Como escolher e cuidar de um instrumento musical: Cordas I

Música quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Normalmente, ninguém precisa de ajuda na hora de escolher algo pra aprender. A ideia do que tocar vem quase de berço. Todo mundo, por mais que não ligue pra música, tem algum tipo de instrumento pelo qual é fascinado. Mesmo assim, sempre vai ter aquele prego que fica indeciso na hora de escolher, e mais confuso ainda na hora de comprar e cuidar. Se você é um desses, não tema! Tia Aline tem muita boa vontade e amor no coração. Ela vai te ajudar nas horas de aperto.

Cordas: Violão/Baixo/Guitarra

Começando logo com os mais populares, e os mais usados no rock. Também são os mais fáceis de se encontrar, e com os melhores preços, já que muita gente compra e acaba deixando de lado pra servir de enfeite. São instrumentos informais, descontraídos, sem muito peso – de espírito. A guitarra e, principalmente, o violão, são feitos pra aquele pessoal que gosta de chamar a atenção. Pro pessoal que faz lual e senta no meio da rodinha de amigos pra tocar Forfun Guns ‘n’ Roses.

O violão é o típico instrumento da pessoa extrovertida, mulherenga. É um instrumento leve, com arranjos facílimos de tocar. Não desmerecendo o instrumento, mas a maioria das pessoas que toca (E MUITA gente toca), faz só o esquema quatro-acordes e toca com palheta (PALHETA!). Com a guitarra é a mesma coisa, malditos power chords! Ninguém sabe fazer um solo decente nesse mundo mais.

À exceção do baixo, a guitarra e o violão deixam você fazer sucesso sozinho – o lucro é todo seu e mesmo a pessoa que tenha carisma de poste é admirada. São “amigos”, instrumentos que se toca abraçado, sentindo a madeira no corpo.

Justamente por serem instrumentos tão conhecidos e de fácil acesso, todo mundo curte e tenta tocar. Atente-se ao tipo de madeira. A madeira diferencia no som final, algumas dão graves melhores, outras ajudam com sons mais sustentados, enfim. Pesquise um pouco antes. Quem sabe não é melhor uma guitarra neutra, que apesar de não soar perfeita em nenhum ritmo específico, se encaixa em todos? Além de ser difícil, é claro, encontrar a madeira específica de alguns ritmos.

Agora, amigo, se você curte o sucesso, mas quer tocar baixo… Esquece. Não adianta reclamar, ninguém repara no baixista da banda, mesmo que ele seja o Steve Harris brasileiro. Aliás, mesmo que ele seja o Jonh Entwistle.

O baixo é mais complexo. É um instrumento onde não se escutam as notas com clareza: É mais sentir a vibração delas. Às vezes é difícil até mesmo de escutá-lo numa música na primeira ouvida. O baixo não costuma fazer solos ou até mesmo melodia.

Por mais que alguns reclamem da falta de visibilidade, o baixo é a substância de uma banda. É o barulho que regula e preenche espaço na harmonia dos outros instrumentos, quase como “cimento”. Não faz muitas melodias ou solos, só acompanha e sustenta. Pra galera que é durona, introspectiva, que gosta não gosta de brilhar tanto assim, se joguem de cabeça.

Mas não desistam. Vocês podem terminar assim:

É, acho que vou nesse mesmo, quanto pago?

Se você tiver alguém na família que curta música, a chance de essa pessoa ter um instrumento desses sobrando pra te emprestar/dar existe. Se não, pondere se vai comprar usado ou novo. Como são instrumentos mais usados pela galera nova, a chance do usado vir estragado ou, pior, enfeitado com adesivinhos, é grande. Sim, galera, não colem essas porras no corpo da guitarra. É feio e pode estragar madeira na hora de tirar.

Um violão marromenos pra iniciantes sai a cerca de duzentas, no máximo, estourando, duzentas e cinquenta pilas. Guitarras são bem mais caras, e arrisco dizer que vale a pena dar seiscentos contos em uma, e o mesmo vale pra baixos. Como você, inicialmente, vai tocar no quarto, um amplificador pequeno de cem reais dá e sobra. Pedaleiras são desnecessárias no começo, além de bem caras.

Comprei, dou de mamar de quanto em quanto tempo?

Então, primeira coisa: Arranhões. Madeira arranhada pode matar o som, além de ser tão feio quanto adesivinhos no corpo do instrumento. Se você não tiver o case apropriado pra guardar, um suporte de parede pode ajudar, principalmente se você tiver a coordenação motora e o equilíbrio corporal do Christopher Reeves depois que caiu do cavalo. E nunca, NUNCA, leve a guitarra no porta-malas, a não ser que ela esteja bem presa e segura. Além de desafiná-la além do necessário, pode causar estragos profundos, principalmente se a coitada for atingida pelo isopor de cerveja do churrasco.

Segunda coisa: Braço empenado. É aquela famosa “barriga” que a tensão das cordas cria. É normal haver um pouco, mas tome cuidado pra não estragar o instrumento de vez.

Por fim: Cordas e umidade. Alguns estojos de violino vêm com um medidor de umidade dentro, e pode ser legal ter um desses por perto. Não é saudável manter seu instrumento constantemente em climas de floresta tropical nem de deserto do saara. Lembre-se que ele é feito de madeira, e madeira estraga com água. Lembra o que eu falei de arranhões ali em cima? Então, arranhar a pintura, especialmente da guitarra e do baixo, podem estragar a tinta que impermeabiliza e protege o corpo de madeira. Quanto as cordas, alguns conjuntos profissionais ultrapassam as casas das centenas. Mas a maioria custa entre quinze e vinte reais e serve perfeitamente bem. Cuidado na hora de afinar, pra evitar entortar o braço, e, por favor, não deixe o rosto muito perto das cordas.

Uma corda de baixo arrebentando é capaz de arrancar uma cabeça humana, garanto.

Enfim. Essa aqui é a primeira parte de um guia rápido e eficiente pra instrumentos normais. Por favor, não me vão pedir dicas de como tocar alaúde ou clavicórdio nos comentários.

Bônus: Bateria

Arrume um instrumento de verdade. Pelos deuses.

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