A Supremacia Bourne (The Bourne Supremacy)

Cinema quinta-feira, 06 de setembro de 2012

 Há 2 anos Jason Bourne (Matt Damon) achou que tivesse deixado para trás seu passado como assassino frio e calculista criado pela Agência Treadstone. Desde então ele vem mantendo uma existência anônima, abrindo mão da estabilidade de ter um lar e se mudando com Marie (Franka Potente) sempre que surge a ameaça de ser descoberto. Quando um agente secreto aparece na vila onde Jason e Marie vivem, eles não têm outra alternativa senão fugir. Porém um novo jogo internacional de perseguição faz com que Jason tenha que voltar a ativa e finalmente confrontar seus velhos inimigos para descobrir quem ele foi no passado.

Sempre que vejo um filme bom, me assusto quando começam a falar na palavra “continuação“. É uma palavra quase sempre ruim, quando se trata de cinema. Uma continuação já nasce amaldiçoada por uma carga negativa herdada das milhares de seqüências cinematográficas que costumam ser infinitamente inferiores à produção original. Mas no caso de A Supremacia Bourne, vemos um bom exemplo de exceção a essa regra. É um filme de verão, de ação e espionagem, que continua A Identidade Bourne, mas que oferece uma experiência plenamente satisfatória e até certo ponto, inovadora. Pra começo de conversa, é preciso sim ter visto o primeiro filme. E caso o tenha visto há muito tempo, o filme refresca sua memória por si só. E você, tá afim de refrescar a sua?

 Um jornal contra uma faca? E a turma ainda vem falar de Chuck Norris….

O grande diferencial desse filme é que ele funciona como se fosse uma daquelas sessões de cinema 180º. O diretor Paul Greengrass (De Domingo Sangrento) opta por manter a câmera como se estivesse sempre a mão, a imagem sempre tremida, o expectador dentro da ação quase como se fosse um comparsa de Jason Bourne. As cenas de perseguição ainda mais intensas e destruidoras, e no quesito pancadaria, vemos um Matt Damon melhor treinado e conseguindo resultados ainda mais ferozes que no filme anterior. Duvido que alguém aqui realmente soubesse o estrago que uma revista enrolada pode fazer numa luta. E já que estamos falando nisso, a seqüência de perseguição pelas ruas de Moscou, em que a câmera foi colocada no banco de trás do automóvel, torna muito mais incrível sentir toda a confusão de uma fuga em alta velocidade. A cena conseguiu superar a já excelente cena do filme anterior, e de quebra criou a marca registrada da série Bourne: Perseguições incríveis e memoráveis.

 GTA feelings

Outro fato que fez o filme ser bem sucedido, e é algo cada vez mais raro nos filmes de ação, é a trama que funciona sem ser apenas um desculpa para as cenas de ação existirem. Depois dos acontecimentos do primeiro filme, Bourne e sua companheira Marie (Franka Potente) vivem tranqüilos e se escondem numa pequena cidade costeira na Índia. A única preocupação deles é descobrir o passado dele e a razão dos freqüentes pesadelos que o espião sem memória costuma ter. Como todo bom roteiro, esse ponto de partida não apenas serve como estopim para os acontecimentos, como também ajuda a desenvolver toda a trama, pois os sonhos revelam flashes do passado de Bourne e ele nem desconfia que esses fragmentos serão importantes para resolver seus problemas mais a frente. Quando a CIA descobre evidências plantadas sobre um possivel envolvimento de Bourne, a paranóia recomeça. Então é formada uma força-tarefa encabeçada pela diretora da CIA Pamela Landy (Joan Allen), mas o que ela não desconfiava é que o ex-espião altamente treinado não seria uma presa tão fácil assim. Em poucos movimentos, Bourne vira o jogo completamente, e deixa de ser caça para virar caçador.

 Sorrateiro e muito maroto.

O filme passa por Índia, Nápoles, Munique, Berlim, Moscou e termina em Nova York. Mais uma vez, os roteiristas evitaram os pontos turísticos e assim vemos mais um filme sem muitos clichês. O desempenho de Matt Damon como o agente desmemoriado mais uma vez é maravilhoso. O destaque fica para o Karl Urban como a interessante personagem nêmesis de Jason Bourne. O embate entre os dois dura o tempo necessário para o climax acontecer no momento certo. E assim, Jason Bourne se tornou um caso a parte no cinema, entrando para o hall das sequências que não ficaram devendo nada a suas antecessoras, e nesse caso, superando-as. Mas será que eles iam conseguir estragar tudo no último capitulo?

A Supremacia Bourne

The Bourne Supremacy (108 minutos – Ação)
Lançamento: Alemanha, EUA, 2004
Direção: Paul Greengrass
Roteiro: Tony Gilroy, baseado no livro homônimo de Robert Ludlum
Elenco: Matt Damon, Franka Potente, Brian Cox, Julia Stiles, Karl Urban, Gabriel Mann, Joan Allen, Marton Csokas, Tom Gallop

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