A Mudança Global

Televisão terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Pense em seriados. Lembre-se daqueles que você mais gostou, que comprou os boxes ou tem todos aqueles arquivos guardados em seu HD. Agora diga quantos são seriados nacionais. Se sua resposta foi um ou nenhum, bem, não dá para te culpar. Porque na verdade a culpa é das produtoras nacionais que investem pouco ou quase nada neste segmento e quando tentam, investem em histórias sem graça.

Quando se pensa em produção (Seja televisiva ou cinematográfica) no Brasil, uma grande parcela da população logo pensa na Rede Globo, que há muito tempo vem produzindo mini-séries com qualidade. Porém, o grande problema das mini-séries era sua duração, sendo muito longas e transmitidas quase que diariamente. Isso dificultava o acompanhamento, afinal muito mais fácil acompanhar uma série que passa uma vez por semana, do que uma que passe todos os dias. O telespectador tinha que fazer uma escolha: Ou assistia ou tinha vida.

Foi então que começou a avalanche de seriados americanos, com seus episódios com duração de cerca de 40min, sendo transmitidos uma vez por semana em certo horário. Mas não havia nada que indicasse a produção de séries nacionais, tendo como definição de séries uma história ou plot temático dividido em temporadas com poucos episódios. Essa definição não é a mais correta, mas se encaixa na situação.

Nos últimos anos, porém as emissoras se tocaram de que este é um bom mercado a ser investido. Uma das primeiras tentativas foi a versão de Desperate Housewives, cuja série original foi transmitida pela Rede TV! e, logo depois, substituída por Donas-de-casa Desesperadas, a versão tupiniquim-argentina. Claro que essa foi uma tentativa fail e duvidosa, a versão nacional mostrou-se completamente ruim, para não dizer pior. Logo depois, ou nem tão logo assim, a Record também se lançou nessa empreitada, só que trazendo uma história baseada em um filme nacional, e assim surgiu Avassaladoras, que teve uma produção de maior qualidade, mas também foi um fracasso.

A Rede Globo parece que acordou para o fato de séries serem bem mais lucrativas que mini-séries. Ah, mas vão dizer que a Globo já produzia seriados antigamente. É verdade, mas eles não eram considerados seriados, mas sim programas de humor, como foi o caso de Os Normais, Sai de Baixo, A Grande Família e outros parecidos. Eram programas de humor em que uma história era contada por episódios, mas não foram pensados como seriados.

Usando os especiais de fim de ano como laboratório de novos programas de humor, a Globo passou a repensar seus programas de humor e os transformou em seriados. Ao invés de ter programas que tinham apenas o recesso de férias, passou a programá-los para curtas temporadas, dando um tempo para que as histórias e plots respirassem.

Assim surgiram seriados como Força Tarefa, O que querem as mulheres, A Cura e S.O.S Emergência. Eles foram idealizados para uma curta duração e foram divididos em temporadas, sendo que podem retornar no ano seguinte com uma nova gama de situações. O mais interessante de tudo isso é que não são apenas seriados de humor, mas também drama e até mesmo ação. Uma diversidade bem aproveitada e produzida, com alguns sucessos e fracassos. Está sendo uma mudança gradativa, mas importante.

Ainda estamos engatinhando nesse processo de criação de séries, quem sabe um dia chegaremos a ter grandes seriados como Supernatural, The Big Bang Theory, Dexter entre outros. É esperar que continuem investindo no mercado nacional e que passem a utilizar atores de verdade e não somente globais rejeitados de novelas.

Leia mais em: , , ,

Antes de comentar, tenha em mente que...

...os comentários são de responsabilidade de seus autores, e o Bacon Frito não se responsabiliza por nenhum deles. Se fode ae.

confira

quem?

baconfrito