A Seleção (Kiera Cass)

Livros segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Tá aí um livro que foi um balde de água fria. Por onde eu clicava no mundo maravilhoso da INTERNERDS, achava alguém comentando sobre. Uma vlogger que sigo falou sobre, meus amigos leram, enfim, não faltaram recomendações.

Má putaquiparil, vai ter amigo com mau gosto assim na Conchinchina, vai.

Bom, nossa aventura começa numa sociedade distópica. As pessoas são divididas em castas, que vão da primeira à oitava. Lá, todo mundo é pobre, pega o ramal Japeri todo dia, almoça churrasco grego e corre pra poder chegar em menos de duas horas no segundo ônibus do Bilhete Único.

Ou seja: Um Rio de Janeiro gigante.

Mas enfim, um dia, America Singer é escolhida pra, junto com outras trinta e quatro meninas, tentar conquistar o coração do príncipe Maxon, herdeiro do trono, cara musculoso, virgem (BV inclusive), que entende tudo de lanchinhos amanteigados e muito mais. Lá, elas passarão por uma competição que envolve brigas de biquíni em piscinas de gelatina, cenas de sexo lésbico adolescente e…

Ok, na verdade, elas só precisam passear pelo palácio com a cara bem feita e tal. Minha imaginação vai longe demais às vezes.

Bom, America tem uma namoradinho que dá um pé nela, vai pro castelo e descobre que o príncipe não é tão babaca assim, mimi blá blá. Oras bolas, parece que todos se apaixonam pela menina, perdidamente! Só por que ela é a única ruiva na área.

Eu sou ruiva também e não chove homem na minha horta. A vida é muito injusta mesmo.

Assim, o livro é legal mas é mal escrito. Digo, a historinha é bacana e tal, mas a escritora força muito a barra. Todo mundo é virgem por que tem uma lei que proíbe relações antes – E fora – do casamento. Inclusive o maldito príncipe que, aparentemente, é perfeito. Só que na minha concepção de adolescência, tudo que os responsáveis proíbem automaticamente ganha o status de AI DEUS PRECISO FAZER AGORA. Odeio esses adolescentes mini-adultos, todo sensatos, cheios de razão, que não bebem, fumam ou trepam. Muito menos falam palavrão. Por que, sejamos sinceros, não é assim que a bola toca.

Propaganda a favor da moral e bons costumes ou tô pensando demais nesse livro?

O problema é que a história foi feita pra ser verossímil, mas falhou. Sem falar que é fora de foco. Qual a importância dos rebeldes e quem são eles? Eles têm força, dão medo, ou são só material pra risada de gente rica? O livro é um romance ou vamos falar sobre guerra?

No fim, vira apenas um Crepúsculo versão ruiva, com poucas cenas de ação. Não cumpre o que promete. Tentam construir uma heroína de muita personalidade que termina, na verdade, como só mais uma adolescente genérica. Felizmente, o posto de badass de 2010 e além ainda pertencerá à Katniss Everdeen, pelo menos durante algum tempo.

Recomendo ler quando cê já tiver esgotado tudo que existir na estante e na internet. Se não, procura Harry Potter, Jogos Vorazes, enfim, tudo é válido.

Não que a existência desse livro irrite muito ou que suas 300 páginas sejam o maior desperdício de inteligência da sua vida. Só que decepciona. Mais uma história que veio embarcada nessa onda de distopia e falhou.

Mas leia. Ler é bom e enobrece a alma.

A Seleção


The Selection
Ano de Edição: 2012
Autor: Kiera Cass
Número de Páginas: 336
Editora: Seguinte

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