmão angelical: Explodiu o Cass na primeira vez, na segunda foi pego de surpresa e deixado pra trás preso em um círculo de fogo sagrado. Agora ele voltou boladasso pro terceiro round, e quem ganhar dessa vez leva o cargo de gerente do Céu de brinde.

 BALTHAZAR: Personagem novo da sexta temporada, Balthazar é um Charlie Sheen com asas. E, bom, isso é basicamente tudo o que você precisa saber sobre ele.

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 LISA/BEN: Lisa é uma monera maneira que apareceu pela primeira na terceira temporada junto com Ben, seu filho pequeno. Era um caso antigo de Dean, que, ao que tudo indica, comeu e não pagou e fugiu no Impala, como já é de costume. Então ficamos naquela dúvida se o moleque era filho dele mesmo ou não (O que o final do próprio episódio mostra que não é, apesar de todas as semelhanças). O episódio acabou, tudo ficou bem, ninguém mais nem lembrava dos dois, até que trazem ela de volta DO NADA na quinta temporada, para o terror do fandom feminino de Supernatural. Basicamente, Lisa e Ben são dois coadjuvantes que viraram principais às pressas a apenas alguns episódios do final da quinta temporada, então não tem muito mais o que falar sobre eles. Ela não é nem tão gostosa.

 CORDÃO DO DEAN: Ok, ele não aparece nessa temporada. Na verdade, não é nem um personagem. Era só pra dizer que eu tinha esse cordão (Comecei a usar depois que o meu de palheta quebrou), aí eu perdi numa festa à fantasia no Café com Arte e tomei no cu.

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Então.

Desde a sua primeira temporada, Supernatural foi planejada para ter cinco temporadas, e então terminaria. Eric Kripke, a mente por trás da série, não acreditava que ela passasse dos primeiros 22 episódios, então foi realmente uma surpresa ao ver ela não só estava chegando ao fim da sua quinta temporada como também havia conquistado uma legião de fãs que a acompanhava religiosamente. A audiência nos EUA pode até não ter sido a das melhores (Na verdade, várias vezes ela ficava ATRÁS da audiência de Smallville, que porréessa), até porque a CW também não ajudava muito na questão da divulgação e grade de horário em que encaixava o programa. Mas era inegável que o fandom possuía um tamanho considerável, que lotava as salas de todas as Cons que Jensen Ackles e Jared Padalecki davam entrevistas e baixava os episódios tão logo acabavam de ser exibidos na TV (Além dos produtos baseados na série, como livros, quadrinhos, DVDS e Blu-Ray). Isso sem falar nas fics de Wincest. Ahh cara, não vamos falar das fics de Wincest.

Fato é: Supernatural iria acabar como planejado inicialmente por Kripke, mas a CW não podia deixar uma das suas galinhas de ovos de ouro sair voando assim. Ok, galinhas não voam, mas também não põem ovos de ouro, então se fode aí, você entendeu. Nem os produtores e muito menos os fãs queriam que a série acabasse. Mas Kripke queria dar um fim digno a sua série, como havia planejado há 5 anos atrás, ele estava realmente decidido. Eis então que Sera Gamble, uma das produtoras e roteiristas do programa chegou pra ele disse assim “Olha Eric, faz o seguinte: Vai descansar, tomar um ar. Deixa que eu tomo conta disso aqui tudo. Tu me conhece. Lembra de Faith? Pois é. E Heart? Ótimos episódios, não é? Então. Cê não queria terminar a série? Faz assim: Termina esse arco aí de Apocalipse e deixa o resto comigo. Eu vou tomar conta direitinho, eu juro. Vai ser maneiro.”

Não foi.

“Tudo bem, Sera” disse Kripke, e tão logo terminou de escrever o roteiro do último episódio em seu computador, ele desapareceu numa nuvenzinha branca divina.

Assim, Supernatural foi parar nas mãos da Sera Gamble, e tão logo o fato e a sexta temporada foram anunciados, o primeiro “devia ter acabado na quinta” foi proferido, frase que permeou em fóruns e comunidades durante praticamente toda a temporada. A premissa da sexta era amigável: Um retorno às origens, com caçadas simples e temas mais centrados do relacionamento dos irmãos como na primeira e segunda, o que aliviou os que seguiam a linha de raciocínio de “na quinta temporada eles caçaram o Diabo, vão caçar o que agora? DEUS?”. Raciocínio bem imbecil esse, se me perguntarem. Castiel também foi anunciado como personagem recorrente da temporada, o que tanto deixou alguns aliviados como também com um pé atrás. Por um lado, era um personagem que realmente caiu no gosto dos fãs e faria muita falta se saísse de fato; por outro, o arco do Apocalipse havia supostamente terminado junto com a quinta temporada, e a permanência do Cass na série podia acabar reduzindo um dos personagens mais queridos a um simples coadjuvante de luxo. Tinha que ver isso aí.

 Esses são exemplos da lógica Winchester.

Então o primeiro episódio da sexta temporada finalmente foi ao ar, e a história é a que você já conhece, senão não teria lido até aqui. Depois de impedir o Apocalipse, Dean decide pendurar a arma de sal e as chaves do Impala pra viver uma vida normal. Passado um ano desde os eventos do final da quinta temporada (Isso mesmo, a história se passa NO FUTURO. Bom, não mais, né), Dean está suave na nave vivendo sua vida no subúrbio ao lado de Lisa e Ben, até que Sam volta do inferno (LITERALMENTE) pra chamar ele de volta à ativa. Esse foi o primeiro episódio, e foi… Esquisito. Essa é a palavra que define perfeitamente o 6×01. Primeiro que NÃO TEVE AC/DC ABRINDO A TEMPORADA, o que já deixou todo mundo com aquela sensação de punheta interrompida (Acabei de inventar isso, vou passar a usar sempre agora). Dean estava diferente, Sam estava diferente. Tudo bem que era exatamente essa a ideia e tudo foi explicado mais adiante, mas não deixou de ser esquisito, como se não fossem os personagens que já conhecíamos ali, e sim Doppëlgangers sem carisma algum. O episódio em si foi sem carisma algum, com o Jared e Jensen atuando como se no piloto automático, e o tão esperado abraço entre os dois foi completamente vazio se comparado a qualquer outro que já tenham dado em qualquer outra temporada até então.

Além disso temos Lisa e Ben, mas segura aí que já falo sobre eles.

E assim foi toda a primeira metade da temporada: Sem sal. Até os episódios que prometiam ser do grande e poderoso caralho acabaram não sendo tudo isso. Claro que tivemos alguns lapsos do que um dia a série já foi e alguns episódios realmente sensacionais, como aquele centrado inteiramente no Bobby ou quando Dean usa o anel da Morte por 24 horas. Também não tem como não vibrar quando Dean finalmente quebra o Sam na piroca, como ele andava merecendo faz um tempo. E vamos admitir, você deve pelo menos respeitar uma série que dedica um episódio inteiro pra zoar uma saga com um fandom 3 vezes maior que o seu (E umas 6 vezes mais imbecil também). Ainda assim, faltava algo, e não era só a alma do Sam.

Além disso, a história não encontrava seu próprio caminho, e tudo andava uma confusão como o próprio universo mitológico da série se encontrava no momento. Os Campbell, os Alfa, Sam sem alma, guerra civil no céu, monstros agindo de modo estranho e Crowley ressurgindo do nada e atrás do Purgatório. Tudo era jogado na cara de quem assistia e não havia relação alguma entre um tema e outro, como se estivessem abrindo um arco atrás do outro de modo que cada episódio parecia ter vindo de uma temporada diferente. Além disso ainda tínhamos DE NOVO a ameaça do Apocalipse, com Rafael querendo traze-lo de volta, o que já começava a desgastar a ideia. Mas o pior é que eles pareciam não se decidir entre quem seria o vilão principal da temporada, o que era realmente um problema. “Ahh, era o Crowley por trás disso o tempo todo, ele vai ser o vilão dessa temporada, eu sabia!”

 “Oh, wait.”

“É, só pode ser o Sam sem alma então. Oh não, ele vai matar o Bobby! Esse sim vai ser um vilão do caralh-”

 “Ah.”

Fim da primeira metade da temporada, vem o hiatus, e ninguém mais sabe o que esperar daqui pra frente. É, talvez devesse ter acabado na quinta mesmo.

Aí temos o 6×12, que abre com Back In The Saddle, do Aerosmith. Ok, ainda não é AC/DC, e é realmente uma pena essa temporada trazer tão pouco de um dos principais elementos que consagraram a série, que é o rock clássico, mas enfim. Sam agora tem sua alma de volta, e é aqui que nos damos conta do que faltava nos primeiros episódios: A relação dos irmãos. Dean fazendo piadas sem graça e Sam fechando a cara pra ele, as brincadeiras entre os dois, as conversas encostados no Impala bebendo cerveja em uma estrada no meio do nada. Parece viadagem falando assim, mas a verdade é que é isso que faz de Supernatural uma grande série. Dois irmãos sendo irmãos. Só não tendo uma alma pra não sentir falta de momentos assim.

Além do elemento fraterno, o 6×12 também trouxe duas criaturas novas para a mitologia da série. A primeira era a que veio a ser conhecida mais tarde como Eve, a Mãe de Todos, que aparentemente é a vadia que criou tudo o que não presta nesse mundo, como lobisomens, vampiros, ghouls, metamorfos, skinwalkers, pombos, mendigos e marginais que te assaltam de bicicleta na rua pra levar seu celular embora. Ah não, pera, esses quem criou foi a sociedade mesmo.

Agora temos a Mãe, que é uma vilã com um potencial do caralho, e é aí que você pensa “Ahh! Então é a Mãe! A Mãe é a vilã principal da temporada! Agora sim a coisa vai pegar no tranc–”

 “MAS QUE PORRA”

O 6×12 também trouxe (Preparem-se) DRAGÕES. Isso mesmo, DRAGÕES. Na verdade, eram uns caras gordos que derretiam as coisas com as mãos e com asas que saíam DO CU, a única explicação para elas sumirem COMPLETAMENTE quando eles as recolhem. Ah, eles também se vestem igual a praticamente todo o elenco da série, com calças jeans, duas camadas de camisas e uma jaqueta por cima, ou seja, igual a caminhoneiros, caso vocês ainda não tenham reparado nisso. Aliás, os monstros dessa temporada são outro problema sério. Começando com os djinns reformulados e os skinwalkers sem graça, passando pelas fadas e pelos dragões até chegar ao cúmulo com homens-aranhas e uma FÊNIX – que, ADIVINHEM, era um cara que queimava as coisas com a mão. Claro que a culpa é do baixo orçamento típico das séries, o que impede de criarem uma criatura gerada no computador no mínimo aceitável, mas também não precisa forçar a barra, né amigos. Anotem o que eu digo, na próxima temporada, vamos ter Sam e Dean caçando um basilisco. Vestido de caminhoneiro.

Então, na segunda metade da temporada tivemos alguns episódios realmente massantes e sofríveis, como o dos já citados homems-aranha, que queriam ter eles para o jantar naquela noite e um com manequins assassinas possuídas por um espírito vingativo. Convenhamos, toda temporada tem um tosco, como Swap Meat, da quinta, ou o Bugs, da sagrada primeira, que conseguem ser bem piores, mas como a sexta inteira já não andava bem das pernas, esses pareciam pior ainda por não serem seguidos por nenhum realmente bom pra compensar. A não, é claro, o meta-episódio The French Mistake, simplesmente SENSACIONAL e um verdadeiro presente pros fãs, tal qual o The Real Ghostbusters havia sido na quinta ou o The Monsters At The End Of This Book antes dele. Mas um só episódio ainda não compensava o rumo que a série estava tomando, e cada vez mais o #TeamDeveriaTerAcabadoNaQuinta se regozijava de emoção ao constatar cada vez mais que estavam certos.

Um dos maiores méritos de Supernatural é também um dos seus maiores defeitos. É uma série com uma galeria de final bosses interessantíssimos, de Azazel a Lúcifer, porém mal explorados devido ao pouquíssimo tempo de tela. Quem não queria mais cenas com o Diabo antes de Sam dizer o “sim”? O mesmo mal acontece com a Eve, que morre logo no primeiro episódio em que fica cara-a-cara com os irmãos. Tudo bem que, comparada aos outros vilões principais até então, ela é a menos interessante, mas a atriz era uma delícia, então não ligo nem se ela solta vermes do tamanho de um filhote de rinoceronte pela boca contanto que fosse na minha, aquela linda.

Eve morre, a história mais uma vez muda COMPLETAMENTE de rumo justo quando parecia ter encontrado um rumo em meio a tanto caos. Isso sem citar os Campbell, que a esse ponto se mostraram completamente inúteis para a trama da temporada, afinal eles foram morrendo um a um até não sobrar absolutamente nenhum pra contar história depois do 6×16. Acho que chegaram a um ponto em que a farofada que estavam fazendo era tanta, mas TANTA que Sera Gamble simplesmente não aguentou mais a pressão dos fãs cada vez mais insatisfeitos e decidiu pedir penico pro Kripke, orando para ele quando as coisas pareciam estar perdidas de vez.

– Eric, meu Deus, me ajuda!
– Opa, diz ae – disse Kripke, materializando-se atrás dela com óculos escuros, um côco com um canudinho em mãos e um daqueles cordões de flores hawaiianos.
– Ai, aí está você! Me ajuda, por favor, eu não sei mais o que fazer! Eu achei que dava conta, mas eu não consegui! Eric, eu não consegui!
– Hmmm, mas que merda vocês fizeram com a minha série, ein.
– Eu sei, eu sei! Me ajuda a consertar isso, por favor!
– Hmmm…
– Eu… eu faço qualquer coisa, só me ajuda, por favor!
– Preciso pensar sobre isso, Sera.

Sera voltou-se para trás para buscar os roteiros que haviam sido escritos até então. Quanto virou-se novamente, Kripke não estava mais no lugar de antes, apenas a janela aberta com a cortina esvoaçando ao vento. Ele havia sumido.

– Eric, NÃÃÃÃÃOOOOOO
– Eu tô aqui aqui, mulher – disse Kripke, que só havia andado alguns metros até o lixeiro para jogar o seu coco vazio fora. – Mas cês são foda, ein. Dá isso aqui.

Kripke e Sera então fizeram sexo ali mesmo, e foi assim que Kripke retornou à série.

É aí então que temos os 3 episódios que, na minha opinião, redimiram o que estavam fazendo com a temporada até aqui. Um escrito e dirigido pelo Ben Edlund, um dos meus roteiristas favoritos e que agora mostra que também tem mão pra direção, e os outros dois escritos pelo próprio Kripke, que teve que voltar pra pôr ordem na casa depois de toda a ZONA que estavam fazendo. O 6×20 é fantástico por mostrar a história na visão do Castiel, com direito a flashbacks, pontas soltas sendo amarradas e um estilo narrativo até então nunca visto na série. Cass trabalhava com Crowley o tempo todo, e agora que os irmãos descobriram, as coisas começaram a ficar sérias. Depois, temos o episódio com nome de música dos Rolling Stones, Let It Bleed, onde ficamos sabendo que ninguém menos que H. P. Lovecraft tentou abrir a porta do Purgatório anos atrás, além de vermos Lisa e Ben sendo sequestrados pelos demônios do Crowley.

Ok, tenho que abrir um parênteses agora pra comentar que quando citaram Lovecraft eu fiquei REALMENTE com medo. Lembram de quando, anos atrás (Lá pela época da terceira temporada) nós, do alto de nossa inocência, comentávamos “Só faltava na próxima temporada eles caçarem o Diabo” ou ainda “só faltava eles caçarem Deus”? Pois então. Só faltava agora eles caçarem o CTHULHU.

 Não me surpreenderia nenhum pouco se Cthulhu versão SPN fosse mais ou menos assim. De jaqueta e jeans, claro.

Ah, e Lisa e Ben, já ia me esquecendo deles.

Como já disse, Lisa e Ben apareceram pela primeira vez na terceira temporada, e foram reinseridos na quinta faltando dois minutos para a meia-noite. Foi como se tivessem sido colocado de qualquer jeito mesmo, caindo de paraquedas no meio da trama que já se preparava para o seu final. Some a isso a falta de carisma dos personagens e o fato de ser ela quem estava dando para o Dean, e você tem as razões pelas quais são os personagens mais odiados pelo fandom da série desde a Ruby da quarta temporada. É uma pena, eu realmente simpatizo com os dois atores, mas o papel dado pra eles realmente não dava muita chance de se destacar. Os fãs não aguentavam mais os dois, mas os roteiristas TINHAM que dar um final para eles, afinal, querendo ou não, os dois haviam sido importantes para o Dean. Uma segunda família, quando era o que ele mais precisava. Então, o que fazer?

Eis que Kripke, do alto de sua sagacidade, solucionou essa questão de uma maneira não apenas inteligente como também emocionante: Dean pede pro Cass apagar a memória deles. Além disso, antes ainda temos a cena em que Lisa é possuída por um demônio (E o diálogo entre ele e o Dean é sensacional. AQUILO SIM é um demônio falando), e Dean dando um tapa na cara de uma criança de 13 anos. Assim termina o 6×21, com uma carga emocional até então inexistente em todos os outros episódis da sexta temporada, e que realmente estava fazendo falta.

Em seguida, enfim temos o season finale, outra surpresa muito boa. Temos a conclusão do arco do Sam sem alma, com as paredes finalmente vindo abaixo. Aliás, boa parte do episódio se passa dentro da cabeça do Sam, com ele enfrentando a si mesmo. Histórias que se passam dentro de uma mente são sempre interessantes, e essa não fica atrás, cumprindo muito bem o seu papel. Enquanto isso, no nosso mundo, Cass bota as asinhas de fora e quebra o contrato com Crowley, que, lógico, se alia a Rafael para abrir o portal para o Purgatório. Dean e Bobby deixam Sam dentro do quarto do pânico e vão até o endereço que Balthazar entregou a eles, que a essa hora já estava morto (Uma pena e uma morte desnecessária, assim como a do Trickster/Gabriel na quinta). É quando os dois estão dentro do carro na frente do lugar completamente guardado por anjos que uma nuvem com UM TRILHÃO DE DEMÔNIOS aparece e VIRA O IMPALA, uma cena que eu particularmente achei LEGAL PRA CARALHO.

Depois de várias reviravoltas, quando achamos que mais uma temporada vai acabar com um portal sendo aberto e não mostrando absolutamente nada, vem a última e maior reviravolta: Cass não só já abrira o portal, como absorveu TODAS as almas do Purgatório, atingindo nível máximo em Pirocácia. Ele não só deixa Crowley fugir como EXPLODE Rafael e anuncia que a Cass é o caralho, o nome dele agora é DEUS. Então o episódio e a temporada terminam com um MALDITO CLIFFHANGER, que é a forma do Eric Kripke dizer pros fãs “se fodam aí por me adorar, vou voltar pras minhas férias em Cuba e não me encham o saco antes de setembro”, como já é tradição da série.

E é isso. Kripke salvou a pátria. De novo. Em apenas dois episódios conseguiu amarrar todas as pontas soltas que haviam sido deixadas desde o primeiro. Claro, esta foi a season finale mais fraca de todas, mas deu pra perceber que ele fez MUITO com o material ingrato que deram pra ele. Vale lembrar que a série foi renovada para a sétima, e aparentemente o vilão principal vai ser mesmo o Castiel. Se isso vai funcionar ou não, só esperando até setembro pra saber.

Agora, a pergunta que não quer calar: MAS QUE PORRA DE CAPA É ESSA LOL?

 SÉRIO ALGUÉM ME EXPLICA PQP

Ok, não é essa a pergunta. A pergunta é: Afinal, deveria ter acabado na quinta? E a minha resposta é: Não. Supernatural é uma série que vem tecendo desde o seu primeiro episódio da sua primeira temporada todo um universo povoado de personagens cativantes, uma mitologia própria realmente interessante e que só tende a se expandir ainda mais, e isso é um mérito que muitas séries e até filmes tentam atingir e não conseguem. Então ainda tem MUITO potencial a ser explorado, mas, claro, nas mãos certas.

E, assim como Smallville, a sexta temporada de Supernatural tem uma lição para nos ensinar: Nunca, NUNCA deixe a sua história nas mãos de uma mulher. Afinal, em uma só temporada tivemos um número mais-do-que-masculinamente-tolerável de cenas com Sam sem camisa (Maluco é um monstro, aliás), piadas insinuando uma relação homossexual entre Dean e Cass e até o próprio AGARRANDO A MEG. Isso sem falar na cena do filme pornô. E nada, NADA me tira da cabeça de que isso tudo veio da mente feminina doentia da Sera Gamble. Afinal, só uma mente feminina doentia pra criar coisas abomináveis como… Fics de Wincest.

Ahh, cara. Não vamos falar das fics de Wincest.

luke tem eternos 13 anos, é viciado em Supernatural e pornografia grátis, além de usar LSD como tempero do feijão. Vocês podem encontrar mais suplementos esportivos e Wincest no blog dele, o ¿Que Quiabos?

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